terça-feira, 25 de maio de 2010

M 256 - MONGES E CAMPONESES EM 5 DE JUNHO DE 2010


NOVO LIVRO DE ANTÓNIO VALÉRIO MADURO

O Centro do Património da Estremadura e a Folheto – Edições e Design promovem, no dia 5 de Junho, pelas 18 horas, no Armazém das Artes, em Alcobaça, a apresentação do livro “Monges e Camponeses – O Domínio Cisterciense de Alcobaça nos Séculos XVIII e XIX”, de António Valério Maduro.
A obra será apresentada por Rui Rasquilho, presidente da A.M.A., Associação de Amigos do Mosteiro de Alcobaça.
A sessão de apresentação contará ainda com a presença de Saúl António Gomes, Professor do Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.


O presente trabalho de António Valério Maduro faz uma história de vida do domínio cisterciense de Alcobaça nos séculos XVIII e XIX.

No século XVIII, a paisagem dos coutos de Alcobaça é profundamente transformada. A beirada da Serra é tomada pelo olival, fazendo de Alcobaça uma terra de oliveiras e de azeite, produto que passa a influir decisivamente nas rendas do Mosteiro. Aliás, o olival não para de crescer com as tomadias populares do século XIX, alcandorando o concelho ao lugar de primeiro produtor de azeite do distrito de Leiria. A mata primitiva de folhosas que ornamentava a Serra dos Candeeiros e que representava a maior mancha florestal dos Coutos vai, em contrapartida, ser sangrada até à exaustão. Nas terras de campo verifica-se o milagre do maís americano. O milho grosso desaloja os outros cereais e torna-se soberano na dieta alimentar das populações. Graças ao milhão a fome começa a ser vencida e o povoamento intensifica-se. O olival nas terras sequiosas da Serra e o maís nas úberes terras de campo protagonizam uma revolução agrária ímpar no território alcobacense. A acompanhar a última fase do agrosistema cisterciense multiplicam-se os lagares de azeite e moinhos de pão que a Ordem Cisterciense controla. Esta matriz agrária perpetua-se para além de Cister, conduzida agora pela mão de algumas famílias que adquiriram o amplo património rústico do Mosteiro. A desestruturação deste modelo dá-se a partir da 2ª metade do século XIX, com a aventura do arroz que passa a competir com o milho e com o sucesso da vinha que passa a ser o verdadeiro motor da economia alcobacense. É o tempo do capitalismo com as novas relações de produção e mercado chegar à agricultura.

António Eduardo Veyrier Valério Maduro é natural de Alcobaça, onde nasceu em 1959.
É professor na Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo em Leiria.
Doutorou-se em História Contemporânea na Universidade de Coimbra no ano de 2007, com o estudo Tecnologia e Economia Agrícola no Território Alcobacense (séculos XVIII a XX).
É investigador do Centro de Estudos Transdisciplinares para o Desenvolvimento (CETRAD), unidade de investigação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e colaborador do Centro de História da Sociedade e da Cultura (CHSC), unidade de investigação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
A sua actividade de investigação de matriz histórica e antropológica centra-se nos domínios da economia e tecnologia agro-marítima e industrial, desenvolve ainda estudos no âmbito da I República.
É sócio da ADEPA e da AMA.

2 comentários:

  1. este jovem professor muito tem contribuido para o conhecimento da história e da economia de Alcobaça.
    Fiquei satisfeita pelo convite e espero lá estar para lhe dar um abraço e agradecer o seu contributo para o nosso desenvolvimento cultural.
    Abração

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  2. Sim Lúcia! Concordo perfeitamente com as suas palavras!!!

    Parabéns p´lo lançamento
    Com sucesso garantido
    É um homem com talento
    O Património tem defendido.

    Até dia 5 de junho.
    bjo


    Lá estarei

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