MNEMÓNICAS ORNITOLÓGICAS
Damos continuação à nossa postagem M185
Trigueirão (Miliaria calandra)
"...Eeeh'na tem tanta raizzzzz!..."
À semelhança do Chapim-real, verifica-se também aqui um contexto agrícola. A frase refere-se à prática comum de arrancar plantas pela raiz, neste caso enfatizando o espanto, perante o raizame exagerado de uma delas.
Mais uma vez podemos encontrar alguns nomes vernáculos que, com alguma facilidade, também nos sugerem o canto do Trigueirão: "Tem-te-na-raiz", "Tentarraiz", "Tintarraiz" ou "Trinta-raízes"(4).
Tentilhão-comum (Fringilla coelebs)
"...Tem – tem - tem-tem qualquer coisinha pr'ó São Sebastião?"
Por último, e mais uma vez de contextualização religiosa, fica a mnemónica que talvez se possa considerar a mais difícil de reproduzir.
Pode também ser avaliada como a que melhor representa um canto de uma ave. Embora esta avaliação seja um pouco subjectiva, depende sobretudo da forma como cada um interpreta uma mesma mnemónica.
Para ajudar à reprodução da mnemónica do Tentilhão-comum, imaginemos um gago a pedir uma esmola para o São Sebastião!
Esta deverá ser reproduzida de forma inicialmente espaçada e acelerando até ao último "tem", mantendo a aceleração até ao fim da frase.
Deste modo consegue-se uma referência quase perfeita a um dos vários cantos desta ave.
Estas são apenas algumas de, quem sabe, muitas outras mnemónicas de cantos de aves espalhadas pelo nosso país. Principalmente pelas áreas rurais e por pessoas que, a estas estiveram ligadas, em algum momento das suas vidas.
Fica aqui o testemunho de algumas delas, pelo menos as que foi possível reunir... até ao momento!
Marco Correia
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