Portugal ganhou mais um símbolo nacional para além da bandeira e do hino.
O sobreiro é desde 22 de Dezembro de 2011 a 'Árvore Nacional de Portugal', depois de aprovado por unanimidade um projecto de resolução na Assembleia da República, decorrente de uma petição pública com 2291 assinaturas.
Nessa Petição Pública “Sobreiro – Árvore Nacional de Portugal”, levada a efeito por iniciativa das Associações Transumância e Natureza e Árvores de Portugal, apelava-se aos cidadãos para:
«Num País de grande riqueza e diversidade florestal, e sem desprimor para outras espécies que assumem papel relevante na floresta portuguesa, existe um largo consenso nacional de que é o Sobreiro (Quercus suber L.), a árvore que melhor poderá assumir o simbolismo de “Árvore Nacional de Portugal”.»
O que cerca de 700 antes já alguém, com particulares responsabilidades, fazia notar:
REI D.DINIS |
“Que sse nom faça danos nos soueraes...”, declarou El-Rei D. Dinis, na Carta de 13 de Julho de 1310.
Ainda hoje, o sobreiro goza de protecção legal em Portugal - é espécie protegida pela legislação portuguesa desde 2001 -reconhecendo-se nos “montados de sobro” alguns dos biótopos importantes em termos de conservação da natureza. Também ecologicamente, os sobreiros desempenham uma importante função na conservação do solo, na regularização do ciclo hidrológico e na qualidade da água.
Mas …a Lei que protecção do sobreiro está constantemente a criar situações de excepção para empreendimentos que permitem o abate de árvores.
Apesar dessas conhecidas e frequentes “mal feitorias” o sobreiro, que ocupa uma área de cerca de 737.000 hectares dos mais de 3,45 milhões de hectares de floresta em Portugal(dados de 2006), ainda hoje é responsável por 10% das exportações nacionais.
“Nenhuma outra árvore dá mais exigindo tão pouco”, escreveu o engenheiro silvicultor Joaquim Vieira Natividade em 1950.
“Abater um sobreiro é abater um símbolo nacional” .
Nesta fase difícil em que vivemos o sobreiro poderá ser a metáfora do povo português: exige pouco, dá muito. Vivendo em difíceis condições como o sobreiro, é um povo generoso.
A partir de agora, abater um sobreiro não será apenas abater uma árvore protegida, mas sim, um símbolo Nacional do nosso País.
Os governos e as circunstâncias ou as circunstâncias e os governos exigem do povo português, que continue a dar, a dar tudo e mais alguma coisa.
Mas …lembrem-se do sobreiro e não «abatam» o povo português, que é uma “espécie” que também merece ser protegida.
Em jeito de preito ao ilustre alcobacense Joaquim Vieira Natividade, (1899-1968), aqui fica uma despretensiosa homenagem ao seu enorme saber e ,também, o desejo de que é preciso ganhar confiança para o futuro.
Que 2012 não seja o ano de todos os castigos!
E que haja algum espaço para a esperança.
O futuro começa amanhã.
E ainda há plantados 737.000 hectares de sobreiros …
(respigado da Wikipédia, jornal “Público” e Semanário “Expresso”)
JERO
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