PEDRO, O FUGITIVO
Apesar de reformado tento manter-me vivo... Vou a todas (ou quase…)!
Na Universidade da Vida cursei
“cidadania” e participo activamente nas “coisas” da minha terra. Já estive na
direcção de variadas instituições.
Na Liga dos Combatentes, nos Bombeiros, no Clube de Natação, na ADEPA
(defesa de património), no Armazém das Artes (fundação cultural), na AMA
(associação de amigos do Mosteiro de Alcobaça), na Fundação Maria Oliveira
(apoio a idosos) e no CEERIA (educação especial).
A história (com)vida de hoje tem como protagonista um jovem desta última
instituição, fundada em 1976.
À data da sua fundação, o CEERIA procurou fundamentalmente
ser uma resposta no âmbito da Educação Especial, acolhendo crianças e jovens
que, dadas as suas características, possuíam necessidades especiais de
educação, que não poderiam ser supridas no ensino regular.
O Pedro, o jovem da fotografia com
camisola de riscas, “assentou praça” na instituição com apenas 2 anos de idade.
Hoje tem 20. Desde miúdo que, sempre que podia, se escapava da sala onde devia
estar. Conquistou sem dificuldades de maior a alcunha de “o fugitivo”.
Terminei o meu mandato e passei a
visitar a instituição com menos regularidade.
Reencontrei-me como Pedro há dois
dias atrás. A instituição fez uma arruada, para promover uma “semana aberta” de
actividades e eu aproximei-me para cumprimentar os amigos e tirar umas
fotografias.
Logo que me viu o Pedro sorriu e
apontou para o pulso, onde eu tinha desenhado o “tal” relógio ,que tanto o
divertiu numa ceia de Natal. Já não o via desde então.
Fiquei sem palavras e quando eles
passaram tive que limpar com a mão uma lágrima “fugidia”…
Estes miúdos são mesmos especiais.
Marcam-nos para a vida inteira…
Nunca mais vou esquecer este
momento do meu amigo Pedro. "O Fugitivo".
JERO
.
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