domingo, 31 de outubro de 2010

M 309 - HISTÓRIAS DE VIDA


HISTÓRIAS DOS NOSSOS NETOS

Mariana caminha rapidamente para os 4 anos. Graças a Deus.
Nasceu em Fevereiro de 2007 e é uma menina invulgar. Alia à irreverência, que possui em doses bem “servidas”, uma ternura e uma sensibilidade especiais.
A história de vida que vamos contar passou-se em dois tempos. Dois tempos separados por cerca de um ano!
Mariana vive perto da casa do seu Avô materno e longe (mais de 100 kms.) da terra dos seus Avós paternos, que a visitam com a frequência possível.
Depois de uma dessas visitas a Mariana, depois de uma noite inquieta, questionou a Mãe quando , no dia seguinte, esta a levava para a sua escolinha.
- Onde está a tua Mãe?
Tinha então cerca de dois anos e meio.
Nas suas “contas” de menina pequenita, mas "esperta que nem um alho", tinha percebido que no jantar de família do dia anterior faltava alguém.
A sua Mãe, depois de uma pequena hesitação, explicou-lhe com o devido cuidado, que a Mãe da Mãe já não vivia cá. Ainda ela não era nascida… tinha ido para o Céu!

- Onde é o Céu ?
A Mãe explicou-lhe com palavras simples e, com uma mão, indicou-lhe umas nuvens no céu, no horizonte, lá muito longe.
A Mariana pareceu aceitar bem a explicação e não fez mais perguntas.
Passaram-se semanas e meses...


Quase um ano depois ...em tempo de  Outono e num fim de tarde, a caminho de casa, depois de mais um dia de “escola” a Mariana largou a mão da Mãe antes de entrar em casa. O sol dourado desse final do dia tornava ainda mais bonito o céu que espreitava por cima dos telhados das casas circundantes.
A Mariana, um pouco afastada da Mãe, começou a acenar com a mão. Parecia dizer adeus a alguém que estava ao longe. Muito longe…
Surpreendida a Mãe perguntou-lhe: - O que estás a fazer?
- Estou a dizer adeus à tua Mãe.
De lágrimas nos olhos e sem palavras a Mãe da Mariana pegou-lhe de novo na mão e foram para casa.
A Mariana, se Deus quiser, fará em breve , quatro anos.
É uma miúda invulgar que alia à irreverência uma ternura e uma sensibilidade…invulgares.

Digo eu, que sou suspeito.
Avô JERO

30.Outubro.2010






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