Lenda dos dois rios de Alcobaça (Alcoa e Baça)
Eu vou contar uma lenda
Com um pouco de verdade
A do Rio Alcoa e Baça
Que passam por Alcobaça
Bem no centro da cidade
Há muitos anos atrás
Dois namorados se amavam
Um amor profundo e forte
Separá-los! Só por morte
Um e outro namoravam
Eram os dois "pobrezitos"
Sem vintém para gastar
Ele era ganancioso
E muito ambicioso
Vivia p´ra trabalhar
Por ali passou um homem
A procurar trabalhadores
Ao rapaz ofereceu dinheiro
P´ra trabalhar o dia inteiro
Não esquecendo seus amores
Mas os homens são assim
E ela sentiu-se abandonada
Chorou tanto, tanto, tanto
Sempre lavadinha em pranto
Mas não valia de nada
As lágrimas eram tantas
Mesmo no tempo de estio
Que chorava noite e dia
"Tristinha" e com arrelia
Acabou formando um rio
Mais tarde o rapaz voltou
E a chorar foi para ela
"Que me perdoes te peço
Mas eu sei que não mereço
Ó minha linda donzela"
Como ela o amava muito
E mulher é mesmo assim
Ela lhe disse a chorar
"Contigo quero casar
Não te separes de mim"
E os dois tanto choraram
Num abraço longo e sentido
Que dois rios se formaram
Das lágrimas que brotaram
P´ra lembrar o sucedido
No baptismo desses rios
Ouve dois nomes com graça
Venha aí quem me desdiga
Que o rapaz e a rapariga
Se chamavam Alcoa e Baça
Histórias que não esquecem
P´ra contar a quem lá passa
Que estes dois rios deram
Logo assim que nasceram
O nome a Alcobaça
E "quem passa por Alcobaça
Não passa sem lá voltar"
Foi por isso que o Alcoa
Saiu p´ra ganhar "coroa"
Mas um dia quis voltar
Se uma lenda tem verdade
O afirmo de coração
Talvez seja bem por isso
Não quebrando o feitiço
Ainda é "Terra de Paixão"
De: Áurea da Mata
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