quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

M-152 Já chegou Dois Mil e dez


FELIZ ANO NOVO




FELIZ ANO NUEVO
BONNE ANNÉE
BUON CAPO d'ANNO
GUTES NEUES JAHR
BON ANY NOU
XIN NIAN YU KUAI
KAINOURIOS CHRONUS
SHANAH TOVAH
GELUKKIG NIEUWJAAR
BOLDOG UJEVET

M-151-O NOME DE DEUS EM VÃO





O nome de Deus em vão
Narrador
O homem é um fugitivo dos seus medos.
Um estranho construtor dos seus fantasmas.

Traz na sua certidão de origem o carimbo da limitação e uma singular ideia, apetência, intuição a que chama Deus. Estranhamente a sua natureza limitada foi capaz de conceber a ideia de infinito. Deus é o seu referencial, quer se diga crente ou descrente.

Soberbamente, ingenuamente, sincera ou cinicamente pretende agir…«em nome de Deus».

Estranha ideia a que o homem dá formas variadas, místicas ou aberrantes, surgindo como multidão de ídolos, projecção daquilo que o homem desejaria que fosse.
Na guerra a ideia de Deus surge como um encontro brusco, na porta do fim.

À distânca no tempo … um capelão militar e um Alferes num longínquo aquartelamento na fronteira Sul da Guiné…matavam o tempo .O final da comissão de dois anos ainda vinha longe. A conversa tinha sido longa …enquanto percorríam a paliçada em volta do quartel.

Fala do Alferes:
«E os homens do mato seriam religiosos? Teriam talvez a mesma crença, rezando aos mesmos santos? Ou invocariam Alá, ou o espírito da floresta, na esperança da sobrevivência, da vitória, do aniquilamento dos contrários…»
Nós, afinal, que nos julgávamos os bons em face dos outros, para eles éramos o último elo de todos os malefícios que tinham construído a sua opressão.
Seria a guerra deles contra a opressão ou simples extensão de ideologia, inexorável e dogmática, como todas as ideologias?

Que terá, de facto, a Divindade a ver com as fronteiras das nações ou com os sistemas do poder que os homens constroem?

O Cabo Aires passou à nossa frente debruçando-se sobre os abrigos e espreitando para dentro das camaratas.
Para ele a fé era simples: era fé.
Como estar ali era simples: era dever.
- Hora do terço – ia dizendo, como um rumor murmurado.
Os homens chegavam-se, pausadamente, como que condicionados por uma lembrança que depois adormecia nos actos da vida real. Ia quem queria. Estivesse por ali ou não o padre (o capelão militar), que fazia a deambulação dos quartéis.
Sentavam-se na camarata grande. O Cabo Aires orientava a reza. Diariamente. Com a precisão cíclica da necessidade.
A oração repetida, como lengalenga de cumprir, rolava num tom uniforme de murmúrio, cadenciada, própria de quem não tem cabeça para pensar muito mas apenas desejo inconsciente de estar bem consigo e com o desconhecido.
Dedilhavam as contas maquinalmente.
Sentava-me entre eles, como se o acto nivelasse galões e mandos, numa dimensão que nos irmanasse para além das aparências.
A fé é de facto um tremendo espaço em que o homem forçosamente pensa desejando não pensar. Não pensar muito. Que o pensar muito traz uma enfiada de interrogações a que não se vê o sentido. Ou então o sentido deverá estar noutro lado.
A fé é uma resposta de sentido ao absurdo da vida. Resposta ansiosa a uma cadeia de contradições sem resposta.
…Pouco antes, ao cair do sol, os africanos tinham posto as suas esteiras no chão e feito também a sua reza, também repetitiva, também murmúrio, também lengalenga de necessidade.
Apenas os ritos separavam ao homens brancos cristãos dos africanos quase todos muçulmanos ou islamizados.
Também eles a horas certas se juntavam debaixo de um mangueiro, em filas de recolhimento, executando o seu ritual de vénias, gestos e olhares.
Na mão usavam umas contas dedilhadas freneticamente, enquanto repetiam em coro ou sussurradamente :
Alá Akbaro! – Alá que estás no céu!

Rezava também com eles. Ficava em pé, atrás, em silêncio. Muitos soldados brancos chegavam-se também. O silêncio era afinal o nosso modo de rezar. A interrogação do ser e da certeza do incerto.

Alá Akbaro… Santa Maria Mãe de Deus…Agora e na hora da nossa morte…

Nunca percebi se, separadamente ou em conjunto, rezávamos cada um ao seu Deus ou a um mesmo Deus, que está para além das diferenças que o tempo criara.

Quando o padre estava no quartel, dizia missa ao amanhecer, sobre o capô de um jeep. Passava-se a voz, enquanto ele, bonacheirão, silencioso e interrogativo, estendia os panos e instrumentos do ritual sobre a chapa castanho-baça da viatura.
Todos assistiam, brancos, pretos, cristãos, muçulmanos, com o mesmo ar recolhido, compenetrado, com a mesma naturalidade.

O padre desenrolava os gestos do ritual da missa. A simbologia esfumara-se no passado. Os textos falavam de estranhas histórias de um povo longínquo e de um rabi bondoso.
Os homens seguiam em silêncio, olhando-se furtivamente, cristãos, animistas, muçulmanos, como se nos sentíssemos caminhantes de uma longa jornada comum de que não se sabe o fim.
Reconhecíamo-nos semelhantes por ser crentes.
O que era afinal “isso” a que chamávamos Deus?

O padre dobrava agora os instrumentos do ritual. O sol brilhava passando em faixas nos intervalos da folhagem dos poilões.

Aquele pensar solto durante a missa, era o resumo das longas conversas com os homens grandes da tabanca. Homem grande era homem velho, homem sábio.
Todos chegávamos à convergência de que acreditávamos num princípio, origem e fim, suporte de existência, raiz do que está para além do limite e do tempo.
O resto era apenas modo, expressão das crenças acumuladas, cada um com as suas.

Agarrávamo-nos àquela estranha vontade de sobreviver, como vontade de ser sempre e aversão ao desaparecimento.
E todo o sentido de vida se resumia à simplicidade das palavras:
Pai nosso que estais no céu…Alá Akbaro.

Adaptação de JERO a texto de LUÍS ROSA
In “Memória dos dias sem fim”.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

M150-CARTA DE EGAS MONIZ A D.AFONSO HENRIQUES


Corre na net que foi encontrado algues na Torre do Tombo uma carta de Egas Moniz a D.Afonso Henriques.
Eu não acredito mas...que a brincar se dizem verdades...dizem!
JERO

Carta de Egas Moniz a D. Afonso Henriques
Meu querido Afonso,Ou Afonsinho, como eu te chamava no tempo em que te educava junto às margens do rio Douro, quando foi do milagre.

Eras tão pequenino e enfezadinho.

Afonsinho, em que estavas a pensar quando mais tarde te zangaste com o teu Tio e fundaste Portugal?

Olha só no que deu essa tua travessura:

. No exame final de 12º ano, és apanhado a copiar, chumbas o ano; o primeiro-ministro fez o exame de inglês técnico em casa, mandou por fax e é engenheiro.

· Uma adolescente de 16 anos pode fazer livremente um aborto, mas não pode pôr um'piercing' (um prego nas trombas, mas em inglês diz-se assim) ·

. Um jovem de 18 anos recebe 200 € do Estado para não trabalhar; um idoso recebe de reforma 236 € depois de toda uma vida do trabalho.

· Um marido oferece um anel à sua mulher e tem de declarar a doação ao fisco. O mesmo fisco penhora indevidamente o salário de um trabalhador e demora 3 anos a corrigir erro.

· Nas zonas mais problemáticas das áreas urbanas existe 1 polícia para cada 2.000 habitantes; o Governo diz que não precisa de mais polícias.

· Um professor é sovado por um aluno e o Governo diz que a culpa é das causas sociais.·

. O governo incentiva as pessoas a procurarem energias alternativas ao petróleo e depois multa quem coloca óleo vegetal nos carros porque não paga ISP (Imposto sobre produtos petrolíferos).

· Nas prisões, são distribuídas gratuitamente seringas por causa do HIV, mas é proibido consumir droga nas prisões!

· Um jovem de 14 anos mata um adulto, não tem idade para ir a tribunal. Um jovem de 15 leva um chapada do pai, por ter roubado dinheiro para droga, é violência doméstica!

· A uma família a quem a casa ruiu e não tem dinheiro para comprar outra, o estado não tem dinheiro para fazer uma nova, tem de viver conforme pode. 6 presos que mataram e violaram idosos vivem numa cela de 4 e sem wc privado, não estão a viver condignamente e aí aassociação de direitos humanos faz queixa ao tribunal europeu.

· A militares que combateram em África a mando do governo da época na defesa do território nacional não lhes é reconhecido nenhuma causa nem direito de guerra, mas o primeiro-ministro elogia as tropas que estão em defesa das Pátrias do KOSOVO, AFEGANISTÃO E IRAQUE, não da Pátria que fundaste.

· Começas a descontar em Janeiro o IRS e só vais receber o excesso em Agosto do ano que vem; não pagas às finanças a tempo e horas, passado um dia, já estás a pagar juros.

· Fechas a janela da tua varanda e estás a fazer uma obra ilegal. Constrói-se um bairro de lata e ninguém vê.

· Se o teu filho não tem cabeça para a escola e com 14 anos o pões a trabalhar contigo num ofício respeitável, é exploração de trabalho infantil. Se és artista e o teu filho com 7 anos participa em gravações de telenovelas 8 horas por dia ou mais, a criança tem muito talento, sai ao pai ou à mãe!

