domingo, 25 de julho de 2010

M 283 - UM CASTELO EM RUÍNAS QUE MERECE MELHOR SORTE!


Castelo de Alcobaça

Arriscamos dizer que nunca vimos o Castelo de Alcobaça tão limpo como está nos nossos dias.
Aliás essa limpeza é visível è distância e há que reconhecer que os responsáveis da C.M.Alcobaça fizeram um bom trabalho. Posto isto há que dizer que valeria a pena ir mais além para o local ser mais visitado… por quem nos visita. Para já achamos que a sinalética do “Castelo” devia ser alterada para “Ruinas do Castelo”. Depois já no local deviam ser melhorados os acessos as suas muralhas(ou ruínas das ditas). Por que não uma escada de madeira ,sem obviamente descaracterizar o local ? Na fase mais alta do turismo – meses de Verão – não se justificaria a instalação de um quiosque de madeira? Nesse quiosque poderia ser instalado um mini posto de turismo com um funcionário habilitado que desse informações sobre o Castelo e sobre as suas vistas com história: o Mosteiro de Alcobaça, o território dos antigos Coutos de Cister, a Serra dos Candeeiros, etc.,etc.
A informação sobre o tema é abundante e deixaria uma boa impressão a quem se desse ao trabalho de se deslocar ao local. Se no quiosque se pudessem fornecer águas, cafés ou doces conventuais seria um excelente complemento -e uma agradável surpresa - para quem subisse a Rua do Castelo…
Sabemos que estas pequenas melhorias trariam com certeza papelada e autorizações de diversos organismos e apetece-nos dizer que era de fazer já e regularizar as burocracias no Outono!
JERO


Informação sobre o Castelo de Alcobaça
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Coordenadas: 39° 33.030' N 8° 58.937' W
O Castelo de Alcobaça localiza-se na cidade, freguesia do concelho de mesmo nome, no Distrito de Leiria, em Portugal.
Em posição dominante a noroeste sobre a povoação, na margem esquerda do rio Baça, das suas ruínas tem-se uma bela vista sobre a cidade, inclusive o seu famoso mosteiro, os campos envolventes e a serra dos Candeeiros.


Antecedentes
Há controvérsias entre os autores acerca da primitiva estrutura defensiva do local, atribuída ora à ocupação visigótica ora à muçulmana da qual uma torre albarrã é testemunha.


O castelo medieval
À época da Reconquista cristã da península Ibérica, foi tomado pelas forças de D. Afonso Henriques (1112-1185), que o teria reparado e reforçado. Reconquistado e destruído pelos mouros entre 1191 e 1195, D. Sancho I (1185-1211) retomou a povoação e suas terras, doando-as aos monges da Ordem de Cister, para a povoarem e defenderem. Data deste reinado a reconstrução do castelo para a defesa da povoação e seus habitantes.


Com a paz, nestes domínios, os monges se dedicaram à vitivinicultura e à enologia, tornando-se uma referência gastronômica internacional nos séculos seguintes.


Por volta de 1369 o abade de Alcobaça, D. Frei João de Ornellas, procedeu o reforço da defesa do castelo erguendo uma barbacã, tendo-se ainda reedificado uma torre caída e o troço de muralhas voltado para o Mosteiro. Para custeio destas obras, foi lançada uma finta sobre os moradores.


No século XV o castelo foi severamente danificado pelo terramoto de 1422, tendo-lhe sido providenciados os reparos necessários no ano de 1424. Um pouco mais tarde, o abade D. Frei Gonçalo Ferreira faz reconstruir a Torre de Menagem (1450).


No século XVII têm lugar novas obras de reparo no castelo (1627). Nesta fase, a torre destacada a leste passa a ser utilizada como cadeia, função que desempenhará até ao terramoto de 1755.


Sendo a nomeação dos alcaides do castelo prerrogativa dos abades de Alcobaça, conhecemos que Geraldo Pereira Coutinho, lente de prima e cânones da Universidade de Coimbra foi nomeado como alcaide-mor do castelo, em 10 de Novembro de 1701.


Do século XIX aos nossos dias

Na primeira metade do século XIX, no reinado de D. Maria II (1826-1828; 1834-1853), já sem função estratégica ou defensiva, determinou-se arrasar o antigo castelo (1838), que foi considerado como extinto nas Atas da Câmara Municipal (1854).

