quarta-feira, 9 de setembro de 2009

M28 - 10 ANOS DEPOIS DE UMA GRANDE NOITE DE MEMÓRIAS

MEMÓRIAS DAS TERTÚLIAS DA ADEPA(*)

A CRIAÇÃO DO 2º. RANCHO DO ALCÕA


Em 1939, há precisamente 60 anos, o Mundo fervilhava de conflitos.

Em Abril chegava ao fim a Guerra Civil de Espanha, depois de três anos de lutas, com um triste balanço de horrores e destruições, e com o sacrifício de 600.000 vidas.

Em Maio do mesmo ano Hitler e Mussolini assinam o “Pacto do Aço” e três meses depois, após o falhanço das negociações deDaladier e Chamberlain com Hitler, a guerra está mais perto do que nunca.

Em Setembro a Alemanha invade a Polónia e anexa Danzigue.

A Inglaterra e a França declaram guerra à Alemanha.

No final desse trágico mês os alemães chegam a Varsóvia.

A 3.000 kms. da capital portuguesa as tropas alemãs caminhavam de vitória em vitória e os portugueses iam tomando conhecimento da guerra pelos jornais e pelos serviços noticiosos das rádios.

Em Lisboa o Dr. Salazar recebe os Embaixadores da Alemanha e da Inglaterra e manda publicar a célebre nota oficiosa da neutralidade portuguesa:-
“Felizmente os deveres da nossa aliança com a Inglaterra, que não queremos eximir-nos a confirmar em momento tão grave, não nos obrigam a abandonar nesta emergência o dever da neutralidade”.

A opinião pública era, de uma maneira geral, a favor da causa dos Aliados, que se entendia representarem na Europa a liberdade e a democracia.

Os apoiantes das forças do “Eixo”, “os germanófilos”, viam na Alemanha a única barreira contra o comunismo.

Esta “acalmia” nacional, garantida pela política de neutralidade, fazia com que fossem notícia acontecimentos bem diferentes daqueles que preocupavam as outras capitais da Europa.

Lisboa preparava a grande” Exposição do Mundo Português”, superiormente orientada pelo Engenheiro Sá e Melo e Arquitecto Cottinelli.

O Professor Egas Moniz retomava a sua actividade clínica depois de ter estado alguns meses impedido de o fazer por ter sido vítima de agressão por parte de um doente tresloucado.

O Almirante Gago Coutinho viajou para o Brasil, a bordo do paquete “António Delfino”, para se associar a uma homenagem a Pedro Álvares Cabral.

E no mundo da cultura destacavam-se Aquilino Ribeiro(Mónica), Alves Redol ((Gaibéus) e Fernando Lopes-Graça (Cancioneiro do Menino Jesus).

Os cinéfilos portugueses aplaudiram a produção nacional “A Varanda dos Rouxinóis”, de Leitão de Barros, e os grandes filmes mundiais, que marcaram gerações:- “E Tudo o Vento Levou”, de Victor Fleming; “A Pousada de Jamaica”, de Alfred Hitchcock; “ Cavalgada Heróica”, de John Ford; e “O Monte dos Vendavais”, de W.Wyler.

Desportivamente merece menção a vitória da Académica de Coimbra, por 4 a 3, sobre o Benfica, na Final da Taça de Portugal, em futebol.

E é a altura de chegar a Alcobaça.

Socorrendo-nos dos ilustres alcobacenses Bernardo Villa Nova e Silvino Villa Nova, autores da “Breve História de Alcobaça”, encontramos registados como factos relevantes do ano de 1939 a realização de um Congresso Eucarístico e de uma Terceira Missão Estética de Férias ,presidida por Varela Aldemira e onde esteve integrado ,entre outros, o pintor Luciano Santos.

Registam ainda a criação do 2º. Rancho do Alcôa.

Deixamos a partir daqui de citar os autores da “Breve História de Alcobaça” e passamos à exposição da nossa recolha de testemunhos relativos à criação do 2º.Rancho do Alcôa, razão principal de toda esta viagem no tempo.

E fora de cena quem não é de cena.
Senhores e senhoras
Vamos reviver o “Rancho do Alcôa”.

José Eduardo Reis de Oliveira

7.Dezembro.1999

(*) E NÃO É QUE ESTÃO QUASE DEZ ANOS PASSADOS!?
Setembro de 2009-09-10 JERO

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