· Numa farmácia pagas 0.50€ por uma seringa que se usa para dar um medicamento a uma criança. Se fosses drogado, não pagavas nada·

Afonsinho, de novo te pergunto e por favor responde-me: em que estavas a pensar quando fundaste Portugal?

Confessa lá o que foi. Agora todos estão desiludidos. Já te falarei um dia na corrupção. O Gonçalo Mendes da Maia que tu tanto criticavas por querer tudo, era um ingénuo, não era nada ao lado desta "boa gente", nossos descendentes.

Se vires a senhora tua Mãe, dá-lhe recados.

Um beijo do teu servidor sempre fiel,

Egas Moniz

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

M149- QUE GRANDE "31"


“Recauchutagem 31” comemorou, de maneira exemplar, 40 anos de vida empresarial

A “Recauchutagem 31” entregou 25 mil euros a 41 instituições no âmbito da "Acção de Solidariedade" comemorativa dos 40 anos da empresa e dos 20 anos dos Pneus do Alcoa.

Centro de Educação Especial, Reabilitação e Integração de Alcobaça (CEERIA), Bombeiros Voluntários de Alcobaça (BVA), e União Recreativa do Bárrio (URBA) foram os principais “vencedores”, escolhidos através de uma votação que decorreu entre 13 de Julho e 12 de Dezembro.

O CEERIA vai receber 2.500 euros, os Bombeiros de Alcobaça 2.000 e a URBA 1.500 euros. Mais 38 instituições irão receber 500 euros cada.

Carlos Marques, administrador das empresas Recauchutagem 31 e Pneus do Alcoa, considera que «estes vencedores mostram a importância que a sociedade lhes dá, enquanto instituições».

Notável a maneira de estar na vida desta Empresa que desde sempre assumiu um compromisso social com as Instituições da região em que está inserida. E a Fedima Tyres/Recauchutagem 31 promete, pela voz da Carlos Marques, continuar a lutar para ser uma das melhores do seu ramo, porfiando em ajudar quem mais precisa.

Em nome da comunidade ….Parabéns .

JERO


sábado, 26 de dezembro de 2009

M148- O QUE SABE SOBRE A REAL ABADIA DE ALCOBAÇA?



A Real Abadia de Alcobaça ou A Real Abadia de Santa Maria de Alcobaça foi uma senhoria clerical com um território de quase 500 km², situado entre a Serra dos Candeeiros e do Atlântico, abrangendo hoje em dia os concelhos da Nazaré e quase de Alcobaça, assim como a parte sul do concelho de Caldas da Rainha, tendo a sua sede no Mosteiro de Alcobaça.
Estas áreas foram dotes concedidos por D. Afonso Henriques ao abade da cisterciense Bernardo de Claraval no ano de 1153.
Ao longo de vários séculos, a abadia era um centro espiritual do país, tinha autonomia governamental e o seu abade era um dos mais altos conselheiros do rei.
Segundo reza a lenda, aquando da Reconquista, D. Afonso Henriques prometera a Maria, mãe de Jesus, construir um mosteiro em sua homenagem, caso ele conseguisse conquistar aos mouros a importante fortaleza de Santarém.
Em 1147, deu-se finalmente a vitória, levando D. Afonso Henriques a cumprir o prometido, oferecendo, em 1153, o território de Alcobaça ao Bernardo de Claraval.
Estes eventos encontram-se documentados nos azulejos azuis das paredes da Sala dos Reis do Mosteiro que datam do século XVIII.
Em 1178, os cistercienses iniciaram a construção do Mosteiro, tornando-se este um dos mais ricos e poderosos mosteiros da Ordem de Cister.[1]
Em 1833, os monges abandonaram-no, tornando-se este um local de atracção para os mais de 250.000 visitantes que anualmente o visitam.

Wikipédia Portuguesa

E quando visitou a última vez a Real Abadia de Alcobaça?

M147- JANEIRO - MÊS DOS GATOS





Janeiro – Mês dos Gatos
“Em Janeiro, a porco no sol e outro no fumeiro!”, “Ao minguante de Janeiro, corta o madeiro!”, “Os bons dias em Janeiro vêm-se a pagar em Fevereiro!”, “Janeiro greleiro, não enche o celeiro!”
Mas também há quem diga que: “Janeiro – Mês dos Gatos!”.



E porque será que Janeiro é dedicado aos mais astutos e que possuem mais estilo dos animais? Essa pergunta e outras curiosidades sobre esse animalzinho de estimação tão querido estarão aqui todas explicadas!
Quem disse que o melhor amigo do Homem é o cão? O cão pode ser um dos melhores amigos do Homem, juntamente, é claro com o nosso amigo Gato! Os gatos foram domesticados há cerca de 5 mil anos isso deve ter acontecido a partir do momento em que os homens deixaram de ser nómadas (isto é, fixaram-se numa terra e viveram lá por muito tempo). É possível que o gato tenha entrado nas casas junto com os ratos, que foram atraídos pela comida que nossos ancestrais passaram a guardar.Os egípcios foram os primeiros povos a ter admiração pelos gatos. Eles caçavam os peixes e pássaros, alem de eliminar os ratos. Os gatos eram tão valiosos que os egípcios criaram leis protegendo-o, além de ter um culto em seu nome. Os gatos eram sagrados no Egipto e alguns foram até mumificados.
De objecto de adoração a perseguição. O destino do gato sofreu uma mudança radical na Europa da Idade Média. O Papa Inocêncio III declarou que eles eram animais malignos e instrumentos do Diabo, assim, os gatos foram associados ao mal e perseguidos. Acreditava-se que o gato possuía poderes de magia negra e era companheiro de bruxas e feiticeiras. Pessoas suspeitas de maldade que mantinham gatos foram mortas, junto com seus felinos. Os gatos foram caçados, torturados e sacrificados.
Gatos Famosos- Félix, o Gato – é provavelmente o mais conhecido dos gatos. É preto e o seu rabo desprende-se do corpo e fica com a forma de Félix! É um mais velhinho, nasceu em 1900, portanto ainda no século XVIII. - Garfield – nasceu em 1978 e é o mais manhoso, chato e preguiçoso de todos os gatos, mas é também um querido. Adora comer lasanha e tem um amigo cão (Odie).- Tom (do desenho “Tom e Jerry”) - é um dos mais populares desenhos animados de todos os tempos. Nasceu em 1939 e fez sucesso o cinema e na televisão. - Sylvester (desenho Piu Piu e Sylvester) – quer sempre comer o passarinho amarelo de sua dona. Mas dá se sempre mal. Dos “Looney Tunes”. - Fígaro – é o gatinho do desenho animado “Pinóquio”. - Gato Cheshire – Gato da história da “Alice no País das Maravilhas”- Bola de Neve – é o gato de Lisa Simpsons dos desenhos “Os Simpsons”.- Manda Chuva – é um gato mafioso que tem uma gangue de gatos do beco como: Batatinha, Xuxu e Génio.
Os gatos vivem em média de 12 a 16 anos. Alguns podem alcançar de 20 a 22 anos, e já se ouviu dizer de outros que viveram trinta!
Curiosidade: Sabias que no sul da China e na Coreia do Sul, o consumo de carne de gato, cachorro e espécies como escorpiões e serpentes é bastante popular. Na China, consomem 10 mil gatos por dia. Eles dizem que a carne dos gatos mais velhos é mais tenra e saborosa, principalmente, os gatos de algália. (Bem, não podemos esquecer que há diferentes culturas e diferentes hábitos alimentares, como por exemplo, na Índia não se come carne de vaca, pois ela é considerada sagrada).
Crenças sobre os gatos:
- Na Holanda, os gatos não são permitidos nas salas onde discussões familiares privadas estão acontecendo, pois os holandeses acreditam que os gatos espalhariam as fofocas por toda a cidade. - Antigamente, na Itália, se um gato preto deitasse na cama de um doente, esse morreria. - Dizem que o gato é o animal mais difícil de morrer, pois tem sete vidas.- Quem mata um gato tem sete anos de azar. - Um gato espirrando é um bom presságio para quem o ouve.




E quanto a gatos ficamos hoje por aqui.
Afinal o mês deles só começa daqui a uns 5 dias...
Até lá …cuidado com o cão
.
JERO

M146-19 NOVOS FOGOS DE HABITAÇÃO SOCIAL EM ALCOBAÇA



CELEBRAR O NATAL… À PORTA DE CASA NOVA…

23 de Dezembro foi um dia importante para 19 famílias que passaram a ter condições de vida bastante melhoradas nos novos 19 fogos de habitação social de Alcobaça.
As razões para tal foram explicadas na porta principal da “obra nova”na Rua do Centro de Saúde. Em cerimónia presidida pelo Governador Civil de Leiria falaram o Presidente da C.M.A. Dr.Paulo Inácio, António Carvalho Rainho ,na qualidade de Presidente do Conselho de Administração da Fundação Maria e Oliveira, e o Dr. José Paiva, na sua qualidade de Governador Civil .

Na assistência esteve o Dr.Gonçalves Sapinho, anterior Presidente da CMA, que foi particularmente saudado pelos presentes na cerimónia.