Em meados do século XX, abandonado e entulhado, procedeu-se o aproveitamento da sua cisterna para o depósito de água potável a ser distribuída à população (1940). Poucos anos mais tarde, procedeu-se à reconstrução da muralha voltada para o Mosteiro, a partir de uma descrição deixada pelo Frei Fortunato Boaventura (1952-1953), bem como a obras de limpeza do monumento e da sua área envolvente, incluindo-lhe os acessos, por ocasião da visita da rainha Elizabeth II de Inglaterra a Portugal, quando visitou Alcobaça (1956). Na década de 1960 novos reparos de pequena monta foram efetuados (1965).
Classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto publicado em 12 de Setembro de 1978, escavações arqueológicas realizadas no seu recinto num projeto de quatro anos iniciado em Agosto de 2002, com fundos municipais, buscam elucidar questões relativas à época e autoria da fundação do castelo. Os trabalhos são coordenados pelos arqueólogos Jorge António e Manuela Pereira, à frente de um grupo de voluntários e alguns trabalhadores da autarquia.

CARACTERÍSTICAS
Na cota de 69 metros, o castelo apresenta planta irregular orgânica, nos estilos românico e gótico.
Subsistem os muros da primeira cerca, em cantaria de pedra calcária, reforçados por sete cubelos de planta quadrangular e mais um torreão destacado pelo lado oeste (torre de menagem), voltado para o Mosteiro. A leste, ergue-se uma torre albarrã, entre o recinto interno e a barbacã de planta ovalada, reforçada, no lado oeste, por quatro cubelos (dois de planta semicircular).
Barbacã
A barbacã (do latim medieval "barbacana"), em arquitectura militar, é um muro anteposto às muralhas, de menor altura do que estas, com a função de defesa do fosso de uma fortificação, onde era oferecida a primeira resistência ao agressor.
Também denomina uma fresta na muralha, aberta para possibilitar o tiro sobre o inimigo.
Origem:Wikipédia, a enciclopédia livre.
Fotografias de meados de Julho de 2010(JERO)



quinta-feira, 22 de julho de 2010

M 282 - UM MORTO POR DEZASSEIS HECTOLITROS DE ARROZ !!!


A cultura do arroz nos campos de Alcobaça

A cultura do arroz aporta a Portugal, provavelmente, pela mão dos árabes. Frei Francisco Brandão refere que no reinado de D. Dinis ainda se semeava o arroz. A interrupção desta cultura confinada a áreas palustres ter-se-á devido a uma inaptidão do mundo rural para lidar com o regadio, assim como às incessantes flagelações da população com a malária. Na sua “Memória Histórica sobre a Agricultura Portuguesa…”, José Veríssimo Silva testemunha o longo esquecimento dos arrozais na lavoura nacional. A redescoberta e desenvolvimento da cultura do arroz têm lugar no consulado Pombalino. Para estancar o fluxo das importações provenientes da Califórnia, o governo, sob o impulso do Secretário de Estado dos Negócios e Marinha Martinho Mello e Castro, manda realizar sementeiras no Brasil na segunda metade do século XVIII, o que vai contribuir para atenuar a dependência da metrópole.
Na comarca de Alcobaça, como aliás na generalidade do país, a cultura do arroz só se implantou tardiamente. Frei Manuel de Figueiredo, na resposta ao inquérito agrícola da Academia Real de Ciências de Lisboa (1787), confirma a ausência deste cereal do calendário agrícola. Os monges ensaiaram esta cultura nas terras de campo de Alfeizerão e na Granja do Valado (década de 20 do século XIX). Mas, ao que parece, estas experiências foram travadas pelo martírio das sezões. A cultura do arroz com carácter de permanência só se estabelece a partir da viragem para a segunda metade do século XIX. A primeira sementeira teve lugar, no ano de 1848, na Quinta da Ordem (concelho de S. Martinho do Porto). Nas terras de campo em que a circulação das águas apresenta um traçado capilar graças à deriva facilitada pelos enguieiros, o arrozal alastrou como uma nódoa, desalojando, parcialmente, o milho e as culturas hortícolas. Na década de 50 do século XIX, semeava-se o arroz em Alfeizerão, Salir, S. Martinho, Valado dos Frades e Maiorga.
O arroz chega mesmo a ser encarado como uma bênção dos céus que vem compensar os homens da lavoura dos prejuízos causados pelo oídio nas vinhas. Cultivava-se o arroz carolino (Oryza Mutica L.) e o galego ou da terra (de pragana). A cultura do carolino era considerada mais remuneradora pelos agricultores. A produção média do concelho não ultrapassava a relação de um alqueire para trinta e dois, embora algumas explorações alcançassem resultados de quarenta alqueires.
A relação umbilical desta cultura com os surtos palúdicos que fustigavam ciclicamente os povoados entestantes com os arrozais foi denunciada pelas populações e pelos homens da cultura e ciência que faziam ouvir a sua voz na imprensa e no Parlamento. As recidivas da malária, doença endémica das regiões planas em que os charcos abundam e o curso das águas é entorpecido, provocavam, pelo seu furor, não só inúmeras baixas, como imobilizavam os braços de trabalho. O Agrónomo Andrade Corvo relata apavorado que dezasseis hectolitros de arroz correspondem ao preço de uma vida. As autoridades tentaram salvar a cultura impondo aos lavradores um conjunto de regras dificilmente exequíveis para muitos dos terrenos que o arroz tinha ocupado. O cultivo do arroz passa a ser objecto de licenciamento e as sementeiras a ser vistoriadas para se garantir o cumprimento dos requisitos legais, nomeadamente ter água corrente em permanência.
A falta de condições culturais leva à proibição dos arrozais no concelho de Alcobaça por decreto de 1870, interditando-se a cultura no distrito de Leiria por decreto de 4 de Maio de 1871.

