quinta-feira, 31 de maio de 2012

M - 417 ETAPAS DA VIDA


NÃO HÁ RECEITAS PARA AVIAR NA FARMÁCIA...
Nos tempos que correm já ninguém é demasiado velho para praticar um desporto radical, subir ao palco ou estudar e tirar um curso…
Desde que passei dos 70 tenho tido a preocupação – vá lá saber-se porquê – de “sinalizar” os maiores de 80, um “patamar” que me interessa especialmente nesta fase do “campeonato”. Porque a vida é feita de etapas…num caminho cuja distância desconhecemos, sendo certo que se o “pisarmos” com o passo certo poderemos realizarmo-nos e permanecer no clube da “gente feliz sem idade”.
A população portuguesa no capítulo de “idosos” já em 2010 tinha atingido os 2 milhões, com a relevante percentagem de 20% de reformados ainda a trabalhar !
E a viajar e a praticar desporto. E a estudar em Universidades seniores e a fazer teatro.
 E a ser apresentador de “Galas”e a escrever para jornais.
E – no cume de todas estas actividades de “provas de vida – a ser avós, junto dos filhos continuadores do seu viver. Longe ou perto, porque com o correr do tempo, os caminhos da vida obrigam muitos vezes a percorrer distâncias, para encurtar os “espaços” onde os nossos familiares se fixaram.
Mas ser idoso não é fácil porque há o preconceito de que o corpo e a cara mostram a nossa idade. Mas o envelhecimento activo pode contrariar o bilhete de identidade, que não marca (felizmente) a nossa idade mental. Todos sabemos no entanto que tudo acabará um dia.
 Em passado recente tomei nota de uma definição a que não se consegue ficar indiferente: “a partir dos 75 ou dos 80 há um relógio biológico que nos faz começar a ver a vida pelo retrovisor”.
Que fazer?
 Não há “receitas” para aviar na farmácia…
Tenho dias em que não penso na idade       que tenho. Prefiro andar em vez de ficar no “maple” da sala de estar.
E vir para a rua “curtir” a minha terra, os meus vizinhos, os meus amigos. Deitar fora as más recordações e guardar só as boas.
Afinal ainda me falta fazer tanta coisa…
JERO



segunda-feira, 28 de maio de 2012

M - 416 DOIS TEMPOS


A MEMÓRIA

Entrei pela primeira vez no Mosteiro de Alcobaça na Primavera de 1945. Confesso que nessa altura não apreciei devidamente a beleza gótica da Igreja, até porque ia adormecido ao colo da minha mãe.

Creio que acordei na Sala dos Reis quando a água benta me correu pela cara e talvez tenha chorado perante o trio impassível de Afonso Henriques, Alexandre III e São Bernardo.
 Que não me ligaram nenhuma.
Depois os meus pais, os padrinhos e um, penso eu, pequeno grupo de amigos, não me lembro de nenhum, voltamos para o patim barroco da Igreja de onde me disseram havia uma agradável vista sobre um lindíssimo jardim cheio de relva, bucho, árvores e empedrados, azuis e brancos, tudo maravilhosamente colocado.
Carros havia muito poucos.
 Mas o “oldsmobile” cor de vinho (um” must”) do meu avô lá estava esperando por nós.
 Contaram-me mais tarde que o senhor Campeão, da Pharmácia, me veio beijar a testa antes de entrarmos para o carro.
Contaram-me também que houve um almoço lá em casa onde a grande iguaria, eu diria uma delas, foi uma canja de galinha com pequenos ovos da dita, e uma pata para dar mais gosto. Que regalou o meu avô Leonardo.
A guerra de 39-45 não terminara e havia ainda racionamento, mas, lá em casa, no quintal, ali onde o Baça entra no Alcoa, viviam coelhos, galinhas e patos para além de crescer farta horta.
 E haver um forno para coser pão.
A última vez que entrei no Mosteiro tinha 99 anos e ia dentro de uma urna de cinzas em ouro, coroada por uma esmeralda, levada pelo meu bisneto Martim, de 15 anos.
Como imaginam também, por evidentes razões, não pude apreciar o monumento, mas sei por onde andei, antes de serem lançadas da Torre Norte, a do relógio mecânico, que sempre me fascinara desde que havia sido Director do Mosteiro no início do sec. XXI.

