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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

M 313 - TUDO ISTO EXISTE...

Requalificação da zona de confluência dos rios Alcoa e Baça

A requalificação da zona de confluência dos rios Alcoa e Baça foi considerada uma das obras de referência no Anuário Arquitectura 13 editado em 2010.
Esta publicação da Caleidoscópio escolheu 16 obras concluídas em 2009, que se distinguiram pela sua qualidade arquitectónica.(1)
Esta obra de requalificação da responsabilidade dos arquitectos Gonçalo Byrne e João Pedro Falcão de Campo mereceu no Anuário em referência 11 páginas (2), com diversas fotografias plantas de localização, alçados, coberturas.
 Contem ainda pormenores da comporta, cortes da cafetaria e descrição do pombal.

Recordamos que este novo espaço de Alcobaça, situada nas traseiras da Biblioteca Municipal, inaugurado em 12 de Maio de 2009, pretendeu recuperar uma zona "desabitada", criando um jardim que, quer pelo seu carácter sensível dentro do tecido urbano, quer pela relação de proximidade com a Biblioteca, ficou afecto a esta.
A confluência entre os dois rios demarca-se da restante cidade, e criou uma zona de lazer. Como é do conhecimento dos alcobacenses o acesso é feito pela Rua da Conceição, pelo passadiço que liga a Biblioteca ao Auditório, e pelo interior do edifício.
Na ponta Norte da intervenção encontra-se uma Central Hidroeléctrica inactiva, onde se projectou conciliar um museu de ciência viva com um espaço de leitura de periódicos, de cafetaria e de apoio à Biblioteca.
Existe ainda um pequeno cais na zona de confluência dos rios, com garças brancas por perto.
Tudo isto existe mas parece-nos tão pouco aproveitado…
Tem um “prémio” no Anuário mas na vida real parece ter sido inaugurado e encerrado no dia seguinte !?

Estou enganado ? Se estou..desenganei-me, por favor !


JERO




-

(1) –Introdução pgs.004 e 005.

(2) - Requalificação da zona de confluência dos rios Alcoa e Baça pgs 070 a 081.





sábado, 26 de junho de 2010

M 269 - POSTAIS COM HISTÓRIA

OFICINA DANADA



Ano 2001, fim de tarde de um dia quente de Maio...


Dois homens de cabelos brancos passeiam lentamente aproveitando o fresco da noite que se avizinha mas que só deverá chegar dentro de uma hora !...

O mais velho fala, gesticula e de olhos brilhantes aponta para um edifício amarelo, degradado, com muitos anos de tempo, de memórias, de sons de martelos e de bigornas...



O interlocutor do vigoroso octogenário ,cerca de vinte anos mais novo, toma notas e de vez em quando interrompe com perguntas.

“Oficina danada”!...

Espera aí, José Coelho. Vamos falar desses nossos antepassados com mais calma e pormenor.

E com a magia de que os mais velhos são capazes aproveita-se a esquina mais próxima para se entrar na” máquina do tempo” e viajar 50, 100 anos para trás. Na casa amarela, ou seria branca, vamos encontrar uma família de hábeis serralheiros, representantes de uma das mais velhas e numerosas famílias de Alcobaça: -“OS COELHOS”.

Quatro irmãos (o Joaquim, o Zé “Preto”, o Júlio e o António “Russo” ),  serralheiros experientes, com oficina na Rua Frei Estevão Martins, frente à actual Pensão Mosteiro, viveram intensamente os tempos conturbados do assalto ao Quartel de Janeiro de 1919.

A página 137, do livro de Bernardo e Silvino Villa Nova, “Breve História de Alcobaça” é referido que em 11 de Janeiro de 1919, civis armados, auxiliados por oficiais revoltosos de Regimento de Artilharia 1, aquartelado em Alcobaça, tomaram posse do quartel, prenderam o Comandante e alguns oficiais e seguiram para Santarém, principal núcleo do movimento revoltoso.

No dia 13 seguinte, encontrando-se Alcobaça desguarnecida, entrou nela tropa de Infantaria 7, fiel ao governo, tendo-se seguido a prisão de largas dezenas de pessoas... e até 24 do mesmo mês viveu-se um regime de terror, com violação de domicílios e atropelos vários.

Pois também os quatro irmãos da nossa história e a sua oficina estiveram na mira das forças da ordem de então por terem sido denunciados por inimigos políticos. Eram acusados do fabrico de bombas para a revolução.