António Valério Maduro

quarta-feira, 21 de julho de 2010

M 281 - AINDA A EDUCAÇÃO

ESCOLA, ALUNOS E PROFESSORES…
Insucesso escolar: dados a ter em conta!?


Um estudo vem agora revelar que os Portugueses não gostam do estudo.


Trata-se de uma entrada no blog do Venerando Matos ("Vedrografias") que comenta números muito interessantes (divulgados recentemente no “Público”) no que respeita ao "interesse" escolar dos alunos portugueses .
«... parece que, afinal, não são propriamente os professores os culpados do insucesso deles!»
Mas claro, a divulgação que é dada a estes contributos para a explicação do insucesso escolar em Portugal, é escassa porque não convêm...
"São marcas que continuam a acompanhar os portugueses. Cá dentro, Portugal tem a segunda taxa mais elevada de abandono escolar precoce da União Europeia.
Lá fora, os filhos dos emigrantes portugueses continuam a desistir. No Luxemburgo, um em cada quatro alunos que abandona a escola secundária é português, dá conta um estudo do Ministério da Educação luxemburguês, divulgado pela agência Lusa.
"Entre os estudantes estrangeiros que frequentam o ensino secundário naquele país, os portugueses são os que apresentam a maior taxa de abandono escolar.
No último ano lectivo, estavam inscritos nas escolas públicas 7046 portugueses. Desistiram 454, o que representou um aumento de cinco por cento em relação ao ano anterior. Os alunos portugueses representam 19,1 por cento da população estudantil do Luxemburgo. São o maior grupo entre os estrangeiros que estudam naquele país.
"A outra face da mesma moeda: dados recentes mostram que, nos EUA, Canadá, Grã-Bretanha e Suíça, os filhos dos emigrantes portugueses estão também entre os que obtêm resultados escolares mais baixos entre as comunidades estrangeiras. ( !!! )
Para Hermano Sanches Ruivo, responsável pela primeira associação de luso-descendentes criada na Europa, a Cap Magellan, a reprodução desta situação deve-se em grande parte ao facto de muitas famílias continuarem a não valorizar o papel da educação.
"Para muitos, educação é os filhos fazerem o que eles fizeram", comenta ao “Público”.
"Não têm tempo para acompanhar os filhos, não gastam dinheiros em aulas suplementares para compensar atrasos. Os jovens, por seu lado, têm como preocupação começarem a trabalhar o mais rapidamente possível."
"Também o organismo que coordena os serviços escolares na Suíça (CDIP) apontou, em 2007, o dedo às famílias. Os fracos resultados escolares das crianças portuguesas devem-se "ao desinteresse total dos pais em acompanhar" a educação dos filhos e à "origem sócio-cultural modesta" destes, afirmava-se num documento que suscitou a indignação dos representantes portugueses naquele país.
"Sanches Ruivo, que foi o primeiro luso-descendente a ser eleito para a Câmara de Paris, considera que a responsabilidade desta performance negativa recai também sobre os sucessivos governos portugueses. Tem sido feito muito pouco para promover a língua portuguesa, constata. Um resultado: em França, apenas 30 mil pessoas estão a aprender português, os estudantes de italiano são quase 300 mil, os de espanhol três milhões.
SÃO COINCIDÊNCIAS A MAIS.
 Os sistemas educativos do Luxemburgo, Canadá, Reino Unido, Suíça, França e Portugal, sendo muito diferentes - e alguns deles muito prestigiados internacionalmente - apresentam os mesmos dois problemas com os alunos portugueses:Perante esta realidade até poderiamos ter o melhor sistema de ensino do mundo, que os resultados pouco mudariam.

