quinta-feira, 2 de setembro de 2010

M 292 -MEMÓRIA DE MESTRE JOÃO SANTOS

UMA AGUARELA DE MESTRE ...



Em recente visita a casa de um amigo descobrimos uma lindísssima aguarela de Mestre João Santos, que “apanha” o Rio Alcoa na zona que passava junto da “Alimentícia”, que é hoje o espaço da Biblioteca Municipal.
A “descoberta” dessa aguarela ,que não conhecíamos ,“levou-nos” à pesquisa de alguns elementos bibliográficos sobre o Mestre João Santos, que nos deixou em passado recente.
Curiosamente foi o seu Professor da escola primária Elias Cravo que o recomendou para a fábrica de cerâmica “Raúl da Bernarda” onde ingressou como pintor-aprendiz em 1949.Contava então 13 anos.
A partir de aí João Santos percorre diversos “caminhos” sem sair da área da cerâmica. Passa pela fábrica de Armindo Almeida Ribeiro, muda de estado”(casa-se com 19 anos) e entra na “Vestal” onde permanece 22 anos!
Transita mais tarde para a fábrica de António Campos Libório, seguindo-se no seu currículo a Aljubal, “ onde pintou peças ao sabor da louça italiana”.
É uma fase da “nossa” faiança regional onde se produz mais louça de “sabor italiano” em Alcobaça que em Itália.
O ano de 1976 traz para o João Santos e para os seus grandes mudanças. Aposta na aptidão de seus filhos para a pintura e modelagem e abre então o seu próprio atelier.
Em 1979, fez uma exposição em Leiria. Em 1982, foi premiado pelo Banco Pinto & Sotto Mayor na “Ceramex”.Esse prémio de design foi-lhe atribuído para uma saca saloia de retalhos, feita em cerâmica.Esta peça tornou-se um autêntico ex-libris do Mestre João Santos.
Também na FIL, na “Ceramex” de 1991, o jornal “A Capital” falava do êxito de vendas obtido por João Santos.
Com a abertura do centro comercial Gafa, abriu também o seu primeiro salão de exposições.
Em 1992, mudou-se para a Rua Miguel Bombarda (ao lado da redacção de “O Alcoa”).
É uma fase em que se dedica a tempo inteiro ao artesanato, moldando e pintando as suas peças.
Faz também retratos a óleo e a carvão.E aguarelas.
João Fernando dos Santos que faleceu com 70 anos de idade, em 30 de Junho de 2006, deixou um legado de que Alcobaça se deve orgulhar.
Registamos aqui o nosso apreço pelo Mestre João Santos.


(alguns dos dados bibliográficos deste texto são retirados de um trabalho do Dr. Jorge Pereira de Sampaio, publicado em “O ALCOA” em 1 de Abril de 1993).
JERO







4 comentários:

  1. Finalmente aluém recorda o "Grande Mestre" que foi o nosso "ti João".
    Um dos homens que mais deu mão na cerâmica e na pintura em Alcobaça e que, infelizmente, tem sido esquecido por quase todos.
    A quando da morte dele, falei em expor os seus trabalhos e, muita gente em Alcobaça se predispôs a emprestar as obras.
    Infelizmente, um familiar não quis ajudar e disse que a CMA tinha essa obrigação.
    Não nego que a CMA lhe deva isso mas, se tal não era possivel (até dado a falta de sensibilidade artistica da antiga vereadora), porque não serem os actuais atesãos a tomarem essa iniciativa?
    Hoje, foi com agrado que li esta homenagem a este artista de mão cheia que tanta saudade nos deixou.
    Obrigado Jero por este texto
    Lúcia Duarte

    ResponderEliminar
  2. Onde posso encontrar peças do Mestre João Santos (para comprar)?
    obrigada.

    ResponderEliminar
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  4. Alcobaça teve um grande ceramista caido no esquecimento. Eu recordo em miudo as deslocações com a minha familia de Alenquer onde tinhamos uma loja a Alcobaça para comprar ceramica do mestre João Santos. Como miudo que era na altura era apenas um passeio, só hoje dou valor a muitas das suas obras algumas expostas ainda em Alenquer na nossa casa. Numa breve conversa com a minha mãe foi uma pena a venda de algumas das suas peças unicas muitas deveriam ter ficado na nossa coleção particular. Gostaria de saber se algum dos filhos ou filhas ainda se mantem como ceramista, na altura lembro-me vagamente de ainda termos ido a uma fabrica que julgo que seria da familia do João Santos.

    ResponderEliminar