Foi um elemento da GNR, que no final da busca, certamente cansado, enfarruscado e desiludido por nada ter encontrado que proferiu a frase que veio a tornar conhecida a oficina dos 4 irmãos:- Que oficina danada!...

Quanto às bombas elas estavam lá perto, dentro de um cesto que, preso por um arame, estava mergulhado nas águas escuras do Rio Baça que passava nas traseiras da oficina.

Se têm aberto a janela enferrujada das traseiras e puxado o arame estes nossos parentes teriam ido mesmo presos.

Parafraseando a histórica expressão do soldado da GNR tiveram uma sorte danada!...

JERO

Nota: - O postal reproduzido é da Colecção Armazém das Artes (Rusga à Oficina Danada) e é da autoria de Rogério Ribeiro
2007
Tinta da China sobre papel


terça-feira, 27 de abril de 2010

M 239 - IMAGENS DE ALCOBAÇA EM NOVO LIVRO

ALCOBAÇA um século de imagens

Esta é a recensão do novo livro de Jorge Pereira de Sampaio e Luís Afonso Peres Pereira, cujo lançamento aconteceu no Auditório da Biblioteca Municipal de Alcobaça no passado dia 24 de Abril

Tem um excelente aspecto gráfico este novo livro de uma dupla de autores já com provas dadas.

Ouso até dizer que este novo livro toca especialmente os nascidos nas décadas de 40 e 50, pois ele representa um velho álbum de fotografias que muitos de nós … temos em casa mas não sabemos onde está ou já não desfolhamos há muito tempo…

É um álbum de retratos carregados pela poeira do tempo, que foi o nosso, e que o olhar e a sensibilidade dos autores transformaram numa obra de arte.

É de facto (como dizem os autores na sua apresentação) uma evocação de memórias, de afectos e de sonhos que permite uma contemplação do passado de uma terra que cresceu e se desenvolveu à volta do seu (nosso) Mosteiro.

Concordamos com a selecção do imenso espólio ,que os autores referem ser oriundo de diversas colecções, com uma arrumação que permite deslizar no tempo… ao longo de diversas gerações… que estiveram presentes na indústria, nas manifestações culturais, nas visitas de Estado e no quotidiano dos seus habitantes, com os testemunhos da vivência em praias, em festas religiosas, em Carnavais, etc..

É um livro ,que tem valor acrescentado, por se terem perpetuado em imagens lugares, monumentos, evidências que vão sustentar no tempo “marcos” de Alcobaça.

No que respeito a textos e legendas confessamos que, em alguns casos, nos soube a pouco o que encontrámos em algumas páginas, mas entendemos o critério dos autores, que é uniforme. Contudo por vezes as legendas são tão curtas que precisamos de consultar amigos e vizinhos para decifrar quem está na fotografia !

Assim, por exemplo a pgs. 98, quando se fala no “frango na púcara” e no Restaurante “Corações Unidos” só é referido o nome da fundadora(e proprietária) Celeste do Rosário Soares.

Na fotografia em questão (que reproduzimos no final do texto), com umas pequenas ajudas, identificámos (da esqª. para a direita): José Maria, Alzira, Alice Vicente, Luísa Maciel,Celeste do Rosário Soares, N.N., Eduarda(mulher do Isidro), Sofia e José Peres.Em segundo plano Eugénio (irmão do José Peres), Isidro e dois clientes.

A pgs. 102 são referidos os bailes do Clube Alcobacense e na fotografia que também está no final deste texto aparecem –sem nomes -5 jovens senhoras e 5 cavalheiros. Identificámos, de pé, da esquerda para a direita, Fernandinha Almeida, Lecas Magalhães, Noémia Guerra, Ginja Magalhães e Helena Magalhães.De joelho em “terra”, melhor dizendo no sobrado, Manuel Magalhães, Zé Guerra, Fernando Magalhães e António Nascimento e Sousa. Ainda mais à direita, em pose dançante, Manuel da Bernarda.

São estes pequenos pormenores que, em nossa opinião, faltaram para tornar mais aliciante a leitura deste magnífico álbum de “memórias” de Alcobaça.

Algumas fotografias são absolutamente deliciosas e pouco conhecidas.