Fonte Vedrografias

Infelizmente parece poder concluir-se que os portugueses não gostam de estudar… o que é meio caminho andado para o insucesso escolar...

Não seria de explorar a possibilidade de estarmos perante um problema cultural de fundo, dos portugueses em relação à escola e à necessidade do estudo ?


Tem a palavra o Ministério da Educação.


JERO

quinta-feira, 15 de julho de 2010

M 279 - DA CÂMARA PARA OS ASTROS


Da Câmara para os Astros…

Graciano Campos é alcobacense desde há 55 anos e por causa disso teve que nascer em 1955, ocorrência a que não se pode dizer que fosse alheio sendo no entanto certo que os principais responsáveis por tal acontecimento …foram os seus pais. Depois cresceu e…foi para longe.
Para a outra banda. Farto de estar bem fixou-se em Almada. É funcionário camarário mas não se fica pela secretária.
Jamais.
Descobriu o mundo das corridas há 14 anos e não pára nem deixa de olhar para o mundo que o rodeia.
Interessado pelo estudo da natureza humana, frequentou o curso de Psicologia da Universidade de Lisboa. Mas…fez mais. Entrou noutro mundo. É estudante do 3º Ano da Academia de Estudos Astrológicos.
E foi nessa qualidade que ,com outras colegas ,aceitou um desafio que levou à edição de um livro. Que se chama:
 Retratos Astrológicos de 100 Portugueses Famosos.
Foi editado por Vogais & Companhia ,teve a coordenação de Luis Ribeiro e Helena Avelas e o seu tema é o Esoterismo.

CONTEÚDO
A obra agora editado foi, como já referimos, o resultado de um desafio lançado a um grupo de estudantes da Academia de Estudos Astrológicos.
Foi-lhes proposto pesquisar uma personalidade portuguesa à escolha, confirmar os dados de nascimento e escrever uma mini biografia astrológica, de acordo com as regras da Astrologia Tradicional.
Segundo os especialistas este livro é de grande relevância no estudo da Astrologia em Portugal. «Representa o colmatar de uma falha que há muitos anos se faz sentir na Astrologia portuguesa: o desinteresse que a investigação de personagens históricas e de figuras públicas tem merecido por parte dos astrólogos, e a consequente escassez de dados nesta área. Sendo nós um povo tão virado para ao passado e para a nostalgia, foi sempre um mistério a razão deste desinteresse quase total no estudo astrológico de figuras históricas.»
O resultado foi uma colecção de mapas astrológicos comentados, muitos dos quais inéditos, de cem figuras portuguesas das mais diversas áreas da sociedade, desde a cultura à política, passando pela ciência e pela arte.
Deste livro fazem parte personalidades tão distintas como Amadeo de Souza-Cardoso, Amália Rodrigues, Fernando Pessoa, Agostinho da Silva, entre outros.