A “obra” agora inaugurada tem especialmente a ver com diversas entidades. António Raínho, representando a FMO , disse sentir-se orgulhoso e muito feliz por finalmente se irem entregar as “19 chaves”, mas não deixou de lamentar que burocracias incontornáveis não tivessem permitido que a noite de Natal fosse já passada nas novas casas, com todo o conforto que estas novas instalações vão proporcionar.
Os agradecimentos foram extensivos ao Governador Civil pela sua presença no acto e também ao IRHU pela possibilidade que deu para a construção destas casas.
Nos agradecimentos foram ainda incluídos os Técnicos da Câmara, nomeadamente Engº. José António e Engª. Anabela Roque,
Para quem esteve atento aos discursos “oficiais” entendeu que o “Pai Natal” desceu pela chaminé com um “saco” da Construtora Costa & Carvalho, S A .
Nesse saco vinham os “méritos” da construção e “mãos cheias” de humanismo que permitiram entregar as casas aos arrendatários sem que todos os débitos estivessem regularizados. António Rainho referiu a propósito que «…assim se definem os Homens de Carácter e de Amor pelo próximo».
Esta obra soluciona uma parte reduzida dos problemas habitacionais do Concelho, conforme já tinha referido o Presidente Dr.Paulo Inácio , sendo necessário incrementar outras iniciativas que permitam pelo menos atenuar este complicado problema social.
Invocando o seu passado profissional o Dr. José Paiva ,Governador Civil de Leiria, referiu a especial obrigação dos utentes em tratarem com todo carinho e cuidado as suas novas casas, o que nem sempre testemunhou quando, na qualidade de médico, visitou casas deste tipo mal estimadas por quem as ocupava. Esta chamada de atenção foi feita de forma tranquila mas oportuna e naturalmente bem aceite pelos especiais interessados.
Seguiu-se a bênção das novas instalações a cargo do Rvmº.Padre de Alcobaça Carlos Jorge Vicente, que aproveitou a oportunidade para referir o espírito do Natal naquela entrega de novas habitações, manifestado aindo o seu prazer e disponibilidade para estar sempre presente em todas as manifestações de carácter social da sua nova Paróquia.

Registámos na palavra de António Rainho, da FMO, os custos da obra agora inaugurada:

- Custo global da obra, sem inclusão dos valores do terreno… 907.721,99 euros
- Comparticipação a fundo perdido do IRHU….............................................. 315.701,00 euros
- Financiamento do IRHU a pagar em 25 anos.............................................. 351.882,00 euros
- Capitais Próprios ............................................................................................. 240.138,99 euros.

A entrega das chaves a cada um dos arrendatário foi, como seria de esperar, o momento alto da cerimónia. As novas habitações, a serem mantidas no estado de higiene e limpeza que lhes são devidas, vão permitir que todos os seus utentes venham a beneficiar da qualidade de vida que bem merecem nesta (nova) fase das suas existências.
Foi uma digna celebração do espírito de NATAL…
JERO




quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

M145-UM FELIZ NATAL ESPECIAL


Para todos os amigos (e visitantes do meu blogue) que sofrem (da) pela Bola...

Um Feliz Natal especial!!!



FELIZ NATAL
JERO

domingo, 20 de dezembro de 2009

M144-QUEM SE LEMBRA DE JESUS ?


NATAL DE QUEM?

Mulheres atarefadas
Tratam do bacalhau,
Do peru, das rabanadas
-- Não esqueças o colorau,
O azeite e o bolo-rei!
- Está bem, eu sei!
- E as garrafas de vinho?
- Já vão a caminho!
- Oh mãe, estou pr'a ver
Que prendas vou ter.
Que prendas terei?
- Não sei, não sei...
Num qualquer lado,
Esquecido, abandonado,
O Deus-Menino
Murmura baixinho:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Senta-se a família
À volta da mesa.
Não há sinal da cruz,
Nem oração ou reza.
Tilintam copos e talheres.
Crianças, homens e mulheres
Em eufórico ambiente.
Lá fora tão frio,
Cá dentro tão quente!
Algures esquecido,
Ouve-se Jesus dorido:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Rasgam-se embrulhos,
Admiram-se as prendas,
Aumentam os barulhos
Com mais oferendas.
Amontoam-se sacos e papeis
Sem regras nem leis.
E Cristo Menino
A fazer beicinho:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
O sono está a chegar.
Tantos restos por mesa e chão!
Cada um vai transportar
Bem-estar no coração.
A noite vai terminar
E o Menino, quase a chorar:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Foi a festa do Meu Natal
E, do princípio ao fim,
Quem se lembrou de Mim?
Não tive tecto nem afecto!
Em tudo, tudo, eu medito
E pergunto no fechar da luz:
- Foi este o Natal de Jesus?!!!

(João Coelho dos Santos in Lágrima do Mar - 1996)
___________

sábado, 19 de dezembro de 2009

M143- NOVO LIVRO DE LUIS ROSA


MEMÓRIA DOS DIAS SEM FIM"é o romance mais recente de Luís Rosa

Autor de "O Claustro do Silêncio", "O Terramoto de Lisboa e a Invenção do Mundo", "O Amor Infinito de Pedro e Inês", "Bocage – A Vida Apaixonada de Um Genial Libertino" e "O Dia de Aljubarrota" Luís Rosa não pára.

Lançou mais um livro. "Memória dos dias sem fim"são as suas recordações da Guiné, onde terá combatido entre 1964 e 1966.
…É um livro com uma enorme carga poética e em que se procura responder ao acervo de inquietações de quem combateu e aprendeu a crescer, guardando saudades e regressa ao teatro dos acontecimentos sem rancores nem pedidos de explicação.

São sucessivos episódios, balizados pela cronologia de quem parte para a sua viagem no cais do Pidjiquiti e regressa à Guiné reencontrando-se em Lisboa com um comandante de uma unidade de guerrilha do Sul da Guiné.

É desse cais do Pidjiquiti que ele partirá para Sangonhá, o seu destino era a fronteira sul, além-Cacine, que ele assim define: “Um corredor estreito de cerca de três quilómetros, esganado entre o rio Cacine e a linha imaginária da fronteira. Terra de imprevistos, onde a guerrilha se movia à vontade, e se construía uma linha de quartéis, tentando conter a infiltração”.

Durante a viagem, dá-se uma versão da revolta que ocorreu em 3 de Agosto de 1959, o que historicamente está provado que não foi assim, já havia movimentos independentistas em gestação, o massacre de 3 de Agosto foi mais um detonador de consciências de que o fermento da luta armada.

O narrador fascina-se com o relato do comandante Nalu sobre os acontecimentos do Pidjiquiti e rende-se às belezas das florestas, ao rendilhado das águas, ao imputo do tornado e, enfim, a sua embarcação chega a Cacine. Sabemos agora que o narrador é alferes, coube-lhe a missão de construir um quartel em Sangonhá, entre Gadamael e Cacine.

A partir de agora, os acontecimentos precipitam-se. Entra em cena o Costa, o mais importante comerciante de Cacine, dono do “Paraíso”, o bordel local. Mais tarde, por detrás das defesas sólidas do quartel de Sangonhá, onde se misturavam “soldados, população, galinhas, cabras, crianças correndo inconscientes, armas montadas, camiões e tudo mais da ordenada desordem da guerra”, o alferes vai ver um clarão enorme sobre a floresta para os lados de Cacine, ficará a saber que o “Paraíso” estava a arder, bidões de petróleo e aguarrás, panos e óleos ajudaram ao extermínio rápido. Luís Rosa vai desfiando tudo aquilo que nós vivemos: os casamentos entre nativos, a exploração colonial; o corpo jazente de um guerrilheiro com a massa encefálica ao lado; as populações obrigadas ao jogo duplo; as morteiradas vindas da República da Guiné; os abastecimentos e a coexistência entre os barcos de guerra e as embarcações de pesca.

Mas também a chegada de grandes contingentes, a apresentação dos outros participantes daquele mesmo palco, os de Ganturé, Buba, os fulas de Gabu, veteranos de cavalaria de Aldeia Formosa, uma vasta força que se movia para criar uma linha de quartéis até Cacine. O nosso alferes fica em Sangonhá onde, num frenesim se construíram as defesas, espessas paredes de chapas abertas de bidão, profundas fossas circulares, abrigos.São dias e noites em que os blindados Fox andarão de um lado para o outro, seguir-se-ão flagelações, emboscadas, haverá mortos. Um ferido agonizante será despachado com um tiro de misericórdia.

O alferes de Sangonhá vai ganhando familiaridade com a morte.

Ele vai descobrindo que a guerra é loucura, que entre esta e a normalidade há uma fronteira imprecisa, que há prisioneiros indomáveis e outros resignados, há gente que parte para o mato com a resolução de enveredar pela guerrilha, há gente que regressa e tem que jogar o jogo do bom. O alferes assiste aos impulsos sexuais de quem o cerca, descobre que a intolerância não resolve nada, vê Muçulmanos a beber álcool às escondidas, aprende os temores do Irã, força todo-poderosa venerada pelos animistas. O alferes assiste ou tem notícia da brutalidade que vai escorrendo por aqueles que descobrem que são carrascos, verdugos a quem nunca se pedirá contas, como o caso daquele alferes que vai punir um denunciante que levou informações para a guerrilha e que depois confessou tudo: o homem depois vai cavando a pequena vala que haverá depois de ser a sua sepultura, o carrasco manda deitar o condenado na cova, soa depois um tiro, o carrasco corta uma orelha à vítima. Por vezes, o alferes sai de Sangonhá, descreve as belezas envolventes, mas também as vicissitudes e os trabalhos quotidianos: “Gadamael servia de ancoradouro e descarga das lanchas de desembarque e batelões vindos de Bissau com o abastecimento.

Uma vez por mês surgiam no horizonte do rio.

Os homens das lanchas tinham pavor do mato e ficavam sempre temerosos de que uma emboscada surgisse no imprevisto da floresta...

.Para além do som arrastado do rádio, apenas o avião de ligação, à quarta-feira, sobrevoava o quartel. Olhávamo-lo como ave que vinha da terra de gente onde não havia tiros. Desenhava um círculo e atirava o saco de correio cheio de aerogramas. Depois fazia um abanar de asas e afastava-se, como ave-do-paraíso regressando ao seu mundo sonhado”.

No isolamento, contam-se os dias, rasga-se uma pista de aviação a pensar em melhorar o abastecimento e para evacuar os feridos.

