quarta-feira, 18 de novembro de 2009

M115-O ULTIMO VÔO DO "SACADURA CABRAL"


Completam-se amanhã 32 anos sobre o grave acidente do aeroporto do Funchal, que custou a vida a 130 passageiros e tripulantes.


Fui despertado para esta trágica memória pela reportagem do "Expresso" ,que reproduzo seguidamente. Neste vôo "425" seguia como tripulante um amigo dos (velhos) tempos do Colégio do Dr.Cabrita: o José de Paiva Silveira.Filho do conhecido e saudoso Dr.Laborinho, o médico que mais "alcobacenses" ajudou a vir ao mundo no "seu" Hospital do Sítio da Nazaré.O Zé Silveira,nado e criado na Nazaré, foi um sobreviventes deste terrível acidente, por na altura da queda estar sentado na parte de trás do avião. Felizmente que o Zé escapou com vida e ainda está por cá.
A fotografia que reproduzimos foi tirada em recente convívio de antigos alunos do Dr.Cabrita, em Aljubarrota, na Estalagem do Cruzeiro. A bonita jovem que o abraça carinhosamente é a sua irmã mais nova.

JERO

19 de Novembro de 1977
O VÔO 425

Era uma noite de sexta-feira, invernosa e negra, com a chuva a bater forte devido ao vento. O Boeing 727 da TAP com o número 425 e nome de baptismo "Sacadura Cabral" havia partido de Bruxelas e feito escala em Lisboa com destino ao Funchal. A chuva copiosa, puxada a vento, e as constantes trepidações levaram o comandante do avião, João Costa, a comunicar que o jantar não seria servido.
Foi uma viagem interminável, que acabou tragicamente às 21h45 em cima duma ponte, no limite oeste do Aeroporto de Santa Catarina, despenhando-se o aparelho depois no mar, de uma altura de 50 metros, e incendiando-se num ápice. 130 dos seus 164 passageiros morreram, a maioria deles carbonizada.
Aquela que para alguns era uma viagem de fim-de-semana e para outros o regresso a casa após uma semana de trabalho no continente terminava de forma brutal. As condições climatéricas foram apontadas como a causa primeira do desastre, e o relatório com as conclusões técnicas do acidente revelou que o vasto lençol de água depositado na pista havia provocado o fenómeno de aquaplaning.
A catástrofe relançava novamente um problema constantemente abordado pelas autoridades madeirenses: o da exiguidade da pista, com apenas 1700 metros de comprimento. A pista 'difícil' - como era conhecida - assim se manteve até Setembro de 2000, data em que passou para os actuais 2781 metros.
Rui Ochôa
Texto publicado na edição do Expresso de 14 de Novembro de 2009

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