MEMÓRIAS NÃO TÊM FIM
Mais uma evocação com mais de meio
século, que vai trazer algumas recordações aos maiores de setenta.
Tem a ver com a visita a Portugal da
Rainha Isabel II de Inglaterra nos inícios do ano de 1957, quando era
Presidente da República o General Craveiro Lopes.
Ainda hoje se diz nos meios
diplomáticos portugueses que foi "a visita do século".
Tirou-se o bergantim real do Museu da
Marinha, ofereceram-se presentes caríssimos à família real, requisitou-se a
baixela Germain, fez-se um desfile de barcos no Tejo, cortejo pela cidade com
coche do século XVIII, arranjos no Palácio de Queluz e Mosteiro da Alcobaça.
A Rainha, então com 30 anos, trazia
consigo os olhos do mundo, imprensa cor-de-rosa e não só, que designou a sua
estada oficial entre 18 e 21 de Fevereiro de 1957 no Portugal fascista como
"uma segunda lua- -de-mel".
O marido, duque de Edimburgo, vinha juntar-se-lhe em Portugal depois de uma viagem de muitos meses pela
Commonwealth .
Por onde andou (Belém, Alcobaça,
Nazaré, Mosteiro da Batalha), a soberana foi aclamada por milhares de pessoas.
Este apontamento diz basicamente
respeito à visita de Isabel de Inglaterra a Alcobaça e aos trabalhos feitos
apressadamente nos meses que antecederam Fevereiro de 1957.
O Engº. José Costa e Sousa era ao tempo, Chefe dos Serviços Técnicos da Câmara Municipal e é “fonte” privilegiada das linhas que se seguem:«…as obras de desaterro foram alargadas para além do inicialmente previsto… O pessoal municipal trabalhava à luz dos faróis de camionetas…para tudo estar pronto a tempo e horas. Mas “o vendaval num copo de água” – expressão de Costa e Sousa” - chegou com a construção das instalações sanitárias para uso dos Reis de Inglaterra.
Havia três entidades responsáveis pelas obras : SNI (Secretariado Nacional de Informação), MOP (Ministério das Obras Públicas) e MNE (Ministério dos Negócios Estrangeiros). O responsável do SNI queria que fossem utilizadas louças cor de rosa; o da MPO defendia o azul enquanto que o do MNE se inclinava para o branco.
O Engº. José Costa e Sousa era ao tempo, Chefe dos Serviços Técnicos da Câmara Municipal e é “fonte” privilegiada das linhas que se seguem:«…as obras de desaterro foram alargadas para além do inicialmente previsto… O pessoal municipal trabalhava à luz dos faróis de camionetas…para tudo estar pronto a tempo e horas. Mas “o vendaval num copo de água” – expressão de Costa e Sousa” - chegou com a construção das instalações sanitárias para uso dos Reis de Inglaterra.
Havia três entidades responsáveis pelas obras : SNI (Secretariado Nacional de Informação), MOP (Ministério das Obras Públicas) e MNE (Ministério dos Negócios Estrangeiros). O responsável do SNI queria que fossem utilizadas louças cor de rosa; o da MPO defendia o azul enquanto que o do MNE se inclinava para o branco.
Como quem estava mais tempo no local
das obras era o técnico da Câmara de Alcobaça, Engº. Costa e Sousa, todos lhe
diziam nas costas do outro, para aplicar a louça da cor que defendiam. O
assunto assumiu tais proporções que o encarregado do SNI ameaçou fazer queixa
ao Dr.Salazar, se outra fosse a cor da louça, que não o rosa.
Mas que foi a visita do século…foi.
Os 80 contos foram mais tarde
(realmente) rentabilizados…
JERO
Olá Sr. Oliveira!
ResponderEliminarFoi de facto um acontecimento!
Lembro-me perfeitamente, gostei de ler, fez-me recordar.
( do que já não tenho a certeza é de que "recordar seja viver")
Saudações.
Dilita