Destacamos a de pg.3, dos fotógrafos Alice e Antero Monteiro da Silva, a de pg.10,ocupação do Mosteiro por militares ,a de pg. 22, da “Loja da Bola Encarnada”, as de pgs. 32 e 33, das igrejas da Benedita e Alfeizerão, as de pgs. 46 e 47, referentes ao interior do Mosteiro antes das obras da década de 1930,as de pgs. 60 e 61, da Companhia Fiação e Tecidos de Alcobaça e das Termas da Piedade, as de pgs. 66 e 67 das lojas de Vasco Neves e lanifícios Braz, as de pgs. 80 e 81 alusivas ao desenvolvimento do norte do concelho e à passagem da linha de caminho de ferro pela Martingança e, finalmente, as pgs 90 e seguintes respeitantes à religiosidade das populações do concelho, comprovada em cortejos de oferendas, círios e procissões.

Terminamos como começámos:

É um álbum de retratos carregados pela poeira do tempo, que foi o nosso, e que o olhar e a sensibilidade dos autores transformaram numa obra de arte.

O livro tem 124 páginas, com legendas em português e inglês, sendo o design gráfico da autoria de Ana Alves.

Teve os patrocínios do Município de Alcobaça, do Externato Cooperativo da Benedita, da CEPAE,do Your Hotel & SPA Alcobaça(Termas da Piedade), da ICEL,do Made in Alcobaça e do Restaurante A Casa.

JERO

Pg. 98 -Restaurante "Corações Unidos"

Pg. 102 - Clube Alcobacense

sexta-feira, 19 de março de 2010

M216- SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE ALCOBAÇA

MISERICÓRDIA EM TEMPO DE MUDANÇA

Chegou a hora do “render da guarda” e renovação de alguns elementos dos Corpos Sociais da Santa Casa da Misericórdia de Alcobaça.

Houve eleições e os novos elementos tomaram posse no passado dia 5 de Março .E temos um novo Provedor: João Rosa Carreira de seu nome.

Conservámos longamente com o novo Provedor que nos contou alguma coisa dos seus 40 anos de” serviço” na Misericórdia. Repetimos para quem pensou que leu mal :- quarenta anos!

Uma vida!

Confessamos alguma dificuldade em resumir tudo o que então conversámos. Foram muitas e muitas recordações.

Mas começamos pela manifestação de reconhecimento e gratidão que João Carreira faz questão de manifestar em relação a dois membros da Direcção cessante: Tarcísio Vazão de Campo Trindade , que foi Provedor e ao Tesoureiro Francisco de Oliveira Ramos André. Foram Irmãos que serviram a Misericórdia com abnegação, desvelo e sabedoria. A sua ligação à Misericórdia teve o tempo de… uma vida.

João Carreira não consegue esconder alguma emoção nessa fase da nossa conversa.

Tarcísio será sempre o seu “Provedor Honorário”, assim como Xico André será sempre lembrado como o homem que não dispensava a Misericórdia nem a Misericórdia o dispensava a ele.

À distância no tempo recorda-nos que entrou, como tesoureiro, no tempo do saudoso Joaquim Augusto Carvalho.

A sua filha mais velha (a Marta) ia ,bebé de poucos meses, com a Mãe para a secretaria do Hospital de Alcobaça, onde então funcionavam os serviços da Misericórdia. Por vezes o trabalho dava até às 2 horas da manhã e a filha do tesoureiro dormia numas almofadas colocadas numa cadeira…até as contas estarem em dia.

O Hospital era então a única valência da Misericórdia. Por volta dos conturbados anos de 75 João Carreira vive, como poucos, o regresso da Maternidade ao Hospital de Alcobaça (desde há alguns anos que os alcobacenses “viam” os seus filhos nascer no Hospital do Sítio da Nazaré).

A sua filha Ana Lúcia é a 2ª. criança que nasce em Alcobaça na fase de regresso da Maternidade, assistida pelo Dr. João Monteiro.

Depois…temos que saltar para 2010 porque as recordações do João Carreira não caberiam neste número por… falta de espaço.

E como está a Misericórdia?

-Temos um lar para 68 utentes. Prestamos assistência domiciliária a 42 famílias. Um novo serviço – assistência domiciliária 24 horas – já auxilia 14 utentes. É um projecto piloto que funciona em parceria com a PSP que acompanha funcionários que tenham que se deslocar durante a madrugada. O RSI – rendimento social de inserção (que funciona num espaço do Hospital de Alcobaça) já “chega” a cerca de 250 famílias do concelho de Alcobaça.

E o Banco Alimentar, que funciona nas mesmas instalações do RSI já assiste – em géneros e outros bens – cerca de 100 famílias necessitadas.

E qual a equipa que está por trás de todas estas valências?

João Carreira não consegue esconder algum orgulho quando responde que a Misericórdia funciona com 83 funcionários, sob a superior orientação de Maria da Luz Caneiro.

