terça-feira, 31 de maio de 2011

M - 357 VIOLÊNCIA JUVENIL

«Tiraram o poder aos professores»

Quando entrei no “Café” a discussão ia animada.
O tema tinha a ver com as recentes “cenas” de agressão entre jovens: a das duas miúdas contra uma, com direito a filmagem, e a miúda de 14 anos que foi agredida com um x-acto por outra jovem de 17 anos por causa de um cigarro de “coca”!
Toda o País tinha visto na televisão e as pessoas do “Café”, quase todas com aparência de mais de 60 anos, estavam indignadas e interrogavam-se como é que se tinha chegado a este estado de coisas.
Todos tinham sido jovens, todos tinham feito as suas asneiras mas ver miúdas com 15 e 16 anos a pontear vezes sem contra uma outra de apenas 13 anos…tinha sido uma coisa nunca vista. E um matulão de 18 anos a filmar e mais alguns mirones do mesmo escalão etário a gozar o “prato” sem mexer um dedo para tentar acabar com a pancadaria…era demais! E minutos depois estava no youtube e no facebook! Mas afinal o que se passa com a gente nova!?
Fez-se um silêncio e ouviu-se a voz pausada do dono do”Café”.
«Tudo isto acontece porque na Escola tiraram o poder aos Professores».
A conversa passou para a cena do x-acto e para as declarações entretanto ouvidas da boca do Bastonário da Ordem dos Advogados:- «Prisão preventiva para jovens de 16 e 18 anos tinha sido terrorismo do Estado».
Bebi a minha “bica” e fui andando, dizendo para os meus botões que o sr. Bastonário se calhar não diria o mesmo se visse uma sua filha ou sobrinha ponteada daquela maneira cruel.
Pensava eu, que sou antiquado, e que li nos jornais que a adolescente, durante 50 segundos foi pontapeada em várias zonas do corpo, inclusivamente no rosto e na cabeça, e foi submetida a exames médico-legais no Instituto de Medicina Legal de Lisboa.
Mas a frase do dono do “Café” não me saia da cabeça: «Tudo isto acontece porque na Escola tiraram o poder aos Professores».
Pensando bem subscrevo e assino por baixo.
No meu tempo de jovem um Professor abria os olhos e ouvia-se o silêncio.
E se alguma coisa de “mal feito” acontecia na Escola ou nas suas imediações os Pais “confirmavam” a reprimenda do Professor e agradeciam-lhe.
E em caso de repetição …que as mãos não lhe doessem.


Hoje os Professores se dizem alguma coisa de menos agradável aos seus alunos arriscam-se a ser agredidos. E os pais rapidamente passam pela Escola para pedir “satisfações”…
Velhos tempos e …novos tempos.
Não deviam ter tirado o poder aos Professores!
JERO









terça-feira, 24 de maio de 2011

M - 356 TEMPO ELEITORAL

CAMPANHA ELEITORAL

Quem chegar depois do último que feche a porta…
Em plena campanha eleitoral a caça ao voto continua ao rubro por tudo quanto é sítio.
Depois dos debates televisivos arrancou “oficialmente” a campanha. Que passa pelas feiras, pelas vilas e cidades (nas arruadas) e que termina à hora dos telejornais das 20h00. Normalmente em pavilhões com ou sem jantar incluído no “pacote”…
As televisões e as rádios acompanham os principais partidos e não dão descanso ao mais incauto dos telespectadores e/ou ouvintes.
É o programa do Governo, é o acordo com a Troika que nos é servido no meio de grandes confusões e interpretações diversas.
E depois a cada passo fala-se na “banca rota”!
E de quem é a culpa? É dos outros, da crise internacional...
Comentadores diversos e avulsos dizem-nos que o país corre o risco de ficar ingovernável depois de já ter ficado falido!
 Ninguém sabe verdadeiramente qual o verdadeiro estado das nossas contas e ninguém tem uma ideia esclarecida sobre os métodos que vão ser seguidos para pagar a dívida. A nossa, a dos nossos filhos e a dos nossos netos!
Nesta fase do “campeonato” confessamos o nosso cansaço e íamos jurar que não estamos sós nesta dormência que nos invade a alma.
Quanto é que esta confusão acaba e voltamos ao país real !?

Faltam 12 dias para as eleições.
Vamos ter uma maioria estável ?
Logo se verá.
Mas infelizmente (ou será felizmente ?) a receita do FMI já cá esta.
Vamos mesmo que ter juízo.
 E não gastar acima das nossa possibilidades, como tem vindo a acontecer nos últimos anos.
Ainda em passado recente se fez uma “ponta aérea” do Porto e de Lisboa com mais de 30 aviões comerciais a caminho de Dublim .Para ver um jogo de futebol… que a televisão transmitia!
Um país sem rei nem roque com dívidas para pagar até…sei lá quando.
Não tem nada que saber.
Quem vier depois do último que feche a luz.
E já agora também a porta!


