sábado, 11 de fevereiro de 2012

M - 409 DIA DE IR VER O MEU NETO

DIA DE IR VER O MEU NETO

Mão amiga pôs-me na mão o último “JL” (nº. 1079, de 8 a 21 de Fevereiro de 2012) e apontou-me a última página.
- Tu que tens a mania que escreves “umas coisas” lê aqui este “bocadinho” do “Díário”, de António Torrado.
Li em silêncio, como convem, custou-me um “bocadinho” a admitir que estava muito bem escrito e respondi :- Ok, é um texto que eu gostaria de ter escrito mas ..tenho alguma coisa prá “troca (não confundir com “troika”…).
No seu “Diário”, referente ao dia 14 de Janeiro, António Torrado conta como conseguiu do seu neto de pouco mais de um ano de idade um sorriso “exclusivo”.
«…No dia em que nasceu fomos apresentados um ao outro.
…Levei-lhe uma das caixinhas de música da minha colecção. E toquei, dando à manivela, proferindo as seguintes palavras pedidas de empréstimo ao velho Afonso da Maia, quando lhe dão para o colo o neto:”Eu sou o avô. É preciso gostar do avô.”
«Desde esse dia primeiro do nosso encontro que, sempre que vou a casa do meu filho Filipe, levo o minúsculo realejo e faço-me anunciar ao toque da musiquinha.»
…Quando o Sérgio ouve a música, procura-me ansiosamente com os olhos e, quando me vê e se certifica de que aquele sujeito é o tal, o do costume, o das palavras aveludadas pela ternura, o meu neto oferece-me um sorriso tão reparador, tão balsâmico que me suaviza todas as arestas do mundo.»
E o que é que eu tenho prá troca em relação à maravilhosa história deste avô especial, que por acaso é um “rapaz” da minha idade (71 anos)!?
Tenho dois netos: um rapaz com 10 anos e uma menina com 5. O mais velho é filho da minha filha mais nova e a mais nova é filha do meu filho mais velho. Vivem em locais diferentes e são visitados pelo avô em alturas diferentes. Tenho com um e com outro “cumplicidades” também diferentes, com uma componente comum de “ligeira” deseducação própria de um avô, que tem como imagem de marca ser “um bom malandro”.
Com o rapaz, que tem mais 5 anos do que a prima, as brincadeiras são diferentes. Jogamos a bola no corredor e quando alguma coisa cai – ou se parte - funciona de imediato um “código” há muito estabelecido entre nós: “Foi o avô”. Que leva de imediato um ralhete da mãe do Pedro. Segue-se a jogatana com mais cuidado…e com alguns mudos sorrisos trocados à “revelia” da mãe.


O avô Torrado não o diz mas julgo que ,tal como eu, estaria disposto a dar a vida por um destes pequenos “sujeitos” que nos suavizam todas as arestas do mundo.



Por acaso, prá semana é dia de ir ver os meus netos.


JERO

1 comentário:

  1. Caro JERO
    Vê lá se pões as coisas em dia com os teus netinhos e deixas uma aberta para almocinho do cozido em Monte Real, no próximo dia 29...
    E já devias ter juízo, a jogar à bola com o netinho, quando te queixas das articulações!...
    Abraço e... até Monte Real.
    Miguel Pessoa

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