E também a alcobacense Virgínia Vitorino.
E aqui o responsável único é o nosso conterrâneo Graciano Campos, que tivemos oportunidade conhecer em passado recente. É um excelente conversador que tem a virtude de saber ouvir.
Esclareceu-nos algumas dúvidas sobre cartas astrológicas mas aqui a personalidade importante é VIRGÍNIA VITORINO.
Do estudo de Graciano Campos salientamos os seguintes dados:
Virgínia Vitorino nasceu em Alcobaça às 23 horas e 45 minutos de 13 de Outubro de 1895.
Distingue-se como poetisa e dramaturga, alcançando bastante sucesso no seu tempo. Faz no Conservatório Nacional os cursos superiores de piano e canto, completando ainda o curso geral de harmonia e o de italiano. Lecciona línguas na mesma instituição, durante quase quatro décadas. Viaja bastante pelo mundo, colabora na rádio, na Emissora Nacional e na divulgação de poesia e teatro.
A notoriedade advém-lhe de alguns factores: o Ascendente Leão ( tem de se mostrar…), Júpiter, o benéfico maior, conjunto ao Ascendente, sendo ademais o planeta mais forte do mapa e a Lua, o segundo luminar, também posicionada na Casa I, trazendo-lhe popularidade.
O pendor para a escrita provém de Mercúrio, que é o segundo planeta mais forte do mapa; está no seu termo em Escorpião e faz a conjunção a Saturno, incutindo-lhe profundidade de pensamento, sobriedade e capacidade de análise; está ainda conjunta a Alphecca, uma estrela que lhe confere brilho, honra e habilidade poéticas e artísticas.
Refere depois Graciano Campos as influências de Marte na carreira, a presença de Júpiter e da Lua nas viagens e os significadores de Júpiter, Marte e Mercúrio na vocação.

Da Câmara para os Astros o alcobacense Graciano Campos não se perde e acrescenta proveito e interesse à sua vida de funcionário público. Cumprimentamo-lo por isso.

JERO





quarta-feira, 14 de julho de 2010

M - 278 - DEPOIS DA GUERRA...AS MEMÓRIAS E OS AFECTOS...


Guiné /Blogopoesia (74): Saudades daquele tempo, ou Quisera eu...
(Manuel Maia) 
 Mensagem de Manuel Maia (ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74), com data de 4 de Julho de 2010, postada no blog “Luís Graça e Camaradas da Guiné”.
«Aqui seguem algumas sextilhas que sintetizam as saudades que tantos de nós, senão todos evidenciam...
Abraço
manuelmaia»

QUISERA EU...


Quisera eu ter na volta os tempos idos
P`ra ver terra à partida "ganha em sortes"
Bissum, no norte, tida de "buraco"...
Mais "vozes do que nozes", felizmente,
O grau de risco dado àquela frente,
Perigosa sim por "venerarmos baco"...


Quisera eu lá voltar antes do fim
Da areia da ampulheta que de mim
Se escoa em movimento acelerado.
Sentar no baga-baga, protector,
Sentir da terra o cheiro e o calor,
Fruir tempo de paz agora achado...


Quisera um periquito a vir à mão,
Depenicar na fruta, comer grão,
E passeá-lo ao ombro, sem atilho.
Quisera ao Cumbidjã lançar granada,
Pescar o que der jeito à caldeirada,
Sem medo de hipotético sarilho...


Falar-vos do Morés, do Cantanhez,
Correr de lés a lés, tudo outra vez,
Por verdes matos, terra ocre/amarela...
Cruzar o Cumbidjã, o Armada em botes,
Palpar bajuda sã, fruir seus dotes,
De um corpo escultural de moça bela...


Quisera eu ter de volta os tempos idos,
Calcorrear espaços percorridos,
Bolanha, lama, lodo pestilento...
Quisera os vinte anos da loucura
Perdidos nesses matos da lonjura,
Que evoco de memória, em pensamento...


Quisera ser de novo o furriel,
Anti, mas cumpridor do seu papel,
E firme na vontade e no querer...
No palco desta vida atribulada,
Tão prenhe de ilusões, cheia de nada,
Os anos pesam muito, podem crer...


Descer o Cumbidjã rumo a Cufar,
Bem cedo p`la manhã e experimentar,
Satisfação, prazer, risco, aventura.
Sentir a brisa fresca ante o "voar",
Do barco em lençol d´agua, a chapinar,
Num ziguezaguear toda a largura...


Comer um peixe frito com casqueiro,
Jogar um king a seco ou a dinheiro,
Marcar um golo em jogo de emoção...
Ganhar "subbuteo" em rifa terminal,
Testemunhar "fanado", algo "irreal",
E choro/ronco, mesmo ali à mão...


