Mais uma HISTÓRIA ConVIDA
José Canha dos Santos, nasceu em Chaqueda,( freguesia de Prazeres de
Aljubarrota) em 4 de Novembro de 1924 , sendo o filho mais novo de uma família
de 7 irmãos.
Fez a instrução primária com a Professora Maria Ilídia Figueiredo,
em Chaqueda, e começou a trabalhar aos
11 anos de idade “na barbearia de seu irmão Manuel, no Rossio, em Alcobaça.»
Viveu e trabalhou sempre em Alcobaça.
Casou com 30 anos de idade em Lisboa, na
Igreja da Graça, com Maria Augusta.
Desse casamento nasceu a sua única filha, a
Maria João, que conta agora 53 anos. Tem 2 netos – o João, com 22 anos e o
António, com 17 anos, que são estudantes.
Sempre viveu para o trabalho mas
arranjou algum tempo para ser columbófilo e praticar cicloturismo.
Mas também ofereceu a
si próprio viagens a Inglaterra,
Espanha, Brasil, Argentina e Paraguai.
À beira de completar a invejável idade de 88 anos surpreende
pela sua memória, qualidade de vida, interesses diversos e por continuar a
trabalhar na sua profissão de cabeleiro, que iniciou por conta própria em
Alcobaça ,no Hotel Galinha, às Portas de Fora, em 1952.»
Vive desde há uns anos a esta parte em Alfeizerão onde faz
de tudo para ocupar o seu tempo –
carpinteiro, pedreiro, jardineiro – e desloca-se 3 dias por semana – 4ª.,5ª. e
sextas feiras - ao seu salão de cabeleiro em Alcobaça para atender algumas
clientes muito antigas e dedicadas, que o continuam a preferir.
Já trabalhou 6
dias por semana mas infelizmente as suas clientes foram envelhecendo e
morrendo, o que o levou a reduzir o seu horário de trabalho.
O seu segredo para
a longevidade ?
« Estar ocupado e fazer o que se gosta. Fiz muito desporto ,
incluindo natação no Rio Alcoa, em Chaqueda, onde cheguei a ter um barco. Como
cicloturista fiz milhares e milhares de quilómetros.»
Mostra-nos jornais
portugueses e espanhóis onde são referidas essas façanhas desportivas, que
ocuparam uma parte importante da sua vida. Tem no seu salão um expositor com
troféus dessa modalidade, de columbofilia e de automóveis antigos.
Tem um
automóvel que é preciosidade – um “Datsum 1600” – com 41 anos de idade e que
trabalha como “um relógio”. É um dos seus orgulhos, que fez questão em nos
mostrar. «Daqui bocado, por volta das 5 e meia da tarde lá vou no meu “espada”
para Alfeizerão».
E que diz do actual “estado da nação” ? Nunca paguei tantos
impostos. Não me lembro de uma coisa assim! Vou trabalhar mais algum tempo no
meu salão mas já não compensa. Mas não me vou sentar a ver o tempo passar. Sei
fazer de tudo. Não me vou aborrecer. Sempre gostei de viver.»
Em 4 de Novembro próximo vai fazer, se Deus quiser, 88 anos. Uma bonita idade.
JERO