quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

M - 466 CROMOS DA VIDA

O Manjerico 

A primeira recordação que retenho na minha memória acerca do “Manjerico” – um homem de pequena estatura, um pouco curvado e sempre arrimado a um cajado – data do início dos anos 50.
 De seu nome Aníbal Campos nasceu por volta dos anos 20, devendo a sua alcunha ao padrasto de sua avó, de Turquel.
O “Manjerico” morava para os lados da Guarita – numa das saídas da Vila para as Caldas da Rainha e era guardador de gado (cabras e ovelhas) , razão porque andava sempre com o seu cajado.
 Era homem de poucas palavras, falando quase que só por monossílabos. Era uma pessoa pacífica que vivia para o seu trabalho. 
Impressionava o seu eremitismo, a começar pelo lugar isolado onde morava .
 A Guarita em causa situava-se na antiga Cerca do Mosteiro, para os lados da Fonte Nova. 
Nunca constituiu família sendo tratado - quando em certa altura da sua vida esteve bastante doente - por uma cunhada.
Na sua vida pacata foi notícia por causa duma aparatosa queda que sofreu numa boleia na mota do Luís Capador (Pai do actual proprietário da taverna do mesmo nome).
 O Capador (Pai) “apanhou-o” em Évora de Alcobaça para o levar até à Benedita.
 Quando chegou ao seu destino e convidou o “Manjerico” para se apear não tinha o “pendura”.
 Voltou para trás e veio a encontrar o “Manjerico” em Évora. Tinha caído logo na altura do arranque da potente mota e em vez de chegar à Benedita só viu foi “estrelas”, devido à violenta queda que sofreu.
 “Estava escrito” que se dava mal com viaturas de 2 e 4 rodas e, no ano de 1979, veio a ser vitima de um atropelamento numa passadeira de peões, junto ao Parque de Campismo, que lhe custou a vida.
Teria então cerca de 60 anos de idade.
A fotografia com que o recordamos faz parte do espólio do “núcleo museológico” da Taverna do Capador, em Alcobaça. 
Quem o conheceu não vai ter dúvidas.
 É mesmo o “Manjerico”.

JERO

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