A Instituição é a 3ª. Maior empregadora da sede do concelho.

Apesar de todas as crises a Misericórdia está de boa saúde e reúne todas as condições para continuar a prestar serviços distintos à comunidade alcobacense.

Agradecemos ao novo Provedor o tempo que nos dispensou. E desejámos-lhe – para si e toda a sua equipa – muita saúde e sorte para continuar a servir a Misericórdia de Alcobaça.

JERO

CORPOS GERENTES DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE ALCOBAÇA

TRIÉNIO 2010/2012

MESA DA ASSEMBLEIA GERAL

Presidente

Eng. José Pedro Duarte Tavares

Vice-Presidente

Dr. Carlos Joaquim da Costa Gomes

1º Secretário

José António Crespo

2º Secretário

José Manuel Patrício Lemos da Silva

Suplente

António Rosa

Suplente

Eduardo Manuel Romero Dias Marques

MESA ADMINISTRATIVA

Provedor

João Rosa Carreira

Vice - Provedor

Carlos Feliciano Marques

Secretário

Avelino dos Santos Martins

Tesoureiro

Anacleto Campos da Silva

Vogal

José Gomes Pedrosa

Vogal

Hélder Mateus Raimundo

Vogal

Eng. José António Beato Gonçalves

Vogal

Luís Afonso Peres Pereira

Suplente

Avelino Marques Casimiro

Suplente

António Rocha Calisto

Suplente

Hélder dos Santos Lopes

CONSELHO FISCAL OU DEFINITÓRIO

Presidente

Ramiro Brites Ribeiro

Vogal

Gualberto Matos Marques

Vogal

António Rosário Ferreira Soares

Suplente

Eduardo Conceição Crespo

Suplente

Manuel Gonçalo Leão Dias Gonçalves

Suplente

Vitorino Pires Barreiro

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

M156-OLARIA DE ALCOBAÇA 1928-1984



Olaria de Alcobaça
A escritura pública da fundação "Olaria de Alcobaça, Lda" data de 1927, sendo seus sócios fundadores Silvino Ferreira da Bernarda, António Vieira Natividade e Joaquim Vieira Natividade.
Data deste ano o início da construção da fábrica, seguida do começo da sua laboração, contando na altura com seis operários, dois fornos, oito rodas de oleiro, um moinho de bolas para moer vidro e um motor de combustão interna de um cavalo de força.
No início da sua actividade, dedicou-se ao fabrico de louça de uso doméstico, produzindo peças que reflectiam o estilo Coimbrão. As peças eram decoradas pela técnica da estampilha, pela pintura à mão ou pelos dois processos em simultâneo.
Em 1928 a fábrica dá início à produção de várias réplicas de louça antiga.
Em 1935 apresenta algumas das suas melhores peças na exposição "Lisboa Antiga" e executa a sua centésima fornada.
Em 1939 surgem as primeiras mulheres no quadro do pessoal da fábrica. Em 1944 instalação de um terceiro forno para incremento da produção.
Em 1946 corresponde a uma fase de maior comercialização, bem como a exigências de mercado que criaram a necessidade de transformação dos processos fabris. Adopta-se a faiança de pasta branca e a progressiva mecanização das instalações.
Em 1947 registam-se na fábrica quarenta operários.
Em 1948 a ampliação da estrutura fabril, o barro matéria-prima principal, é substituído pelo pó de pedra (pasta branca), em que a pintura assenta sobre a chacota cozida, posteriormente vidrada.
Em 1959 construção de novo edifício e alteração dos existentes.
Em 1984 - encerramento da fábrica.
In blogue TOJU://Tempo@livre
Março de 2009


Nota pessoal:-O que resta da Olaria de Alcobaça é uma ruina total.
Encerrada há mais de 25 anos já esteve para ser várias coisas e continua a ser coisa nenhuma .

A fotografia podia ser de um bombardeamento na Bósnia.Mas não é.É em Alcobaça.
Situada na Rua Costa Veiga - uma das entradas na cidade - o que resta da OLARIA é uma tristeza.
Pode ser que um dia...um milagre permita repor a dignidade que este espaço merece.