__________
Manuel da Maia


terça-feira, 13 de julho de 2010

M 277 - SENTIMENTOS / PARTE DOIS

LAÇOS DE EX-COMBATENTES

1) Caro Jero:
Nada fazia prever que ontem nos voltássemos a encontrar. É o que se costuma dizer para estes lados: "é a roda da vida", eu corrijo, é o raio da vida.(1) Há quase uma dezena de anos que o vi pela última vez, terá sido no funeral da mãe, o facto de residir em Paris justifica-o. Antes disso a última recordação que tenho dele, será 30 Dezembro de 1964, ou pouco mais, ele foi a nossa casa levar a triste notícia da morte do irmão, todos choramos, foi uma dor muito grande. Ele que foi colega do meu irmão mais velho, ambos da mesma idade, mais uns quantos, alguns dos quais presentes ontem, comigo e com o Varinho (2)l á fazíamos as nossas "guerras" numa devesa, propriedade de um seu tio paterno. A maioria acabou por dar com os costados no Ultramar, apenas o Varinho pagou o tributo por todos.
Há 46 anos, Rebelo Mesquita, seu pai, dilacerado pela enorme perda, dizia e repetia: " ... saiu-me a lotaria negra", hoje a sua filha Teresa, no Jornal de Famalicão que dirige, escreve: " A GADANHA DA MORTE PASSOU PELO JORNAL ...".
Gostei de conhecer o Tavares, mais tarde ou mais cedo isso iria acontecer, assim como presumo que acontecerá, conhecer os outros Alferes da 675.
Um abraço, faço votos que o próximo encontro seja noutro ambiente,
Brandão
(1)-O António Brandão é natural de Vila Nova de Famalicão.
(2) Diminutivo com que era carinhosamente tratado o Álvaro Vilhena Mesquita

2) Amigo Jero:
Ao contrário de ti(3), não deixei lá ninguém, os 164 (?) que fomos, voltamos mas, conforme os dias se iam esgotando, “ecos “ sob as mais variadíssimas formas, iam-me chegando com a triste novidade de que os meus camaradas de armas iam partindo.
Há dois que particularmente me tocaram, um, Cabo-Verdiano, Alferes, que em Mafra como cadete, ainda sem o conhecer, se destacava.
Era a sua cor, acompanhado com o único amigo que parecia ter, lá, no outro lado da parada, nos intervalos da instrução, conversavam sobre coisas que nós continentais, se calhar, dificilmente perceberíamos. Depois de prontos(4), depois de termos já dado uma recruta, vim a conhecê-lo melhor, o seu carácter, a sua camaradagem, o seu sentido de povo, enfim um Militar com letra diferente. Nesta altura, estávamos em Lamego, o seu conterrâneo, o parelha natural com quem privava em Mafra, era agora o seu parelha de curso. Eu, já o não via do outro lado de uma grade parada, pertencia agora à minha “turma” de instrução, nos tais intervalos, tive oportunidade de o conhecer melhor. Um dia, nos dias primeiros de 1969, estava eu na messe a ouvir rádio em Angola quando, vindo do outro lado do continente, o “eco” chegava: “ … o ministério do não sei quantos informa que o Alferes Miliciano Daniel Rui Almeida Fonseca faleceu em combate em Moçambique”. Que murro no peito, que chapada … O meu camarada Fonseca, o Homem que ao referir-se aos anónimos Cabo-Verdianos dizia: “ … o meu povo …”. O Fonseca acabava de partir com mais seis camaradas, num ataque ao aquartelamento, de um quartel ainda em construção, que não existia.
Um outro murro levaria eu, 40 anos depois, desta vez de uma forma mais sofisticada, mais moderna, com um “eco” ajudado pelas novas tecnologias. Foi em 2008, em Maio, procurava na net, com os poucos indícios que tinha, os camaradas que tive em Lamego. Talvez fossem umas três da manhã, não me recordo o dia mas encontra-se registado bem como as emoções que na altura me assolaram. Ao meter o nome Rogério Nunes de Carvalho, sem mais, sou remetido para a página dos Mortos em Combate no concelho da Guarda, entre aquelas dezenas de nomes, lá estava ele, Alf ml Art Oesp 00177066/ Ral 3/ G/ cart 2338/cbt/ 17.04.1968 † Freg nat (Pêga). Chorei, senti-me incomodado, revoltado. De facto, nem sequer me recordava dele, o pouco tempo que permanecemos juntos não deu para termos um momento daqueles que se recordam para sempre, não houve uma fotografia que testemunhasse termos andado juntos, apenas uma fotocomposição dos 68/70 que fomos, dizia discretamente que tínhamos andado lá, tínhamos subido a Serra das Meadas lado a lado. Podem perguntar-me “porquê, o murro” porquê teres chorado? Chorei porque um camarada que conheci, não sobreviveu, porque mais um daqueles anónimos que se encontram junto ao Forte do Bom Sucesso, deixou de o ser, porque a vida mo escondeu durante quatro décadas não permitindo a recordação de imagens, então ainda recentes, fossem refrescadas, que o luto a um camarada tivesse sido melhor desempenhado. Sobre ele, Torcato Mendonça, recorda o seu último encontro, no post p2527 do L.G. http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2008/02/guyin-6374-p2527-estrias-de-mansambo.html
Ultimamente, como penso que já te disse, tenho estado presente no 10 de Junho em Belém, tive sempre muita vontade de lá ir, o estar a 300 e tal km mais outros tantos para a volta, mais uma série de condicionantes, fez-me protelar o momento. Desde 2006 não falto, espero não faltar nos próximos anos, é o dia dos nossos mortos, é o dia dos meus mortos. Olho, uma a uma aquelas lajes que perpetuam os meus amigos, e todos os camaradas do meu tempo e de outros tempos, passados e seguintes, deram o seu melhor, enlutaram as suas famílias, fizeram os seus filhos órfãos, as suas namoradas, noivas e mulheres, viúvas na flor da idade. São 10, dois Furrieis, oito Alferes, ao olhar essas lajes tento refrescar o que ainda resta na minha memória cada vez mais ténue, há sempre uma lágrima, outra e outra, que escorrega há sempre um momento que se visiona. Deixo-lhes sempre uma rosa, não resolve nada mas deixa-me muito feliz por voltar a estar com eles.
Um grande abraço,
Brandão