O alferes interroga-se sobre a ideia de Deus, sobre a presença do padre, o papel das crenças e as manifestações da religiosidade. Por vezes, o alferes é açoitado pelo destino e marcado pelas perdas irreversíveis.

É o caso da morte do Braga, homem de sete ofícios. O Braga fez ao alferes uma bela cadeira em pau-rosa, modelo único: “Sem um prego ou parafuso, apenas o conjunto suportado por espigas, harmoniosamente concebidas, num equilíbrio e estabilidade perfeitos, desencaixando-se num ápice e ficando reduzida a um molho de pequenas travessas, enroladas num pano, que um alfaiate nativo tinha feito, para servir de assento e embrulho”. Depois o Braga parte para uma retaliação com uma força comandada pelo capitão Garcia Leandro.

Antes, recorda o alferes, houvera um pungente episódio de um morticínio de um bando de macacos-cães, atingido em cheio por uma granada de morteiro: “Os corpos aos bocados, às dezenas, espalharam-se em volta. Os outros, os que escaparam e os semivivos, lançavam gritos lancinantes, enchendo o espaço, ecoando na floresta, como se fossem gente”.

Pois bem, os homens de Sangonhá vão até Marela, um santuário do PAIGC, em manobra punitiva. Os guerrilheiros são apanhados de surpresa, Marela torna-se, na confusão e protecção de um dia que amanhece, um campo juncado de cadáveres.

A força comandada por Garcia Leandro retira com o Braga, morto em dia aziago.

Ao alferes fica a cadeira do Braga: “A obra está sempre completa no ponto em que a deixamos”.Há ainda muito mais coisas a dizer do alferes e o livro é merecedor da nossa atenção (“Memória dos dias sem fim”, por Luís Rosa, Editorial Presença, 2009).

Recensão(parcial) do Dr.Beja Santos in blogue de “Luís Graça e Camadas da Guiné.”
19.Dezembro. 2009

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

M142-E O CADAVAL AQUI TÃO PERTO !



Moinho das Castanholas


Graças à ADEPA e ao dinamismo do seu director António Rosa visitámos em 13 de Dezembro último a Vila do Cadaval.

Entre vários locais de interesse registámos,pela sua originalidade, o Moinho das Castanholas.
O Núcleo Museológico do Moinho das Castanholas foi inaugurado no dia 13 de Janeiro de 2006.

Este moinho de armação metálica situa-se na vila do Cadaval, junto da Adega Cooperativa. Foi construído em 1948 e tem quatro casais de mós que podiam moer trigo e milho garantindo a sua altaneira torre uma elevada produtividade. Terminou a sua actividade em 1995.

A Câmara Municipal do Cadaval adquiriu este moinho para o conservar como um testemunho da actividade industrial moageira que existiu na vila do Cadaval e como um elemento importante do património cultural do concelho.

Com a criação de um Núcleo Museológico espera-se que este moinho possa servir como um equipamento cultural e educativo para os estudantes e a população em geral.

O moinho alberga uma exposição onde são abordados os moinhos do concelho do Cadaval e os seus diversos tipos, o trabalho dos moleiros e o Ciclo do Cereal nas suas diferentes fases como a lavra, a sementeira, a ceifa, a debulha, a limpeza do grão, o seu armazenamento e, por fim, a moagem.
Para a visita do público deverá ser contactada a Câmara Municipal do Cadaval / Pelouro da Cultura pelo telefone 262 690 181 ou o Museu Municipal do Cadaval pelo telefone 262 691 690.
Recomendamos a sua visita.
E quanto a Alcobaça? Museus? Núcleos Museológicos?
Poderá acontecer um ano destes!
Tenhamos fé e...paciência...

JERO

M141-FILHOS DE PORTUGAL

O ZÉ FAZ FALTA

O Vereador do Ambiente, Espaço Público, Espaços Verdes, Higiene Urbana e Mercados José Sá Fernandes custa ao orçamento da Câmara Municipal de Lisboa 20 880 euros por mês?
E porquê?
É só fazer as contas.
Tem na sua retaguarda um “staff” que engloba nove assessores técnicos, uma secretária e um coordenador de gabinete, além de um motorista para o vereador, um motorista para o gabinete e um contínuo - tudo a recibo verde.
"O Zé faz falta"?
Claro que sim: faz a maior falta a estes 11 “avençados”!
CONTRATO PRESTAÇÃO SERVIÇOS - 11 PESSOAS
Nome - Função/Origem/Contrato - Categoria/Vencimento (euros)
Alberto José de Castro Nunes - Assessor (50%) Renovação - 1.530 ,00Ana Rita Teles do Patrocínio Silva - Secretária (100%) Renovação - 2.000.00 António Maria Fontes da Cruz Braga - Assessor (50%) Renovação - 1.530,00 Bernardino dos Santos Aranda Tavares - Assessor (100%) Renovação - 2.500,00Carlos Manuel Marques da Silva - Assessor (50%) Renovação - 1.530,00Catarina Furtado Rodrigues Nunes de Oliveira - Assessora (100%)Renovação - 2.500,00Maria José Nobre Marreiros - Assessora (50%) Renovação - 1.530,00 Pedro Manuel Bastos Rodrigues Soares - Coordenador do Gabinete (50%) Renovação - 1.730,00Rui Alexandre Ramos Abreu - Secretário (100%) Renovação - 2.000,00Sara Sofia Lages Borges da Veiga - Assessora (50%) Renovação - 1.530,00 Sílvia Cristóvão Claro - Assessora (100%) Renovação - 2.500,00






FONTE:Tribunal de Contas - Portugal

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

M140-À DISTÂNCIA NO TEMPO



LUIS GRAÇA E CAMARADAS DA GUINÉ

1. Mensagem do JERO (aquele rapaz de Alcobaça, que na outra encarnação foi Fur Mil Enf , CCAÇ 675, Binta, 1964/66)(*), com data de 7 do corrente:
Assunto - Página de um Diário de Guerra (Memória)

Caro "Comandante":

Na esperança de te dar um abraço ainda este ano - conto estar uns dias por Oeiras a partir de 16 deste mês - lembrei-me de te escrever hoje depois de ler a arrepiante viagem do Alouette II até ao HM 241 (P5420) (**).

Também nos meus tempos passei pela complicada experiência de meter feridos da minha CCaç 675 nesses assustadores "caixões" que ladeavam os helis [Al II].

Um deles foi o Capitão Tomé Pinto, Comandante da Companhia, ferido numa patrulha a Santacoto no longínquo dia 5 de Agosto de 1964.

Há uns anos atrás escrevi um poema que nunca tive a "lata" de mostrar a ninguém. Com a idade perde-se a vergonha e aqui vai o dito. Para ti, caro Luís, votos de boa saúde e de calma. Fico preocupado contigo quando te vejo a "combater" em tantas frentes...Um grande abraço e até breve.
Assim o espero.JERO

PÁGINA DE UM DIÁRIO DE GUERRA
(MEMÓRIA)

À distância no tempo... recordo sons!
Numa selva de imagens
recordo militares agitados...
Lembro a floresta, o caminho estreito.


À distância no tempo... os ruídos esbateram-se!
Ficaram imagens...
Deitado na viatura da "Breda" está ferido o capitão,
Pálido, de camuflado rasgado... mas comandando.

Ordens e gritos... Militares disparando...correndo,
lutando à voz do seu capitão exangue...
Saindo da floresta
que para trás ficava de novo silenciosa!

À distância do tempo... volto a ouvir
Algures vindo do céu, antes da vista o ter visto,
O barulho inconfundível das pás do helicóptero.

O sangue deixou de correr,
a palidez das faces atenua-se,
e aparecem os primeiros sorrisos.

Estão nítidos na minha memória
os companheiros
que ficaram para a vida, toda a vida.

À distância no tempo... Do inimigo de então
que tantas vezes ouvimos e não vimos,
sem ódio, sem ressentimento, quase nada recordo.

À distância no tempo... recordo homens, irmãos!
Na memória do tempo
À distãncia ...
Sem ódio, sem ressentimentos
Com paz!

JERO

[Revisão / fixação de texto : L.G.]

M139-QUE SUCATA DE PAÍS É ESTE?


Qualquer semelhança com uma oferta feita a um banqueiro actualmente em situação de "suspensão" é pura coincidência...
Uma coisa é certa. A LOTA CONTINUA.
Fonte: Peixaria Nacional

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

M138-LINHAS DE TORRES


Visita às Linhas Defensivas de Torres Vedras

Visitámos com a ADEPA no passado dia 13 de Dezembro as Linhas Defensivas da Península de Lisboa, mais conhecidas por Linhas de Torres Vedras.
Estas “linhas” são compostas por um conjunto de centenas de obras de engenharia que vão desde fortificações equipadas com artilharia até a trincheiras, escarpados, postos de comunicação telegráfica e estradas militares. Para suster a terceira invasão francesa, conduzida por Massena, Arthur Wellesley, enquanto comandante das tropas luso-britânicas, definiu a estratégia para o confronto com os exércitos napoleónicos através da construção de linhas defensivas, em 1809/10.A linha mais avançada ligava Alhandra à foz do rio Sisandro, passando por Torres Vedras, seguida por outra linha desde Alverca até ao oceano, passando por Mafra. Uma terceira linha de protecção a um eventual embarque de tropas britânicas, em caso de derrota no confronto, foi implantada desde Carcavelos a Oeiras e Paço de Arcos. Também na margem Sul do Tejo se realizaram obras militares para a fortificação da costa, em Almada e em Setúbal, para a defesa do seu porto. Devido à erosão do tempo e à acção do homem já pouco resta da terceira linha nos municípios de Cascais e Oeiras.
A visita começou no Museu Leonel Trindade, em Torres Vedras. Esta visita ao Museu permitiu conhecer a maqueta global destas linhas defensivas. Visita guiada com ampla informação histórica, terminando a lição dos "seguidores"" de António Rosa, da ADEPA, no Forte de S.Vicente.
É impossível não se ficar impressionado por estas extraordinárias Linhas de Torres, construídas com enorme sacrifícios de militares e civis portugueses, que conseguiram estancar as forças napoleónicas. A “estrela” do Imperador Napoleão Bonaporte começou a empalidecer em Torres Vedras.
Fica a uma hora de Alcobaça .

