domingo, 11 de abril de 2010

M 231- À DISTÂNCIA NO TEMPO




Página de um Diário de Guerra

(Memória)





À distância…no tempo…recordo sons!

numa selva de imagens

recordo militares agitados…

Lembro a floresta, o caminho estreito

.

À distância do tempo…os ruídos esbateram-se!

Ficaram imagens…

Deitado na viatura da «Breda» está ferido o capitão

Pálido, de camuflado rasgado…. mas comandando


Ordens e gritos…Militares disparando…Correndo,

Lutando à voz …do seu capitão exangue …

Saindo da floresta …

que para trás ficava de novo silenciosa!


À distância do tempo…volto a ouvir

Algures vindo do céu… antes da vista…o ter visto

O barulho inconfundível …das pás, das hélices do helicóptero


O sangue deixou de correr

A palidez das faces atenua-se

e aparecem os primeiros sorrisos.


Estão nítidos na minha memória

…Os companheiros

Que ficaram para a vida…para toda a vida


À distância…no tempo…Do inimigo de então

que tantas vezes ouvimos… e não vimos

Sem ódio…nem ressentimento….quase nada recordo


À distância…no tempo…recordo homens, irmãos!

JERO

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