Nesse tempo, foram apenas três anos, olhei várias vezes o edifício para o ver e insisti para que outros o vissem.
 Mas a verdade é que tudo é breve e efémero e que a única coisa a fazer é preservar a memória tão pura quanto formos capazes de  guardar para a transmitir, para que outros a interpretem a seu saber. 
Por nisso não estraguem, aprendam e trabalhem com cuidado.

Rui Rasquilho

M - 415 UMA HISTÓRIA conVIDA


Vocês aí a comer e o meu tenente a morrer!
Esta história “conVida” aconteceu há mais de 50 anos. Mais propriamente ao longo ano de 1961.
Tem a ver com o início da guerra em Angola.
Como disse então o primeiro-ministro Oliveira Salazar “rapidamente e força para Angola ”.
E assim aconteceu. O governo da Nação respondeu prontamente enviando tropas em defesa da Província Ultramarina.
O tenente de Infantaria Tomé Pinto tinha casado em Janeiro.
 Um mês depois foi mobilizado. 
Embarcou no “Niassa” integrado no CCaç.129, que pertencia ao Batalhão 155, em Maio de 1961.
 A alvorada do dia 28 de Maio de 1961 teria sido igualzinha a tantas outras, não fosse a circunstância de ser o dia previsto para o segundo grande embarque de tropas para Angola no N/M NIASSA, a partir do Cais de Alcântara, em Lisboa.”                        
   O “Niassa” abarrotava de militares de farda amarela que, em 12 de Junho, logo após o desembarque em Luanda, desfilaram pelas avenidas da capital da maior Província do Império Português.

Foi um desfile emocionante saudado por milhares de civis que aplaudiam as tropas que marchavam com garbo. Lisboa continuava a mandar tropas para defender Angola.
Os militares do Batalhão 155 estiveram cerca de um mês em Luanda. Depois de alguma adaptação aos “ares” de Africa … receberam ordens para seguir para o Norte.
Tinham como principal missão fazer uma manobra de envolvimento à zona onde tinham decorrido os duros combates de Nambuangongo.
A coluna militar incluía viaturas civis pois as do Exercito não chegavam para transportar o contingente “amarelo”.
 “O transporte das companhias era feito tendo por base jipes Willes MB 4×4 mod. 1944, “jipões”Dodge 4×4 mod. 1948, camiões GMC 6×6 mod. 1952 e Ford mod. Canada 4×4 (rodado simples).
É oportuno recordar aqui que os militares seguiram armados com “Mauser”. E com camas desarmadas para montar quando “aquartelassem”.
Seguiram para a zona do Negage, Quitexe, Songo e Nova Caipemba.
Percorriam de 200 a 300 Km por dia tentando “apagar fogos”, sempre que era caso disso.
Quando a noite chegava a coluna estacionava, fazia-se a segurança e dormia-se debaixo das viaturas.
Um bocado de capim, coberto por uma lona, servia de colchão.
E tempo de entrar nesta história o “Marra”, que era o condutor da viatura onde seguia o nosso jovem tenente Tomé Pinto. Que contava então 25 anos.
O “Marra”, originário da região de Viseu, era um militar generoso, inteiramente dedicado ao seu tenente, e com uma razoável dose de “maluqueira congénita”.
Para ganhar uma ou duas cervejas da “Cuca” era capaz de agarrar os bornes da bateria da sua viatura com o “seu” carro a trabalhar.
Antes que caísse para o lado as suas desmioladas façanhas foram “interrompidas” pelo seu Tenente . Que o recorda com muita saudade e apreço: “era capaz de concertar qualquer motor”. E fazia a preceito a “cama de capim” do oficial de que era ordenança.
Como estava organizada a Companhia 129?
Um capitão (de nome Albuquerque), um tenente (Tomé Pinto), três alferes, sargentos, cabos e soldados.
E o inimigo?
Não se via. De vez em quando uns tiros ao longe e… pouco mais.
A CCaç. 129 chegou a região de Quizabala, onde se viria a instalar por alguns meses. Tinha sido nesta região que tinha começado o terrorismo em Angola em Marco de 1961.
"Em 15 de Março de 1961, um bando de terroristas da UPA (mais tarde denominada FNLA) chacinaram centenas de portugueses à catanada, homens, mulheres e crianças, da forma mais vil e cobarde”.
Todas as pontes estavam destruídas.
Uma das viaturas da coluna-auto transportava pranchas de ferro que serviam para “passar” os rios nos locais onde as pontes tinham sido destruídas.
E que armas tinha o inimigo?
Catanas, canhangulos, e uma ou outra arma de precisão - “carabinas” herdadas de caçadores de caça grossa -. Também haveriam algumas pistolas-metralhadoras!
Na altura já então era lendário um atirador do inimigo, com provas dadas como o temível caçador de homens. Era conhecido como “o caça alferes” .Vá se lá saber porquê…
O jovem tenente Tomé Pinto (na actualidade tenente-general, na reserva) recorda uma família de apelido Poço, da fazenda do mesmo nome, que foi alvo de uma terrível carnificina.
Alguns elementos da família foram mortos à catanada. Nessa e noutras fazendas da região crianças, mulheres e homens foram chacinados.  Novos e velhos, brancos e pretos, tudo o que mexia…
-“ Os guerrilheiros, nestes primeiros meses de guerra, acreditavam na ressurreição: mesmo que fossem mortalmente atingidos voltavam a viver – só morriam se lhes fosse amputada parte importante do corpo. “