É obrigatório dedicar um dia das nossas vidas a visitar estes extraordinários testemunhos da História de Portugal, que aconteceram há 200 anos.

No tempo dos nossos tetravós.
JERO



NÃO PASSARÃO...



Invasões Francesas

200 Anos
Após as duas invasões francesas, de Junot e Soult, entre finais de 1807 e 1809, vivia-se em Portugal um clima de medo, sob a ameaça de uma nova invasão, com o rei ausente no Brasil.
Procurando organizar a defesa do pais contra uma eventual nova invasão, Arthur Wellesley, futuro duque de Wellington, inspirado nos trabalhos de Neves Costa, mandou construir um conjunto de fortificações, pondo a natureza ao serviço da estratégia militar.
O Memorando dirigido a Fletcher, a 20 de Outubro de 1809, ordenava o reconhecimento do terreno e a fortificação dos pontos mais convenientes e defensáveis, criando um sistema de defesa a Norte de Lisboa, que viria a ser conhecido por Linhas de Torres Vedras – três linhas com um total de 152 redutos e 600 peças de artilharia, um sistema de comunicações com postos de sinais, defendido por cerca de 140 mil soldados portugueses, britânicos e espanhóis, bem como tropas portuguesas não regulares, estendidos ao longo de mais de 88km, o maior sistema de defesa efectiva na história, construído entre 1809 e 1812, sob a direcção do Tenente-coronel britânico Richard Fletcher.
Em Setembro de 1810, Napoleão, determinado a vencer a Guerra Peninsular, enviou o seu marechal André Masséna, com 65 mil homens, para invadir novamente Portugal.
As suas tropas chegaram diante das Linhas de Torres Vedras, então com 126 redutos de defesa construídos.
Todavia, não as conseguiram ultrapassar, tendo sido obrigados a retirar.
A derrota marcou o inicio da queda de Napoleão, dando aos acontecimentos de Portugal, e particularmente da região de Torres Vedras, uma dimensão europeia.
E NÃO PASSARAM!

sábado, 12 de dezembro de 2009

M137-370 ANOS DEPOIS UM NOVO HERÓI DA HISTÓRIA DE PORTUGAL


370 ANOS DEPOIS



PORTUGAL E BRASIL DESCOBREM UM NOVO HEROI !



Em 2009, ou seja, na actualidade percorrer 10.000 quilómetros na Amazónia é sem dúvida um feito, que estará ao alcance de poucos.

E que pensar de quem o fez em 1639!?

O herói chama-se Pedro Teixeira e nasceu em Cantenheda. Foi protagonista desse extraordinário feito quando já contava 67 anos!

Simplesmente extrordinário.

Nunca é tarde para honrar a memória de Pedro Teixeira.
Ou, por outras palavras, mais vale tarde do que nunca.


JERO

10.000 QUILÓMETROS PELA AMAZÓNIA EM 1639


Brasil:História do navegador Pedro Teixeira



10 de Dezembro de 2009, 21:04
Brasileiros e portugueses uniram-se para resgatar a memória do militar e navegador português Pedro Teixeira, homenageado hoje numa sessão especial do Senado, após quase quatro séculos da sua expedição pela Amazónia.


...A grande aventura de Pedro Teixeira começou em Outubro de 1637, quando o navegador foi escolhido como chefe da expedição que concretizaria, dois anos depois, o ambicioso plano de conquistar o Alto Amazonas, à frente de 2500 homens, em cerca de 50 canoas.


A expedição contou com a ajuda de mais de mil índios que chamavam a Pedro Teixeira "Curiuá-Catu" ("Homem Branco Bom").



O regresso a Belém deu-se a 12 de Dezembro de 1639, após uma viagem de mais de 10 mil quilómetros, que resultou na anexação de 4,8 milhões de quilómetros quadrados para a Coroa de Portugal.


Em Fevereiro de 1640, Pedro Teixeira foi nomeado para o cargo de capitão-mor do Grão-Parã, mas morreu no ano seguinte, em Belém.


Os recursos para a recuperação da memória fragmentada de Pedro Teixeira foram garantidos pela Portugal Telecom, que também hoje divulga em Brasília, à margem da sessão especial do Senado, a criação de um prémio com o nome do navegador, para preservar a sua vida e obra.



sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

M136-HISTÓRIA REGIONAL

Arte Equestre e Praça de Touros da Nazaré
Nos séculos XVIII e XIX a arte agrícola consumia quase integralmente o território da comarca de Alcobaça. A criação de gado equino e bovino (bois de canga e açougue, touros e cavalos) estava limitada a algumas pastagens nos campos do Valado e Alfeizerão (nomeadamente na Quinta do Campo e na Quinta de S. José de Alfeizerão).
O Mosteiro de Alcobaça possuía uma coudelaria na Quinta do Campo. A tradição da coudelaria da Quinta do Campo não perdeu todavia os pergaminhos com a extinção da Ordem em 1834. Na Exposição distrital de gado (1863), a imprensa enaltece o proprietário da Quinta do Campo, dado o seu empenho em “apurar as raças, de que deram exuberantes provas com a exposição de magníficos reprodutores”. Por seu turno, o Relatório Agrícola de 1856 lembra o valor do gado equino dos campos de Alfeizerão:
“A raça equina de Alfeizerão, sem ser propriamente fina, era uma raça boa e muito acreditada. O cavalo não era grande, mas atingia ordinariamente a marca para a remonta da cavalaria do exército. Era nervoso, sanguíneo e muito aturador, colo comprido, pouco farto de crina, um tanto delgado e graciosamente contornado, cabeça sobre o comprido, mas descarnada, orelha grande, boa venta, olhos vivos, peitos e mãos excelentes, quarto traseiro descaído e pernas curvas. Tais eram os caracteres distintivos da raça em que parece havia muito de Alter. Uma grande parte dos cavalos eram zainos, tinham fama de ásperos, mas de excelentes depois de adestrados”.
Era este gado que animava as artes circenses e tauromáquicas nas praças improvisadas do Sítio da Nazaré, Alcobaça e Alfeizerão.
Por meados do século XIX, estava sedeada na Nazaré uma Companhia Equestre dirigida por um cidadão de nacionalidade espanhola. João Arnoll, Director da Companhia Equestre, encomenda, em 1854, a construção de uma praça de madeira no Sítio da Nazaré. Esta praça possuía 170 palmos de diâmetro, cercada até 24 palmos, possuía vinte camarotes que podiam albergar individualmente seis pessoas e um camarote para a música.
No ano de 1866, os notariais registam a sublocação da praça de touros (propriedade da Real Casa da Nossa Senhora da Nazaré) por parte de João Pereira Penteado e João Pereira da Conceição, da Quinta do Pinheiro, a dois empresários da Golegã. O contrato envolvia o pagamento de 165.000 réis e a cedência em cada tarde de corrida de um bilhete de camarote e seis de bancada do lado da sombra. Em contrapartida, o gado envolvido nas lides tinha pasto na Quinta do Pinheiro.
Já em 1881 levantámos um contrato de arrendamento, celebrado entre Roberto da Silva Barbosa da Atalaia/Barquinha e Vitorino de Avelar Fróis de Alfeizerão. Neste contrato, Roberto Barbosa declara que construiu uma praça de touros num terreno que aforou à Santa Casa e que arrenda o imóvel por 12 anos, com a renda anual de 150.000 réis. O arrendatário reserva o direito de dar as três touradas nas Festas da Nazaré.
Vitorino Fróis volta a arrendar em 1891 a praça de touros à Real Casa pelo prazo de 12 anos. O rendeiro obrigava-se a dar as três touradas nas festas da Igreja da Real Casa, salvo ocorrência de epidemia ou transvio da ordem pública. O rendeiro ficava obrigado a conceder aos membros da administração da Santa Casa o camarote do centro, assim como 20 bilhetes de sombra em todas as touradas e divertimentos. Para além dos 201.000 réis de renda anual, tinha ainda de suportar os custos do seguro de incêndio e a contribuição industrial. Em caso de fogo a Santa Casa responsabilizava-se pela reconstrução da praça.
Voltamos a ter notícias do arrendamento da praça em 1910 pelo período de quatro anos. O rendeiro, César Coelho da Silva, da Nazaré, tem como fiador Vitorino Fróis. A renda anual de 600.100 réis é paga faseadamente, uma primeira tranche a 1 de Setembro e a segunda no último dia de festas de cada ano. Fica ainda obrigado a dar “no dia 8 de Setembro qualquer diversão tauromáquica, e na sexta-feira e sábado em que se realizarem as festas da Igreja da Real Casa”. Caso falhasse a este compromisso pagava de multa 400.000 réis. À semelhança da escritura anterior tinha de ceder o camarote do centro à Real Casa, assim como 15 bilhetes de sombra e 10 de sol em todos os espectáculos. Tinha ainda de assumir os danos causados por bois e cavalos nos curros e trincheiras e repor utensílios danificados pelo uso.
As praças de madeira provisórias, que os estragos do tempo e os incêndios destruíam de forma recorrente deram, finalmente, lugar a uma praça de alvenaria. Em Janeiro de 1892, os notariais registam a adjudicação da reconstrução da praça ao mestre pedreiro Joaquim Matias Silvério da Praia.
Comprometia-se o empreiteiro a dar por finda a obra em Julho do mesmo ano, sendo o atraso diário de entrega sancionado em 9.000 réis. Poderá não ser esta a versão definitiva da obra que podemos actualmente contemplar.
António Valério Maduro








M135-APONTAMENTOS TAURINOS




HISTÓRIA DA TAUROMAQUIA
Rogério Perez, Pepe Luís, Fernando Baptista, Leopoldo Nunes, Nizza da Silva e Jayme Duarte de Almeida publicaram a (excelente) História da Tauromaquia em 1953.

