A dor neuropática
É de difícil diagnóstico e pode confundir paciente e médico. Conheça os sintomas, causas e tratamentos desta doença que afecta 7,7 por cento dos europeus.
A dor neuropática afecta mais de 7,7 por cento dos europeus e tem um impacto significativo na qualidade de vida e no funcionamento das pessoas atingidas.
Em muitos doentes, a dor interfere, de forma relevante no sono e associa-se à falta de energia e de dificuldades na concentração. Não conseguem trabalhar, andar ou mesmo tolerar as roupas em contacto com o corpo, pois o simples toque do tecido pode desencadear dores insuportáveis O principal problema da doença é o seu difícil diagnóstico, podendo não só confundir o paciente como também o médico.
Definição
Descrita como uma sensação dolorosa que ocorre em uma ou mais partes do corpo e que muitas vezes se assemelha a uma apunhalada, choque eléctrico e/ou uma guinada, a dor neuropática é um tipo de dor crónica causada uma lesão ou doença no sistema nervoso e tanto pode ser central como periférica.A dor poder ser contínua ou intermitente e a intensidade varia de fraca a intolerável, consoante o estado da doença e o grau de comprometimento dos nervos.As causasAs três principais causas da dor neuropática central são o traumatismo da medula, consequência de um acidente vascular cerebral (AVC) ou esclerose múltipla. No entanto, na maior parte dos casos, quando se fala da dor neuropática refere-se à periférica que, ao contrário da primeira, não é bioprotectora, ou seja, não tem como função alertar para um problema físico, como acontece habitualmente com as dores causadas por inflamações, pancadas, cortes, etc.Em Portugal, a principal causa da dor neuropática é a perda gradual da função dos nervos periféricos, a polineuropatia diabética, causada pela diabetes. Mas também as lesões osteodegenerativas da coluna que causem compressão nas terminações nervosas, as chamadas dores ciáticas que começam na zona lombar e prolongam-se por toda a perna.O diagnósticoO mais importante é fazer o diagnóstico da doença e, por isso, é fundamental que sejam acompanhados por um neurologista. Na maior parte dos casos, os exames não ajudam a fazer o diagnóstico, sendo que o mesmo deverá ser feito a partir do historial, conversa e observação do doente.
O tratamento
O tratamento deve ser direccionado para a causa da dor neuropática e não para a dor em si. Existem alguns medicamentos e tratamentos disponíveis e o apoio psicológico nestes casos é muito importante. A depressão, a ansiedade, a doença cardíaca e a diabetes são perturbações frequentes nestes doentes.A dor neuropática, ao contrário do que se possa pensar, não é do foro psicológico. É real e tem tratamento. A Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, o Instituto Português de Reumatologia, a Sociedade Portuguesa de Medicina Física e Reabilitação e a Pfizer, lançaram no passado dia 12 de Outubro, uma campanha nacional com o objectivo de alertar para a dor neuropática e os sintomas sugestivos desta doença.
Um estudo da Keypoint indica que 70% das pessoas nunca ouviram falar da dor neuropática .
Joana Guimarães
2009-10-26
In blog "IDADE MAIOR"
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