JERO

Traseiras da Olaria de Alcobaça sobre o Rio Alcoa



sábado, 2 de janeiro de 2010

M154- RECANTOS DE ALCOBAÇA - LEVADINHA


O sistema hidráulico Cisterciense
Do sistema hidráulico cisterciense alcobacense, que usufruiu da experiência já acumulada pelos Monges Cistercienses à sua chegada a Alcobaça, seriam postos em evidência neste núcleo - embora em complementaridade com a secção integrada no espaço delimitado pelo próprio complexo monástico e com ele classificada - os dois segmentos a montante e a jusante da zona de protecção do monumento (os quais parecem não proceder, relativamente a essa secção, da mesma lógica de tratamento):

- o segmento compreendido entre a nascente do rio Alcoa no vale do Poço Suão (Chiqueda ou Chaqueda) e a entrada na zona de protecção do Mosteiro, ligando os seguintes pontos: Chiqueda de Cima e Chiqueda de Baixo, "atravessando" a conduta algumas quintas (quinta das Freiras, quinta da Barrada onde está implantado o açude que serve de ponto de partida à Levadinha cujo caudal serve o Mosteiro, quinta da Cova da Onça);
In Marcas e Sinais De Cister de Maria Olímpia Lameiras-Campagnolo, João Oliva Monteiro, António Sanches Branco, Henri Campagnolo
Publicada por Alcobacense em 2004

Rectificação da minha responsabilidade:

a Levadinha dos nossos dias não serve o Mosteiro. Actualmente e infelizmente desde há muito tempo a água da Levadinha é desviada de novo para o Rio Alcoa e não serve o Mosteiro...

JERO

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

domingo, 6 de dezembro de 2009

M-130-FAZER O BEM SEM OLHAR A QUEM


Loja Social abriu em Alcobaça ...com muitas “Mãos Amigas


Com muitas “mãos amigas” o Hospital de Alcobaça abriu uma Loja Social na cidade.
Às “Portas de Fora” , no nº. 53 da Rua Bernardino Lopes de Oliveira, à saída de Alcobaça para as Caldas da Rainha.
A sua inauguração ocorreu no passado dia 4 de Dezembro.
O projecto, dinamizado pela Comissão de Humanização do Hospital de Alcobaça, em colaboração com a Câmara Municipal de Alcobaça tem como objectivo principal atender e suprir (na medida do possível) as necessidades imediatas de pessoas carenciadas, que estão a aparecer cada vez em maior número.
O pequeno espaço da “Loja” encheu até à porta na tarde do dia 4.Mais de 20 pessoas mas sem chegar às 3 dezenas.
A Comissão organizou exemplarmente a sessão de abertura. Quem é que haveria de dizer que num espaço tão pequeno se poderiam abrigar tantas boas vontades !?
A solidariedade e o amor ao próximo ,referidas a propósito nos curtos discursos de apresentação das Drªs.Maria Adelaide Afonso e Ana Valverde, estiveram bem presentes na cerimónia de apresentação.
Viveram-se emocionadamente e de mãos dadas um momento “mágico”, que resultou de uma canção interpretada por Lisânia Silva, jovem brasileira que faz parte do coro da Igreja Evangélica de Alcobaça. Aos primeiros acordes da sua bonita canção de afectos ouviram-se algumas tímidas palmas de acompanhamento. As palmas subiram de tom e todos os presentes deram as mãos formando um cordão de solidariedade, a maior prova de que o projecto destas pessoas de boa vontade arranca da melhor maneira.
Foi bonito de se ver representantes das Igrejas Católica e Evangélica de mãos dadas. Sim porque estiverem presentes o Padre Arlindo Reis, Capelão do Hospital de Alcobaça, o Padre Carlos Jorge Vicente, Pároco de Alcobaça(Maiorga e Coz) e o Pastor Alberto Carneiro, da Igreja Evangélica Baptista. Também particularmente significativa foi a recolha digital de “mãos” dos principais obreiros da Loja, que ficaram “guardadas” numa tela branca, que ficará com certeza para a história desta obra de bem fazer.
Por impossibilidade do Presidente, ausente em Viseu num Congresso de Autarcas, representou a C.M. de Alcobaça a Vereadora Mónica Baptista. Marcaram também presença os Vereadores José Acácio Barbosa(PS) e Rogério Raimundo (CDU).
Esta loja social ,sem carácter lucrativo, depende das ajudas de toda a comunidade. Tem como objectivo principal a atribuição de bens à base de vestuário, artigos de higiene pessoal bem como de equipamentos domésticos e outros.

Como já referimos a loja estará em funcionamento na Rua Bernardino Lopes de Oliveira(nº.53).Estará aberta às 2ªs. feiras (das 11h00 às 13h00) e às 5ª.feiras (das 17h00 às 19h30).