A população nativa tinha desaparecido.
Andavam-se quilómetros e quilómetros sem ver viva alma.
Mas sorte diferente teve uma companhia ”irmã” que tinha também embarcado no navio “Niassa” na viagem iniciada em 28 de Maio de 1961.
Numa deslocação em zona bastante acidentada, quando os seus homens circulavam numa “picada” no meio uma floresta fechada, foram atacados a “mão” e as consequências foram terríveis.
Quando as nossas tropas reagiram a tiro de “Mauser” já muita gente estava seriamente ferida. Foi um banho de sangue. Quinze dos “nossos” já não responderam à chamada. Quinze mortos a catanada !
O inimigo terá tido bastantes baixas depois da reacção da nossa tropa mas a consequências para a CCaç. 115 foram muito pesadas.
A CCac. 129 continuava a sua acção na zona dos produtores de café e os contactos com o inimigo continuavam a ser esporádicos.
Um dia depararam com uma cena macabra numa picada próximo  de São José do Encoje (região dos Dembos).
As nossas tropas encontraram um nativo morto(talvez um ex-trabalhador de uma das fazendas da região) amarrado a uma cadeira no meio da picada, com um dístico ao peito: “tugas vão-se embora”.
Enterrou-se o morto e quando regressvam para as viaturas...
ouviu-se um tiro, seguido de algumas rajadas de pistola metralhadora. Seriam umas 11 horas da manhã.
O tenente Tomé Pinto que seguia então dentro de um jipão, com o capitão Albuquerque ,sentiu de repente uma queimadura no rosto.
Quando levou a mão a face já “tudo” era sangue.
Foi de imediato assistido no local pelo cabo enfermeiro Leonel.
O aquartelamento ficava a cerca de 3 horas de caminho.
Começou aí “o dia mais longo” da vida do jovem tenente Tomé Pinto.
Chegados ao aquartelamento pediu-se a evacuação do ferido por helicóptero. Mas só havia um e estava em Luanda, a 850Km de distância. E não estava disponível.
A solução possível no momento era seguir para o hospital de Carmona (Uíge).
Deitado numa maca seguiram-se 7 horas de viagem num jipão.
A seu lado deitaram-se 2 soldados para evitarem que o ferido se mexesse na maca.  Esse militares fizeram de “almofadas laterais” de forma espontânea e voluntaria na “ambulância” improvisada.
.Em Carmona o médico que o atendeu, diagnosticou uma fractura no maxilar esquerdo e o palatino “furado”.