Eis algumas linhas sobre o princípio do século XX (e a mudança de regime):


."Neste princípio de século outro facto ficaria a assinalar o toureio equestre da nossa terra: a morte de Fernando de Oliveira, ocorrida na praça do Campo Pequeno na tarde de 12 de Maio de 1904.
. ..

Mais tarde, por volta de 1866, a praça da Nazaré era testemunha de outro desastre impressionante, pouco conhecido e lembrado pela modesta categoria do lidador que, só através do sacríficio da própria vida conseguiu passar à posteridade. Foi o cavaleiro Maradas que um toiro de Francisco Bate-folha trespassou, pondo termo a uma carreira humilde como as que mais o foram.


Fernando de Oliveira, pelo contrário, era um nome de relevo na tauromaquia nacional e porque é, a bem dizer, uma figura contemporânea, esse facto dá uma presença ainda impressionante ao desastre ocorrido nessa tarde de Maio, na arena lisboeta. Por isso, o relevo que tomou a tragédia perante a história tauromáquica de Portugal e, sobretudo, nos anais da praça do Campo Pequeno.
.Corriam-se toiros do Marquês de Castelo Melhor e de Vitorino Fróis, cinco de cada ganaderia. Com Fernando de Oliveira toureavam a cavalo José Bento de Araújo, Simões Serra e Joaquim Alves. Ambiente de alegria, enriquecido com a presença da Família Real.
.O primeiro toiro, de Vitorino, foi lidado por José Bento de Araújo, saindo para o segundo Fernando de Oliveira, montando o seu cavalo Azeitona, que o toureiro havia comprado a Pinto Barreiros. Quando entrou na praça o toiro do Marquês de Castelo Melhor, número trinta, Ferrador de nome, causou espanto a sua corpulência. Mas não era verdadeiramente bravo. Dava até sintomas de já conhecer a lide, talvez em resultado da retenta a que fora submetido com o fim de o destinarem para semental. Fernando de Oliveira conseguiu prender-lhe o primeiro ferro à custa de lhe pisar os terrenos. Castigado, o toiro tornara-se mais perigoso ainda, e quando o cavaleiro tentou nova sorte, desta vez à meia volta, arrancou com furioso ímpeto, e, apanhando a montada pelas pernas, ergueu-lhe a garupa, foçando o cavaleiro a ser lançado ao solo. A queda fora desastrosa e o cavalo cairia também, embrulhando-se toureiro e montada ante a decidida investida do toiro. Surgem os toureiros ao quite, o cavalo corre desordenadamente pela arena, mas Fernando conserva-se no solo, inanimado. Surge a impressão da tragédia irremediável, o que poucos momentos depois se confirmaria.
(Fernando d'Oliveira em 1903 - documento de Rui Araújo.)
.
Não é fácil, nas circunstâncias em que o desastre se deu, pormenorizar a acção até se apurar o golpe que terá vitimado o toureiro. Como geralmente acontece em casos desta natureza, as opiniões foram diversas. Diziam uns que o toiro não chegou a alcançar o toureiro que, caindo desamparadamente no solo, teria sofrido a fractura da base do crânio; afirmavam outros que essa fractura fora provocada pela pancada de um estribo; garantiam outros ainda que o cavalo, ao levantar-se, teria atingido o cavaleiro com um coice, e, por último, houve quem asseverasse que após a colhida, pretendendo levantar-se, Fernando de Oliveira esteve um momento de joelhos, o suficiente, porém, para que o toiro investisse, tornando irremediável o desastre.

Fosse como fosse, nessa tarde de 12 de Maio de 1904, a tauromaquia portuguesa vestia crepes pela morte desse valente toureiro, que soube cativar a simpatia de todas as classes sociais e a admiração dos exigentes, pelo seu correcto toureio e pelas invulgares qualidades de equitador.
.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

M134-MEMÓRIAS DE TEMPOS DIFERENTES

E a Nazaré aqui tão perto






LISBOA-BISSAU EM NOVE HORAS

Aeroporto de Bissalanca...
noutros tempos...
há muito tempo.
Memória em 2009 de vôo de 1964.
JERO





quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A "CABREIRA"

M133-A VINGANÇA SERVE-SE FRIA


A vingança serve-se fria…

Na região de Sever do Vouga o Inverno não se vai embora às primeiras…
Ainda havia neve na “Cabreira” e o “Teixeira” roncava…
Carolina (nome fictício) aquecia-me junto à lareira da cozinha da casa dos pais e escrevia mais uma carta ao seu namorado, que cumpria serviço militar no Quartel de Viseu.
Estávamos em 1955.
Namoram há 3 anos e meio…Logo que ele saísse da tropa casariam...Pensava a Carolina!
O pai trabalhava de sol a sol nas suas terras de Rocas do Vouga e não se metia no assunto. Tinha mais em que pensar..
Um dia apareceu-lhe o António. Era filho de uma família com muitas terras na região. Já passara dos 30 e era um homem feito mas não “bem-feito”.Por outras palavras era ,aos olhos das raparigas da aldeia, feio como os trovões.
Pediu respeitosamente ao pai da Carolina para falar de um assunto. Assunto sério: queria casar com a filha. O pai da Carolina ficou de lhe dar uma resposta.

Conheci a Carolina há poucos dias. Mais propriamente no último mês deste ano. Dezembro de 2009.Ia acompanhado de um seu primo , que me tinha acabado de mostrar as belezas da região de Arões. Couto Esteves. Cerqueira e a sua anta de corredor, Catives, Mouta, Covões e pequenas igrejas, bem cuidadas e limpas. Nos intervalos de algumas chuvadas e aguaceiros descíamos e subíamos vales, com os roncos do Rio Teixeira por perto. A Serra da Cabreira adivinhava-se ao fundo mas mal se via devido à neblina.
Num curva de uma estrada estreita entre pinheiros e eucaliptos avistámos uma casa de primeiro andar, junto de alpendoradas com os vinhedos próprios da região. O meu amigo da vida militar, que fazia de cicerone, lembrou-se que naquela isolada região vivia uma prima e fomos visitá-la.
Curiosamente a Carolina, sozinha em casa e sem estar prevenida da visita, recebeu-nos sem problemas e sem qualquer receio aparente, embora não tenha reconhecido à primeira o seu parente Mendonça (nome fictício), que já não via há tanto tempo.
Percebi facilmente que a velha senhora gostava de conversar e dei-lhe “guita”.
Quantos anos me dá?
Com alguma delicadeza disse-lhe que devia estar na casa dos sessenta.
«Não senhor. Tenho mais uns tantos.»
Já tinha feito 74. Vivera dez anos em França, tinha 4 filhos e já enviuvara há alguns anos atrás.
E contou-me a história do seu casamento que afloro no princípio da narrativa. Em poucas palavras contou-me tudo. Ou quase.
O seu casamento fora feito pelo Pai .
Namorava há 3 anos e meio (o pormenor do meio ano foi bem acentuado) com um rapaz de Irijó que andava na tropa em Viseu. Apareceu um pretendente que falou com o seu Pai.
Era 14 anos mais velho mas tinha terras, muitas terras.
O militar era bom rapaz mas era, aos padrões do tempo e da região, um pobretanas.
Quando o Pai lhe deu conhecimento do interesse do António não foi por meias palavras: «Acabas e acabas mesmo.»
«Mas senhor meu Pai eu gosto dele…»
Chorou amargamente mas teve que ser.
Quem mandava era o senhor seu Pai…
Escreveu uma carta para o Quartel e acabou com o namoro.
«Por favor não me escrevas mais nem me procures que o meu Pai quer que eu case com outro…».
Casou com o pretendente do Pai depois de 8 meses de namoro.
O António tinha muitas terras mas tinha um casa muito pequena e sem confortos nenhuns, que só conheceu na noite do dia do casamento. Passou muitas noites –e dias – a chorar.
Não é preciso perguntar se teve uma vida feliz porque a Belmira diz muito -em alguns silêncios - da sua conversa . Sou um desconhecido mas estou com um seu primo.
Portanto posso fazer perguntas e a Carolina responde sem embaraço.

«E sabe o que é aconteceu ao seu namorado da juventude?»
-Casou com outra e vive na região de Lisboa.
Os olhos ainda lhe brilham quando fala dele…
O homem, o António, dono de muitas terras…há muito que está enterrado.
Recusámos um cálice vinho do Porto e fomos a nossa vida.
A Carolina lá ficou sozinha à distância de mais de meio quilómetro da casa mais próxima .

Algumas horas mais tarde em casa do Mendonça puxei a conversa, referindo a impressão que me tinha causado o isolamento em que vivia a Carolina.
Estava presente uma criada da casa, que entrou na conversa sem qualquer rebuço.
Mais nova mas também viúva mas que vive no lugar de Irijó, naturalmente mais povoado
A criada do Mendonça 10 anos mais nova diz que a Carolina de vez quando tem visitas. Vão e vêm-se. De táxi. Estão por lá umas horas …
«Oh senhor não tenha pena dela.»
Custou-me um bocado a ouvir o final da história mas …é a vida.
O namorado dos verdes anos da Carolina está afinal tão longe!
E casado com outra..
E se a “mão de obra” local resolve a solidão …
Quem é que disse que não há vida depois dos 70!
«Acabas e acabas mesmo.»
Isso era dantes…Senhor Pai.
A vingança serve-se fria…com os roncos do “Teixeira” lá ao fundo.
Digo eu…que não sou de intrigas.
JERO

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

M132-SER PROFESSOR


Jô Soares define o que é ser "Professor"


O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!

