sexta-feira, 16 de outubro de 2009

M62-CALDEIRÃO NA SALA DOS REIS PARA MEMÓRIA...


O CALDEIRÃO DA SALA DOS REIS DO MOSTEIRO DE ALCOBAÇA É UM "CALDEIRÃO COM HISTÓRIA".
Foi uma das "presas de guerra" da Batalha de Aljubarrota de 13 de Agosto de 1385
e tem um simbolismo muito importante para quem o perde e para quem o ganha.

Porque para combatentes de ontem ou de hoje sem comedoria é gaita que não assobia
...
Os portugueses apanharam o caldeirão e ganharam a batalha.
Os castelhanos ficaram sem rancho e perderam a guerra.
Jero

Diz Luis Rosa:

O capitão Gonçalo Rodrigues, o Roas, era homem de grande destemor e força.

O Condestável deu­-lhe por missão atacar e tomar a bagagem e a carriagem, na reta­guarda, dos castelhanos.

Ele assim o fez, e bem.

Deixou o exército de Castela sem abastecimento, gados e apoio.
...
No sítio de fazer o rancho estavam os caldeirões de bronze... Diz-se que o Roas ergueu um dos caldeirões em peso, pondo em fuga os castelhanos, ao verem a força de avantesma do português. Um dos caldeirões ainda lá está, a um canto da sala dos reis. Para memória.
...
Nem o rei Filipe, quando passou por Alcobaça, se atreveu a destruí-lo.- Vontade não lhe terá faltado, Elias.- Ele era um homem respeitador e tinha sangue português, pois era ... neto... do rei Ma­nuel. Mas, quando visitou o Mosteiro, todos os nobres castelhanos lhe sugeriram que o caldeirão fosse destruído, para «olvidar aquella verguenza», como diziam. O rei Filipe mostrou-se renitente. Então, um nobre, usando um argumento sibilino, deu a ideia de que o bronze do caldeirão fosse derretido e com ele se fizesse um sino. O rei Filipe disse, com ironia: «Se ele já assim faz tanto ruído, o que não fará se o vertermos em sino.»


E assim se salvou o caldeirão.
O claustro do silêncio.


Presença 2002

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