SARAU MUSICAL NO CINE-TEATRO DE ALCOBAÇA
O Cine-Teatro de Alcobaça recebeu na noite de 4 de Dezembro o Sarau Musical para angariação de fundos para a Loja Social "Mão Amiga". que contou com as participações da Academia de Música de Alcobaça, do Ascention Project, do cantor Francisco Peças, do Grupo de Cavaquinhos da Usalcoa e do agrupamento Musicais (ESDICA).

Graças à “Mão Amiga” da Loja Social de Alcobaça o Natal não vai ser igual. Todos os que colaborarem vão sentir-se melhores. Muitas mãos agradecerão.
A semente está lançada.
Vamos colaborar. Vamos ser solidários.
Neste Natal e nos seguintes.

JERO

COMISSÃO DE HUMANIZAÇÃO

Drª.Ana Maria Valverde, Isabel Granada, Isabel Silva, Drª. Aurora Baptista, Dina Germano, Célia Santos e Teresa Ferreir






M129-EM ALCOBAÇA FEZ-SE LUZ !?


FINAMENTE TEMOS UMA CÂMARA ILUMINADA!
Esperamos que não seja só de noite e que das janelas "apagadas" saiam (com urgência) ideias luminosas.
Para bem de todos os alcobacenses precisamos de uma boa "Câmara".
Eu não me queixo...da "câmara". Da minha, obviamente, que...mesmo de noite funciona e vai tirando boas fotografias.
Até quando?
Vamos ver...
Para já ,em tempo de crise, parece-nos luz a mais mas...é só uma impressão.
JERO

sábado, 28 de novembro de 2009

M122-NO CEERIA VAI ACONTECER


NO CEERIA ACONTECE
Finalmente “obra nova” à vista!

O sonho de muitos anos – arriscamos dizer de uma década – está a um ano e meio de se concretizar.
Na Assembleia Geral de 17 de Novembro último o Presidente da Direcção, José Belo, comunicou que estava finalmente aprovado o POPH.
Trocando esta sigla por miúdos –Programa Operacional Potencial Humana – o Presidente referia-se a apoio técnico-financeiro para a construção de um “novo CEERIA”.
As novas instalações a construir na Quinta das Freiras, em Chiqueda, nos arredores de Alcobaça, importarão em € 1.450.000 (um milhão quatrocentos cinquenta mil euros).
Com esta importância – cerca de 300.000 contos na moeda antiga – está prevista a construção de um novo CAO (Centro de Actividades Ocupacionais) e um complexo de três residências para 24 jovens (de muitas e variadas idades).
Do valor que temos vindo a referir o CEERIA vai receber € 975.000 euros (75%).
As obras terão que começar até ao final do 1º. Semestre de 2010.Se os prazos foram cumpridos as obras poderão estar concluídas um ano depois, ou seja, até finais de Junho de 2011.
O CEERIA não tem todo o dinheiro que precisa para cumprir a “sua” parte – cerca de € 500.000 euros.
Vai ser constituída uma comissão de angariação de fundos e…não só.
No ano de 2010 a Direcção pretende dinamizar as actividades da Instituição, nomeadamente as que respeitam a uma abertura à comunidade -(ainda) mais ampla(e próxima) do que a actual -.
« Vai melhorar-se o site do CEERIA na Internet.»
«E no que respeita a voluntariado vai tentar-se que aconteça em moldes inovadores.»
Voltando à “obra nova” o CAO terapêutico destinar-se-á a utentes “profundos”.
As novas instalações a construir na Quinta das Freiras não vão “obrigar” ao encerramento das “antigas” – as actuais que funcionam ao cimo da Rua do Castelo, em Alcobaça, junto ao Palacete cor de rosa.
Durante a Assembleia Geral a Direcção não escondeu o seu entusiasmo perante os desafios que se perfilam no “horizonte” ,mas esperam comparticipações significativas, nomeadamente, do novo executivo da C.M. de Alcobaça.
No CEERIA trabalham 65 pessoas nas diversas valências da Instituição, que acolhe 130 clientes(a nova designação oficial para os “utentes”).
Vai ter lugar em data a anunciar proximamente o lançamento da “1ª.pedra” da “obra nova”.
Será uma data de grande significado a cumprir com grande dignidade dado o simbolismo que terá para a Instituição e para a comunidade.
E 2010 vem já aí.
Vamos todos ajudar o CEERIA.

