Castelo de Alcobaça
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O Castelo de Alcobaça localiza-se na freguesia do concelho de mesmo nome, no Distrito de Leiria, em Portugal.
Em posição dominante a noroeste sobre a povoação, na margem esquerda do rio Baça, das suas ruínas tem-se uma bela vista sobre a cidade, inclusive o seu famoso mosteiro, os campos envolventes e a serra dos Candeeiros.
História
Antecedentes
Há controvérsias entre os autores acerca da primitiva estrutura defensiva do local, atribuída ora à ocupação visigótica ora à muçulmana da qual uma torre albarrã é testemunha.
O castelo medieval
À época da Reconquista cristã da península Ibérica, foi tomado pelas forças de D. Afonso Henriques (1112-1185), que o teria reparado e reforçado. Reconquistado e destruído pelos mouros entre 1191 e 1195, D. Sancho I (1185-1211) retomou a povoação e suas terras, doando-as aos monges da Ordem de Cister, para a povoarem e defenderem. Data deste reinado a reconstrução do castelo para a defesa da povoação e seus habitantes.
Com a paz, nestes domínios, os monges se dedicaram à vitivinicultura e à enologia, tornando-se uma referência gastronômica internacional nos séculos seguintes.
Por volta de 1369 o abade de Alcobaça, D. Frei João de Ornellas, procedeu o reforço da defesa do castelo erguendo uma barbacã, tendo-se ainda reedificado uma torre caída e o troço de muralhas voltado para o Mosteiro. Para custeio destas obras, foi lançada uma finta sobre os moradores.
No século XV o castelo foi severamente danificado pelo terramoto de 1422, tendo-lhe sido providenciados os reparos necessários no ano de 1424. Um pouco mais tarde, o abade D. Frei Gonçalo Ferreira faz reconstruir a Torre de Menagem (1450).
No século XVII têm lugar novas obras de reparo no castelo (1627). Nesta fase, a torre destacada a leste passa a ser utilizada como cadeia, função que desempenhará até ao terramoto de 1755.
Sendo a nomeação dos alcaides do castelo prerrogativa dos abades de Alcobaça, conhecemos que Geraldo Pereira Coutinho, lente de prima e cânones da Universidade de Coimbra foi nomeado como alcaide-mor do castelo, em 10 de Novembro de 1701.
Do século XIX aos nossos dias
Na primeira metade do século XIX, no reinado de D. Maria II (1826-1828; 1834-1853), já sem função estratégica ou defensiva, determinou-se arrasar o antigo castelo (1838), que foi considerado como extinto nas Atas da Câmara Municipal (1854).
Em meados do século XX, abandonado e entulhado, procedeu-se o aproveitamento da sua cisterna para o depósito de água potável a ser distribuída à população (1940). Poucos anos mais tarde, procedeu-se à reconstrução da muralha voltada para o Mosteiro, a partir de uma descrição deixada pelo Frei Fortunato Boaventura (1952-1953), bem como a obras de limpeza do monumento e da sua área envolvente, incluindo-lhe os acessos, por ocasião da visita da rainha Elizabeth II de Inglaterra a Portugal, quando visitou Alcobaça (1956). Na década de 1960 novos reparos de pequena monta foram efetuados (1965).
Classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto publicado em 12 de Setembro de 1978, escavações arqueológicas realizadas no seu recinto num projeto de quatro anos iniciado em Agosto de 2002, com fundos municipais, buscam elucidar questões relativas à época e autoria da fundação do castelo. Os trabalhos são coordenados pelos arqueólogos Jorge António e Manuela Pereira, à frente de um grupo de voluntários e alguns trabalhadores da autarquia.
Características
Na cota de 69 metros, o castelo apresenta planta irregular orgânica, nos estilos românico e gótico.
Subsistem os muros da primeira cerca, em cantaria de pedra calcária, reforçados por sete cubelos de planta quadrangular e mais um torreão destacado pelo lado oeste (torre de menagem), voltado para o Mosteiro. A leste, ergue-se uma torre albarrã, entre o recinto interno e a barbacã de planta ovalada, reforçada, no lado oeste, por quatro cubelos (dois de planta semicircular).
Ligações externas
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Castelo de Alcobaça (IPA / DGEMN)
Instituto Português de Arqueologia
Castelo de Alcobaça (Pesquisa de Património / IPPAR)
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