Num hospital um berro…nem sempre tem a ver com sofrimento!
Uma espera de horas num hospital traz-nos, quer se queira quer não, um sensação pouco confortável, algo depressiva.
É um local onde sabemos que mora a dor, a angústia, obviamente associada ao sofrimento que… nos fragiliza um pouco.
Pode-se estar cheio de saúde mas…o meio que nos rodeia faz-nos recordar que um dia poderá chegar a nossa vez…
A história que vos conto aconteceu recentemente e …não tem nada de ficção
Por bons motivos – até se pode dizer elos melhores motivos – estivemos em 22 de Fevereiro último no Hospital de Almada uma boa meia dúzia de horas…
A sala de espera que nos calhou por força das circunstâncias situava-se num «cruzamento» entre o Bloco de Partos com a Unidade de Cuidados Intensivos/ Bloco Operatório. Esta última transmite-nos um respeito especial pois ali se travarão muitas vezes lutas para salvar…vidas!
Aguardávamos o nascimento da segunda neta – a Mariana - e..as horas corriam lentas.
As notícias que nos iam chegando do Bloco de Partos apontavam para um nascimento lá para as tantas da madrugada…
Enganámos a fome à hora de jantar com o recurso a um máquina de sandes e bebidas instalada junto da sala de espera. E…íamos esperando…
Uma (experiente) enfermeira questionada sobre a eventual hora do nascimento deu-nos a entender que… prognósticos só no fim…
Por volta das oito e tal da noite um berro –um autêntico berro - vindo do lado Bloco Operatório fez toda a gente olhar para o longo corredor…sem ninguém à vista .Olhámos uns para uns outros com alguma ansiedade…
Depois de tantas horas já passadas naquele local era a primeira que se ouvia um berro., um grito isolado e…logo depois…silêncio.
Mas tinha sido um «berro» meio esquisito!
Momentos depois ..a tensão momentânea que se tinha estabelecido entre os diversos ocupantes da sala de espera desfez-se e…deu lugar a sorrisos…
Uma mensagem entretanto recebida num telemóvel explicou a razão do estranho berro…
O Benfica tinha marcado o seu segundo golo no jogo de Bucareste!
A espera continuou por mais algumas horas.
A Mariana nasceu no dia seguinte passavam já 21 minutos da meia noite…
Dois.Um. Um número mágico.
Viva…a Vida.
JERO
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