É jovem, não tem experiência.

É velho, está superado.

Não tem automóvel, é um pobre coitado.

Tem automóvel, chora de "barriga cheia".

Fala em voz alta, vive gritando.

Fala em tom normal, ninguém escuta.

Não falta ao colégio, é um "Adesivo".

Precisa faltar, é um "turista".

Conversa com os outros professores, está "malhando" nos alunos.

Não conversa, é um desligado.

Dá muita matéria, não tem dó do aluno.

Dá pouca matéria, não prepara os alunos.

Brinca com a turma, é metido a engraçado.

Não brinca com a turma, é um chato.

Chama a atenção, é um grosso.

Não chama a atenção, não se sabe impor.

A prova é longa, não dá tempo.

A prova é curta, tira as hipóteses do aluno.

Escreve muito, não explica.

Explica muito, o caderno não tem nada.

Fala correctamente, ninguém entende.

Fala a "língua" do aluno, não tem vocabulário.

Exige, é rude.

Elogia, é debochado.

O aluno é retido, é perseguição.

O aluno é aprovado, deitou "água-benta".

É!

O professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui,agradeça a ele.

Cortesia de Fleming de Oliveira

M131-O MOSAICO ROMANO DE CÓS



O Mosaico de Cós

Abril de 1902, o sr. Joaquim Neto Pires inicia a plantação de uma vinha em Pedrógão, na freguesia de Cós. Escondido sob a terra , que se esperava viesse a dar bom vinho, aparece aos poucos um piso de mosaico romano.
Manuel Vieira Natividade foi alertado pelo Pároco do Valado dos Frades. Imagino-o a desejar resgatá-lo aos séculos e a transportá-lo para o seu sonho impossível, o Museu de Alcobaça arquitectado ao longo das suas descobertas arqueológicas no final do Sec. XIX no Carvalhal.
Neto Pires fez o seu preço mas o negócio não se fez e, de urgência, vem a mando de Leite de Vasconcelos, Director do Museu Etnológico Português, um técnico para ver o mosaico.
Cinco dias após haver sido prevenido por Natividade Leite de Vasconcelos vem a Alcobaça para analisar o sítio arqueológico.
A solução que propõe desde logo seria a da classificação e subsequente expropriação do terreno e conservar o mosaico no seu local de origem devidamente protegido.
O tempo burocrático tornava-se um risco para o mosaico, por isso, com os protestos de Manuel Vieira Natividade 144 caixas serão embarcadas na Estação do Valado par Belém onde chegam a 6 de Janeiro de 1903, em dois “wagons” de mercadorias. A linha do Oeste romanizava-se daí que ainda hoje não esteja electrificada.
Brincadeira à parte diga-se que no período de quase um ano entre o achado e a transferência, o mosaico, que esteve meses perante o público na Sala dos Reis do Mosteiro, foi tratado e desenhado de acordo com os bons princípios técnicos disponíveis há cem anos.
O mosaico apresenta motivos florais geométricos e outros axadrezados “envolvendo” um centro com uma cabeça envolvida por uma roseta.
O Município de Alcobaça entendeu, quando da exposição na Sala dos Reis, mandar fazer uma réplica do mosaico que irá ficar próximo do local original como elemento pedagógico.
Muito proximamente e da qual se encarregou Carlos Beloto
O reproduzido é apenas uma parte do grande mosaico pois no próprio Museu terão “desaparecido” várias caixas da carga original que um dia por certo se encontrarão.

Rui Rasquilho



domingo, 6 de dezembro de 2009

M-130-FAZER O BEM SEM OLHAR A QUEM


Loja Social abriu em Alcobaça ...com muitas “Mãos Amigas


Com muitas “mãos amigas” o Hospital de Alcobaça abriu uma Loja Social na cidade.
Às “Portas de Fora” , no nº. 53 da Rua Bernardino Lopes de Oliveira, à saída de Alcobaça para as Caldas da Rainha.
A sua inauguração ocorreu no passado dia 4 de Dezembro.
O projecto, dinamizado pela Comissão de Humanização do Hospital de Alcobaça, em colaboração com a Câmara Municipal de Alcobaça tem como objectivo principal atender e suprir (na medida do possível) as necessidades imediatas de pessoas carenciadas, que estão a aparecer cada vez em maior número.
O pequeno espaço da “Loja” encheu até à porta na tarde do dia 4.Mais de 20 pessoas mas sem chegar às 3 dezenas.
A Comissão organizou exemplarmente a sessão de abertura. Quem é que haveria de dizer que num espaço tão pequeno se poderiam abrigar tantas boas vontades !?
A solidariedade e o amor ao próximo ,referidas a propósito nos curtos discursos de apresentação das Drªs.Maria Adelaide Afonso e Ana Valverde, estiveram bem presentes na cerimónia de apresentação.
Viveram-se emocionadamente e de mãos dadas um momento “mágico”, que resultou de uma canção interpretada por Lisânia Silva, jovem brasileira que faz parte do coro da Igreja Evangélica de Alcobaça. Aos primeiros acordes da sua bonita canção de afectos ouviram-se algumas tímidas palmas de acompanhamento. As palmas subiram de tom e todos os presentes deram as mãos formando um cordão de solidariedade, a maior prova de que o projecto destas pessoas de boa vontade arranca da melhor maneira.
Foi bonito de se ver representantes das Igrejas Católica e Evangélica de mãos dadas. Sim porque estiverem presentes o Padre Arlindo Reis, Capelão do Hospital de Alcobaça, o Padre Carlos Jorge Vicente, Pároco de Alcobaça(Maiorga e Coz) e o Pastor Alberto Carneiro, da Igreja Evangélica Baptista. Também particularmente significativa foi a recolha digital de “mãos” dos principais obreiros da Loja, que ficaram “guardadas” numa tela branca, que ficará com certeza para a história desta obra de bem fazer.
Por impossibilidade do Presidente, ausente em Viseu num Congresso de Autarcas, representou a C.M. de Alcobaça a Vereadora Mónica Baptista. Marcaram também presença os Vereadores José Acácio Barbosa(PS) e Rogério Raimundo (CDU).
Esta loja social ,sem carácter lucrativo, depende das ajudas de toda a comunidade. Tem como objectivo principal a atribuição de bens à base de vestuário, artigos de higiene pessoal bem como de equipamentos domésticos e outros.

Como já referimos a loja estará em funcionamento na Rua Bernardino Lopes de Oliveira(nº.53).Estará aberta às 2ªs. feiras (das 11h00 às 13h00) e às 5ª.feiras (das 17h00 às 19h30).


SARAU MUSICAL NO CINE-TEATRO DE ALCOBAÇA
O Cine-Teatro de Alcobaça recebeu na noite de 4 de Dezembro o Sarau Musical para angariação de fundos para a Loja Social "Mão Amiga". que contou com as participações da Academia de Música de Alcobaça, do Ascention Project, do cantor Francisco Peças, do Grupo de Cavaquinhos da Usalcoa e do agrupamento Musicais (ESDICA).

Graças à “Mão Amiga” da Loja Social de Alcobaça o Natal não vai ser igual. Todos os que colaborarem vão sentir-se melhores. Muitas mãos agradecerão.
A semente está lançada.
Vamos colaborar. Vamos ser solidários.
Neste Natal e nos seguintes.

JERO

COMISSÃO DE HUMANIZAÇÃO

Drª.Ana Maria Valverde, Isabel Granada, Isabel Silva, Drª. Aurora Baptista, Dina Germano, Célia Santos e Teresa Ferreir






M129-EM ALCOBAÇA FEZ-SE LUZ !?


FINAMENTE TEMOS UMA CÂMARA ILUMINADA!
Esperamos que não seja só de noite e que das janelas "apagadas" saiam (com urgência) ideias luminosas.
Para bem de todos os alcobacenses precisamos de uma boa "Câmara".
Eu não me queixo...da "câmara". Da minha, obviamente, que...mesmo de noite funciona e vai tirando boas fotografias.
Até quando?
Vamos ver...
Para já ,em tempo de crise, parece-nos luz a mais mas...é só uma impressão.
JERO