JERO

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

M121-BALLET EM ALCOBAÇA



BALLET EM ALCOBAÇA

A A.M.A.-Academia de Música de Alcobaça è responsável desde há 5 anos a esta parte pelo ballet do “Clube”, em Alcobaça.
Quem é o afirma é Rui Morais – que dispensa apresentações – numa tarde que nos dedicou para uma “viagem” pelo ballet alcobacense. «Há 20 anos que há aulas de ballet mas só nos últimos5 anos essa responsabilidade passou para a AMA. Foi estabelecido um protocolo entre as duas Instituições: Banda(A.M.A.) e “Clube” no sentido de se usar a”sala grande” do emblemático Clube Alcobacense.»
Rui Morais conseguiu assim concretizar um velho sonho: juntar a Dança à Música.
«Desde Julho de 2009 que o Ministério da Educação autorizou a abertura de um curso de dança, que funciona tutelado pelo M.E com programa do Conservatório Nacional de Dança. O M.E. (Ministério da Educação) impôs 2 regras que têm a ver com a conformidade do espaço(que obrigaram a obras de beneficiação) e com a obrigatoriedade de seguir um plano de estudos oficial. Não é um regime livre mas sim um regime oficial.»
Desde Julho último que os cursos funcionam à luz das novas regras e é aqui que “entra” na “nossa viagem” à Dança em Alcobaça a Professora Eliana Mota, Professora e Coordenadora Pedagógica.
E contou-nos a Eliana: «Temos 50 alunas.Tal como na música estudam dança a sério a partir do 5º.Ano de escolaridade obrigatória.É uma disciplina que faz parte do currículo da aluna. Temos 18 alunas em regime articulado (5º. e 6º. anos).A carga horária deste ciclo (idade de 10 anos) corresponde a 7 tempos lectivos por semana. Há 3 disciplinas: técnica de dança, expressão criativa e música. Sete vezes 90 minutos por semana, que são acrescentadas ao regime do normal escolar da aluna.
Rui Morais intervém para dizer que a Eliana tem 23 anos e é responsável pelo ensino vocacional articulado de 18 alunos com idade compreendidas entre os 11 e 13 anos e de mais 25 iniciados, com idade que vão dos 6 aos 10 anos.Há ainda cerca de 40 alunos em cursos livres e outras disciplinas. De 3 anos até à idade adulta.
Todo este “universo” obriga a uma preocupação constante e contacto regular com as famílias. Diz muito a propósito Eliana que “a dança é uma escola de virtudes e não uma escola de vaidades», como algumas pessoas podem pensar acrescentamos nós.
Muitos irão (eventualmente) ficar pelo caminho mas se até ao 12º.Ano “cumprirem” 8 anos de dança serão titulados como profissionais na área.
«Não somos nós que escolhemos a dança mas a dança que nos escolhe a nós» completa a Professora Eliana Mota antes de nos apresentar uma das suas alunas.
A nosso pedido foi a Eliana que seleccionou uma das suas alunos para um pequeno testemunho para terminar o nosso apontamento desta viagem ao mundo do ballet com o Presidente da A.M.A. Rui Morais.
Foi a aluna do 8º. ano, Beatriz Vieira que, do alto dos seus 13 anos, nos afirmou sem hesitações que anda no ballet por vontade própria embora não pretenda vir a ser bailarina profissional. É mais uma base para o futuro. E porque não há aqui rapazes, perguntámos. Porque há o preconceito que a dança é só para meninas, respondeu sem tibiezas a Beatriz Vieira, que vive no Lameirão em Alcobaça e estuda na Frei Estêvão Martins”. ~
Rui Morais tem razões para estar orgulhoso deste mundo de cultura alcobacense onde se movimenta com à vontade: conseguiu concretizar um velho sonho - juntar em Alcobaça a Dança à Música - .
JERO

RUI MORAIS PRESIDENTE DA A.M.A.