Já próximo da cidade de Carmona o tenente Tomé Pinto continuava consciente e com o seu próprio sangue “escreveu” na lona da maca onde seguia :- “Frio”.
“Aguenta”, disse o médico da Companhia. “Aguenta”.
A mensagem – “ frio” - era o prenúncio de estado de choque, um sintoma pouco animador.
Em Carmona fizeram-lhe transfusões de sangue, que todos os soldados da CCaç. 129 fizeram questão de dar.
O “nosso” tenente recorda-se de, durante a noite, ter visto sempre a volta da sua cama militares com as espingardas “Mauser” a tiracolo.
Chegou o dia seguinte e uma boa nova.
Havia a possibilidade de evacuação de avião para Luanda.
Seguiu para o Negaje num avião “Tiger”.
Aí apareceram-lhe um médico e um capelão. Que lhe “ofereceu” a extrema-unção. Com um sinal de mão deu o seu “ok”.
Com os seus botões pensou:-Porque não?
Depois meteram-no num barracão onde ficou só com o cabo enfermeiro Leonel que nunca o largou. Todo o tempo.
Sentiu que estava a piorar. Teve uma sensação de abandono. Por sinais pediu ao Leonel um papel e uma caneta. Sabe que escreveu qualquer coisa de que já não se lembra. O Leonel ficou assustado e correu esbaforido para a messe dos oficiais. De cabeça perdida entrou sem pedir licença e gritou: “Estão todos aí a comer e está o meu tenente a morrer”.
Depois de um silêncio… vários oficiais levantaram-se e deslocaram-se ao barracão para ver o ferido. Alguns tinham sido do seu curso na Academia Militar e reconheceram-no de imediato: “olha o Tomé Pinto”.
 As coisas melhoraram.
 O Leonel mostrou-lhe mais tarde o papel onde pensava ter escrito algumas palavras de socorro. Só tinha feito um risco. Não tinha qualquer palavra escrita.
O tenente Tomé Pinto resistia a todas as ordens de quem lhe queria mexer nas feridas do seu rosto. Nem queria morfina para atenuar as dores. Tinha a noção de que não resistiria se lhe voltassem a mexer na cara. Se as feridas “ abrissem” perderia o resto do seu sangue. As horas iam passando lentamente…
 E lá chegaram os dois aviões “DO”. Chovia muito.
 O pequeno avião onde foi embarcado o nosso tenente borregou duas vezes. A terceira tentativa levantou vôo. 
Seguiam na avioneta o piloto, o tenente Tomé Pinto, na sua maca, e o cabo enfermeiro Leonel.
 A segunda “DO” levantou vôo à primeira tentativa.
E dois aviões porquê?
Por uma questão de segurança. Não nos podemos esquecer que estávamos em 1961 e que as condições meteorológicas eram muito más. Se um dos aviões caísse o outro balizaria a sua posição para que os seus ocupantes fossem socorridos. Chegaram a Luanda ao anoitecer, depois de três horas de vôo. O cabo Leonel não se calou durante todo o tempo e foi mantendo acordado o seu tenente. “Já se vêem as luzes de Luanda”. O hospital estava perto. Chegaram. O tenente Tomé Pinto lembra-se de ter pensado: “ estou safo”. Seguiu para uma sala de tratamentos intensivos. Estava esgotado mas continuava atento. Tinham passados quase dois dias… Só então se deixou adormecer. Tinha conseguido chegar até ali devido a uma enorme vontade de viver. A primeira noite no hospital foi passada com muitas dores.