JERO

sábado, 14 de maio de 2011

M - 355 BEYBLADE DE HOJE / PIÃO DE ONTEM

COMO OS TEMPOS MUDARAM.



Em passado recente o meu neto Pedro, de 9 anos, concorreu a uma eliminatória do Campeonato Nacional Beyblade. Quando ele saiu de casa a caminho do “Oeiras Parque” a expectativa da família era que ele passasse uma ou duas eliminatórias e…já teria direito a uma festa.

A mãe do Pedro acompanhava-o e ia informando os avós pelo telemóvel. A primeira notícia não foi nada animadora: concorriam 128 miúdos e o ambiente era uma enorme confusão. Obviamente os concorrentes eram acompanhados por familiares e onde caberiam habitualmente 100 pessoas estariam 300!
Mais uns minutos e o telemóvel tocou de novo: O Pedro passou a 1ª. eliminatória.
- Boa.Ganda Pedro, gritou o avô.
O Pedro passou a 2ª. eliminatória, informou pouco depois a mãe eufórica.
-Ganda Pedro.Força.Gritou o avô .


E a uma cadência regular os telefonemas sucederam-se.

Passou mais uma .Passou outra e…passou outra, e passou mais uma e…está na final.
Em casa os avós estavam entusiasmadíssimos.
O avô, mais “tarimbado” em jogos que a avó, disse que já tinha sido muito bom e conhecendo a auto-estima do Pedro, que está normalmente em alta, pensou para os seus botões :Quem é que o vai aturar !Finalista em 128 miúdos!!! Ora toma.
Dali para a frente a expectativa era que o Pedro já tinha chegado muito longe…e que 2º. lugar já seria excelente.
Mais uns minutos e telefona a Mãe.
Com uma voz muito calma informou: O Pedro ganhou.
A boa nova causou grande regozijo e logo o avô e avó rebuscaram cartão e lápis de cores para prepararem um cartaz para a recepção do Campeão do pião. Porque o “beyblade” é, ao fim e ao cabo, uma versão moderna e sofisticada do pião dos tempos do seu avô.
Quando chegaram o Pedro e sua mãe foram recebidos com os aplausos devidos. O Pedro falava pelos cotovelos e, de facto, o seu nível de auto-estima chegou a assustar-me. Mas passado algum tempo a mãe contou que o Pedro tinha visto um menino mais pequenino, muito triste, e tinha-lhe dado um dos seus prémios. Um “beyblade”, está claro. Aqui “reencontrei” o meu Pedro: generoso e menino exemplar. Acalmei …e continuámos a viver o momento feliz do nosso neto.
Mas as surpresas ainda não tinham acabado. O Pedro pede o computador portátil à mãe e pela sua mão acede facilmente ao “Facebook”. À procura de notícias do Campeonato de “Beyblade”, porque a organização lhe tinha tirado uma fotografia.
Momentos depois anunciava que um “novo” amigo lhe estava a dar os parabéns.
Com a mãe e o avô por perto foi-lhe chamada a atenção que “amigos” não se faziam assim tão depressa.
E quem era o novo “amigo”?
 Aqui o Pedro acalmou um bocado…
Todos fomos para a cama e, como não podia deixar de ser, fui dormir em cima de algumas recordações.
 O que fazia eu com a idade do Pedro?
Com 9 anos frequentava , tal como o Pedro, a 3ª. classe. Nos tempos livres jogava ao pião e à bilharda.
Ao pião não era grande especialista.
 À bilharda já tinha mais jeito.
Quanto a auto-estima era um menino discreto, com um excelente ambiente familiar em casa.
Computador? Não havia. Facebook? Nem pensar. Mas alguns amigos da Escola ficaram para toda a vida.
Alguns já partiram: João Peralta, Alberto “Caréu”, o “Xabita”.
Outros , felizmente, ainda por cá andam: João Carreira,António Manuel Lameiras, “Azeitona”. E muitos outros.
Como os tempos mudaram....
“Beyblades” versus piões. “Amigos” do Facebook” versus amigos do recreio, dos bancos da escola.
Uma coisa felizmente que se mantém. A importância de pais e avós no acompanhamento do crescimento dos meninos para a vida.


Felizmente que o meu Pedro é também vencedor nesse Campeonato.


JERO

P.S.- Depois de uma longa ausência faço "prova de vida".
 Tenho estado em "prisão domiciliária" devido à necessidade de uma cirurgia  a um joelho maior de 70 anos, que ainda não me deixa sentar muito tempo ao computador. Hoje foi a excepção.Por uma boa causa...digo eu.