quarta-feira, 25 de novembro de 2009

ROSSIO COM SOL E CHUVA.SEM CARROS E COM CARROS




M119-A REAQUALIFICAÇÃO SEGUE DENTRO DE MOMENTOS

Estacionamento autorizado volta à Praça do Mosteiro
A Câmara Municipal de Alcobaça decidiu abrir a parte sul da Praça 25 de Abril, junto ao Mosteiro de Santa Maria, ao estacionamento de veículos ligeiros.
Esta medida, que contraria o espírito da requalificação urbana da envolvente ao Mosteiro, dá resposta aos sucessivos pedidos dos comerciantes do Rossio.
O executivo camarário admite mesmo vir a colocar parquímetros no local.
O presidente da Câmara, Paulo Inácio, justifica a medida com a necessidade de apoiar o tecido empresarial do centro histórico.«No actual cenário económico que a sociedade e os comerciantes atravessam, é positivo permitir que os clientes do Rossio possam estacionar mais perto das lojas e serviços», afirmou.Por outro lado, adianta, com a chegada do Inverno, é também uma medida «útil às pessoas não terem de caminhar centenas de metros para chegar a um estabelecimento comercial» na zona nobre da cidade.Sobre o facto da zona envolvente ao Mosteiro de Alcobaça ter sido requalificada com o objectivo de retirar o trânsito e estacionamento da Praça 25 de Abril, da frente do Mosteiro, o autarca afirma que esta medida, «ainda em fase de teste, não desvirtua esse conceito, por se tratar apenas de estacionamento e não de retirar os actuais condicionamentos para o atravessamento do Rossio, por parte dos veículos motorizados que não tenham autorização para o efeito».
In Rádio Cister


- Mau Demais Para Ser Verdade
-Confesso que quando li a notícia nem queria acreditar. Então gastam-se milhões na requalificação de uma praça com o grande objectivo de devolver o espaço às pessoas e mais tarde volta-se a poluír com carros?! É o espírito da requalificação a ser completamente desfeito por uma infeliz medida que volta a prejudicar a bonita imagem da nossa principal praça.Mais uma da nossa política pequenina e retrógrada...Politicamente incorrecto! Esteticamente errado! Socialmente prejudicial! Naturalmente infeliz!!!
Publicada por Alcobacense em 11:09 PM
In blogue “Terra de Paixão” 24.Novembro.2009

-Que pena ser verdade!
Digo eu.
E que diz o IGESPAR?
JERO

terça-feira, 24 de novembro de 2009

M118-HISTÓRIAS CURTAS



CENSURAS
No final de Novembro último falei na Biblioteca Municipal sobre o livro de Fleming de Oliveira “No tempo de Salazar, Caetano e Outros” recentemente publicado.
No seu capítulo I o autor refere-se à censura nas suas mais variadas metamorfoses, o que pressupõe ser apenas uma fórmula embora com variados rostos.
Fleming classifica-a em preventiva, punitiva e indirecta, esta última reflecte a sua forma requintada por ser sublimar.
Tenho-me encontrado algumas vezes com esta modalidade censória relativamente intolerante e medíocre.
Sempre que a imobilidade tranquila das pessoas é presumivelmente afectada o desejo de reprimir a palavra vem à tona , às vezes apenas por falta de ponderação ou outras por via de princípios religiosos.
A violência muçulmana por exemplo advém, no meu ponto de vista, de uma opção errada na interpretação dos princípios enunciados no Corão.
O Tribunal do Santo Ofício teve o seu tempo, a seu tempo, e foi um flagrante desvio da doutrina cristã.
«Confundiu-se o essencial com o acessório, esqueceu-se que a liberdade tem consequências, que a crítica das instituições é legítima, mas que não obstante a concordância formal com este princípio, por parte de uns tantos, na prática só é hipotética ou tolerada porque necessária.»
Embora estas observações de Fleming de Oliveira estejam contextualizadas numa referência à publicação das caricaturas sobre Maomé por jornais ocidentais elas ajustam-se a muitas situações onde a liberdade de expressão sempre que fundamentada não deve ser amordaçada.
Mais adiante o autor afirma: « (…) na democracia (…) há condescendência crescente apenas para ver, ouvir e ler, o que for politicamente correcto.»
Infelizmente ou não, as instituições são o reflexo de quem as dirige por isso se deve exigir responsabilidade e não tiques autoritários. Por isso se deve pedir transparência a todos os níveis.
Eleitos e nomeados devem ser sempre escrutinados à qualidade com que exercem o seu munus seja na política, na administração, na sociedade ou na religião.
A nossa democracia só melhorará quando houver mais instrução, mais conhecimento, mais espírito crítico. Mas para isso é necessário terminar com «certos hábitos perversos».
«A vaidade e a incompetência» trazem o lápis azul da censura a alguns cidadãos, que ainda não se libertaram da influência dos desaparecidos regimes totalitários, em que às vezes nem viveram.
Há muitas razões para ler Fleming de Oliveira mas bastava este 1º. Capítulo para justificar a compra da obra.
O nosso mal é haver gente intolerante, inculta e apolítica em lugares de responsabilidade.

Rui Rasquilho