 Seguiram-se mais quatro ou cinco noites bem compridas…e mal dormidas.
 Pensava na sua jovem mulher em Lisboa. Que nada ainda sabia. Tinham casado em Janeiro de 1961. O jovem tenente tinha embarcado para Angola em Maio. E estava agora no hospital em Novembro. Dez meses de separação e de muitas angústias.
 Quinze dias depois de dar entrada no hospital de Luanda regista acentuadas melhoras e está em condições de ser evacuado para Lisboa. Nessa altura já falava e dava algumas passadas.
Voa de Luanda, deitado numa maca e… chega finalmente a Lisboa e ao Hospital Militar Principal, ficando internado no pavilhão da Avenida Infante Santo.
 O reencontro com a família foi muito emotivo.
A recuperação fazia-se em bom ritmo e… deixaram-no ir passar o Natal desse ano (1961) à sua aldeia natal. Maçores, perto de Torre de Moncorvo, em Trás-os-Montes.
Viajou com a sua mulher de comboio de Lisboa até ao Pocinho. Quando chegou ao seu destino tinha a “aldeia em peso” a recebê-los.
Não mais o esquece.
Houve depois uma missa extraordinariamente participada. Ainda hoje recorda o discurso que o senhor Albano Mendes ,que era então uma figura grada da freguesia, fez em sua honra. Também as palavras proferida por Maria do Céu, uma sua colega da escola primária, o sensibilizaram bastante.
 Depois da missa toda a gente o acompanhou a casa dos seus pais. Regressou passados uns dias a Lisboa e ao hospital.
Melhorou ,e passados que foram cinco meses, está como “novo” e… volta a Angola. Pediu para ir visitar os militares da sua companhia (a CÇac. 129), o que lhe foi concedido. Quando chegou… foi recebido com entusiasmo pelos seus. Esteve dois ou três dias com os seus homens. Ainda se ofereceu para ir a uma “operação” no mato, mas não o deixaram ir. Recorda dessa breve passagem pela CCaç. 129 a presença da mulher do Alferes Miliciano Domingos. Quando este saía para o mato a “Mariazinha” sentava-se numa cadeira e aguardava horas e horas sem dizer uma palavra. Era a imagem da angústia e do sofrimento.
Seguiu então para Nova Lisboa, já então como capitão. Fez depois uma “escola de cabos” com tropas nativas. Foi também o “oficial de operações” na zona até ao final da sua comissão.

 Na zona onde esteve até ao final da comissão não havia “guerra”. Ia-se beber um café a Luanda (700Km) ou comer uma lagosta a Lobito (400Km). Vivia-se bem e o ambiente era extraordinário. Acabou a sua comissão em Junho de 1963. Regressou ao continente e foi colocado em Mafra. Onde começou um novo capítulo da sua carreira. Foi nomeado director do curso dos novos aspirantes da Academia Militar, a quem tentou passar a sua experiência nos poucos meses em que esteve com eles. Em Janeiro de 1964 já estava em Évora a preparar uma nova companhia. Que veio a ser a CCaç. 675 e que ,em Maio desse ano, rumou para a Guiné. Mas essa é outra história…
Depois da comissão da Guiné volta novamente a Angola como Oficial do Estado Maior (1972-74).
-  “Africa é uma terra de feitiço e o africano é generoso”.
E hoje?
- “Vivo na cidade. Mas não sou um citadino”.
Porque é (será ate morrer) transmontano. E o transmontano sente-se bem em todo o mundo.
 Actualmente, com 76 anos de idade, anda a plantar árvores em Maçores, sua terra natal. Já plantou 2500 oliveiras.
E o cabo Leonel?
- “Mora em Bucelas-Loures. Ainda há quatro anos me safou de outra. Tive uma operação marcada a um joelho em mau estado e ele tratou-me. É massagista no clube de Bucelas. Mas já foi massagista do Sporting Clube de Portugal e da Selecção Nacional de Juniores.”
Faz uma pausa e, lentamente, refere:
-“Devo-lhe a vida”.
E a sorrir repete: “Vocês aí a comer e o meu tenente a morrer... “
 - “Só mais tarde soube desta frase do Leonel - que nada me disse na altura em que a proferiu - por um oficial que estava na messe de Negaje.»
Passaram 51 anos.
JERO

M - 414 NO JARDIM DA GAFA HÁ SETENTA ANOS...

 MEMÓRIA DE 40





Pode parecer estranho aos mais jovens mas esta foto é a reprodução de um postal da década de 40 onde, por feliz acaso, estou eu, a minha mãe e uma jovem desconhecida.
 Ora como nasci em 4 de Abril de 1940 e na foto já me equilibro de pé presumo que o postal será de 1942 , ou perto.
O "espaço" é o do jardim frente à Câmara Municipal de Alcobaça.
Por sinal com "evidências" de estar muito bem cuidado.
Ainda me lembra destes de bancos de jardim e de uma grande queda de bicicleta neste local quando já tinha uns 10 ou 11 anos de idade. Armei-me em "bom" e estendi-me ao comprido...
Aquela velha história: Olha pra mim ...sem mãos, sem pés...sem "dentes"! Velhos tempos...
JERO
RETOMA
Quem muitos ...toca ...algum fica para trás. Ficou o blog em "favor" do facebook! Assumo o "pecado" e vou tentar "entremear".
Está feita a declaração de intenções.
Vamos à vida.
JERO