sábado, 5 de dezembro de 2009

M128-AMIZADE NUNCA CEDERÁ






AMIZADE NUNCA CEDERÁ
O dia 2 de Dezembro, 4ª.feira, tinha sido longo.
Desde as 6 e meia da manhã que estávamos de pé. Tínhamos percorrido já uns centos de quilómetros e a noite tinha entretanto chegado.
O nosso último “destino” desse dia de peregrinação às campas de camaradas de guerra dos velhos tempos da Guiné(1964-66) estava à vista.
Passámos a “placa” de Famalicão e entrámos na cidade à procura de estacionamento.
Com o Moreira ao volante desde Irijó (Rocas do Vouga)já tínhamos visitado ao longo do dia cinco cemitérios: Caldelas, São Martinho do Campo, Maia, Fanzeres e Mindelo.
Faltava o Álvaro Vilhena Mesquita, o Furriel de Famalicão que tinha morrido em combate em 28 de Dezembro de 1964.
Nas horas anteriores já tínhamos deposto placas da “C.Caç, 675” nas campas de Antóno Silva Lopes –Soldado Condutor, Serafim Silva Santos-1ºCabo Rádio Telegrafista ,Jerónimo Justo - Soldado Atirador e José Miranda Pereira- 1º. Cabo R.T.Condutor Auto. Não tínhamos conseguido localizar a campa de Adriano Almeida-Soldado Atirador no Cemitério de S.Martinho do Campo mas entregámos a lápide a um vizinho do lugar, por sinal também antigo militar da “675”.
Cabe aqui dizer que chefiava esta equipa de “romagem” o antigo Alferes Belmiro Tavares, cérebro e guardião dos nomes e direcções de todos os antigos militares que tinham estado dois anos em Binta-Norte da Guiné
nos idos de 60. O 3º. Mosqueteiro era o cronista da Companhia, autor destas linhas, agora também investido nas funções de fotografo.
Mais uns minutos e voltaríamos a estar junto do nosso amigo e camarada Mesquita.
Quarenta e cinco anos depois eis nos chegados ao local do encontro com a sua irmã Teresa Mesquita. Na praça de estacionamento frente ao Restaurante “O Tanoeiro” deu-se ao encontro. Abraçámos longamente a irmã do Álvaro. Tinham passados tantos anos e minutos depois, a caminho do cemitério, parecia que sempre tínhamos estado por perto.
O Belmiro Tavares e o autor desta linhas tinham estado naquele cemitério no 7 de Abril de 1967.A data não nos esqueceu jamais. Tínhamos vindo de longe – um de Lisboa e outro de Alcobaça – para ir ao casamento do Figueiredo ,de Monção e pernoitámos em V.N. de Famalicão para visitar a campa do Mesquita e conhecer seus Pais.
Ali estávamos de novo.
O local parecia-me outro pois naturalmente o cemitério estava bastante maior.
Belmiro Tavares,Teresa Mesquita e Luís Moreira(Foto JERO)
A Teresa conduziu-nos até à campa do seu irmão. A sua dor ouvia-se… nos soluços que não conseguia evitar. Também nós chorámos mais uma vez o Mesquita.
Colocámos a lápide.
Registámos o momento.
Falando por mim senti-me invadido por uma paz imensa.
Dei um braço à Teresinha, como a passei a tratar desde então, e seguimos até ao jazigo de seus Pais, que também quisemos homenagear naquela visita ao cemitério de Famalicão.
Seguiu-se um convite para visitar as instalações do “Jornal de Famalicão, fundado pelo seu Pai , Rebelo Mesquita, local onde tivemos o prazer de conhecer seu filho Francisco José. Estivemos alguns momentos em salas diferentes e a Teresinha contou-me a mim e ao Moreira uma recordação do dia morte do seu irmão, que nos abalou bastante. Inexplicavelmente a Teresa, então com 18 anos de idade, teve um ataque de choro em casa de uma amiga na tarde do dia 28 de Dezembro de 1964. Também à mesma hora, em local diferente, seu Pai sentiu-se mal e teve que ter assistência hospitalar. Tiveram ambos um pressentimento. Tinha acontecido alguma coisa de muito grave ao Álvaro. Três dias depois, no dia 31 de Dezembro, tiveram a confirmação oficial da sua morte.
Desanuviou este momento dramático a entrada na sala de seu filho Francisco (de nome completo Francisco José Vilhena Mesquita Moreira de Azevedo), que era portador de dois álbuns de fotografias de seu Tio “Varinho”, como era e é conhecido na família o “nosso” Álvaro Mesquita”. Revimos nessas fotos o “nosso” jovem Furriel.
Fur.Mesquita,Sargento Marques e Fur.Enfº.Oliveira
(Foto da Família Mesquita)

Uma das fotografias confirmou o que eu pensava: o Álvaro tinha sido um dos feridos na Operação Lenquetó,(6 de Julho de 1964) onde tivemos o “baptismo de fogo”.
Na foto que reproduzimos o Álvaro teve o cuidado de pedir ao fotógrafo que não apanhasse o seu ombro e braço direito.
Os nossos anfitriões convidaram-nos depois para jantar.Fomos ao “Tanoeiro”, onde as recordações continuaram.
O Álvaro esteve sempre presente nas nossas conversas.
Chegou a hora das despedidas com a promessa de nos voltarmos a encontrar em breve.
Afinal já éramos todos da família. Da Família “675”.

A noite ia longa. Chovia e tínhamos ainda muitos quilómetros para chegar à Irijó, que me lembrava nomes de outrora. À distância no tempo recordava Lenquetó, Canicó, Genicó. Guiné 1964.
Que bem me fez chorar alguns momentos abraçado à irmã do Mesquita.
Não mais esquecerei este longo dia de 2 de Dezembro de 2009.
A Teresa Mesquita é Directora do “Jornal de Famalicão”.
Termino reproduzindo o título do “Editorial”(e depois o texto) do seu jornal nº 4.114, Ano LX, de 4 de Dezembro de 2009
.
Amizade nunca cederá.
JERO











AS LÁGRIMAS NUNCA SECAM


EDITORIAL

«AMIZADE NUNCA CEDERÁ»

No 10 de Junho – Dia de Portugal, o meu grande amigo e famalicense de gema António Luís Araújo Brandão (filho do Zeca da Maia), teve conhecimento pela net, que um soldado do Ultramar de nome José Eduardo Reis de Oliveira, residente em Alcobaça tinha escrito o livro «Golpes de Mão’s – Memórias de Guerra».
Desconhecendo-o, mas sabendo que foi tal como ele um dos muitos portugueses que heroicamente defenderam a sua Pátria no Ultramar, na passagem para Lisboa parou em Alcobaça.
Comprou o livro e foi procurar o seu autor. Tratava-se do Furriel Miliciano Reis de Oliveira da Companhia de Caçadores 675, à qual pertenceu o Furriel Miliciano Vilhena Mesquita, seu conterrâneo e amigo. O autor tinha recordado «in memoriam» Álvaro Mesquita. Ali mesmo pediu-lhe uma dedicatória para a irmã do Furriel Mesquita. E assim, quis o destino que passado quarenta e cinco anos eu pudesse saudosamente «viver» os últimos tempos do meu irmão Álvaro Manuel.
Obrigado António Luís.
Emocionada e com a voz embargada pois «as lágrimas nunca secam», entrei em contacto com o Furriel Miliciano Reis de Oliveira agradecendo ao «amigo que nunca esqueceu o amigo».
Entretanto, e mais uma vez o António Luís Brandão, comunica-me que há um Blogue na net onde os «Companheiros da 675» escreveram sobre o Varinho.
Desta vez, era o Alferes Miliciano Belmiro Tavares.
Entramos em contacto. E passados quarenta e cinco anos, na quarta-feira ao fim da tarde, debaixo de uma intensa chuva que teimosamente não parava, tive a agradável surpresa de os conhecer.
Representando a Companhia Caçadores 675, eles ali estavam com mais uma lápide aos pés do jazigo do nosso irmão Furriel Miliciano Álvaro Manuel Vilhena Mesquita.
«Os amigos de sangue» que viram o seu a ser derramado naquela terra de África, estavam presentes para lhe dizer: «Amizade nunca cederá».
Que lição, patriótica e de valores, o Alferes Miliciano Belmiro Tavares e os Furriéis Miliciano José Eduardo Reis de Oliveira e Luís Moreira acabavam de dar!
Tinha prometido ao António Luís Brandão que lhe comunicaria para quando esse encontro, mas a visita foi inesperada e tal não aconteceu.
Perdoa António Luís pois foi graças a ti que «este passado foi terrivelmente presente».
Neste reencontro dos companheiros vivos com o que já partiu, o «coração de todos sangrou muito…». E em pensamento mais uma vez responderam à chamada – Presente!
Nesta transcendência de «Vida e Morte» momentos foram vividos pelos presentes e ausentes.
Jamais os esquecerei.
Em meu nome e da Família Rebelo Mesquita o nosso obrigado aos «Bravos Soldados da Companhia de Caçadores 675».
Foi há quarenta e cinco anos que escrevi uma «Carta Para o Céu» ao meu irmão Varinho.
Hoje, aqui te envio esta, com um até sempre.

Maria Teresa Vilhena Mesquita

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

M127-RIO TEIXEIRA


Um dia no Irijó em Terras do Sever do Vouga
De Alcobaça ao lugar do Irijó, na freguesia de Rocas do Vouga, são cerca de duas horas de viagem.
Apanha-se a A8, segue a A17 e depois estamos, sem dificuldades, na A25.
Quando estão percorridos cerca de 180 kms. sai-se no desvio para Talhadas-Sever do Vouga. Mais 20 kms -aqui já com curvas e contra curvas - e atingimos Rocas do Vouga.
Mais 3 kms. e estamos em Irijó.
Há turismo de habitação na região mas o melhor é ter andado na tropa com um "rapaz" da região.
Pode ter sido até há muito tempo...
Pode ter sido até em 1964-66.
Um amigo da tropa, dos tempos da Guiné, é para toda a vida.
Estivémos em casa do Belmiro Tavares, ex-Alferes Miliciano da Companhia de Caçadores 675.
Visitámos a região. Com chuva quase sempre. Por vezes com algumas "abertas".
Mas o "Teixeira" ouve-se à distância.
O "Teixeira" ainda ronca...
O Inverno ainda não acabou.
Mas a região de Sever do Vouga é linda.
Estivémos em Irijó.
Dois dias e meio sem televisão, sem jornais,sem telemóvel.
Recomendamos.
JERO

O TEIXEIRA AINDA RONCA



Rio Teixeira

O rio Teixeira é um afluente do Vouga, corre pelos concelhos de São Pedro do Sul, Oliveira de Frades e Vale de Cambra
É conhecido pelo seu estado selvagem, a sua beleza paisagística e os fortes rápidos que se estendem ao longo do seu curso.


Provérbio da região :

Enquanto não branquear a “Cabreira”
e roncar o “Teixeira" o Inverno não acabou...”ooooo o Inverno não acabou..