Ps-Duas fotografias, 10 Junho 2010, anexas, o Varinho e todos os outros, as minhas rosas vs os meus mortos, com uma lágrima …
______________________________________
(3) A minha Companhia – a C.Caç. 675 – teve 3 mortos em combate.
(4)- Termo que na gíria militar se aplica a quem já cumpriu a recruta e fez a especialidade.
JERO


segunda-feira, 12 de julho de 2010

M 276 - SENTIMENTOS / PARTE UM

NA GUERRA E NA PAZ…ATÉ AO FIM…

Álvaro e Francisco foram em vida irmãos.
Ambos já faleceram e estão sepultados na terra da sua naturalidade. Faleceram em tempos diferentes e, por motivos diferentes, também muito longe de Vila Nova de Famalicão. O Álvaro em Binta, no norte da Guiné e o Francisco no Hospital de Cochin, em França.
Estão sepultados no Cemitério da Antas S. Tiago, numa nas entradas de Famalicão.


O Álvaro morreu na Guerra do Ultramar. Morto em combate em 28 de Dezembro de 1964 na “quadrícula” da sua Companhia na região de Caurbá, a poucos Kms. do aquartelamento de Binta, Norte da Guiné.
Nessa altura eu estava por perto pois pertencíamos à mesma “família”. A Companhia de Caçadores 675, então no mato desde Julho de 1964.Ele regressou à sua terra natal para ser sepultado nos primeiros dias de Dezembro de 1965.
Passaram desde essa data fatídica cerca de quarentas e cinco anos.


Na minha memória ,e ao longo de toda uma vida , o Álvaro continuou – continua – a ser o meu “irmão” dilecto dos tempos da guerra.
O seu irmão Francisco, que conheci fugazmente muitos anos depois da morte do Álvaro, num encontro casual no Hotel D.Carlos, em Lisboa, faleceu agora, com 69 anos, em 1 de Julho corrente no Hospital de Cochin, em París.
Estive presente no seu funeral , na terra da sua naturalidade, em 8 de Julho de 2010.
Estive no seu funeral por diversas ordens de razões. Em preito à sua memória, em homenagem à família Vilhena Mesquita e em nome da minha C.Caç. 675, onde militou o seu e meu “irmão” Álvaro
Eu e o ex-Alferes Belmiro Tavares ,honrando a divisa da “675”«Nunca Cederá», estivemos presentes. Primeiro na guerra. Depois na vida e, sempre que possível, na hora da morte. Porque o sentimento fraterno que nos uniu na Guiné nos continua a unir e…nunca cederá.
Antes e depois das cerimónias religiosas do funeral de Francisco Manuel Vilhena Mesquita senti-me na obrigação de dizer a alguns dos seus familiares porque estava naquele dia em Vila Nova de Famalicão.
Disse-lhes que, com o devido respeito, estava ali “em nome” do Álvaro.


Na Igreja Matriz (Velha) de Famalicão soube pela Maria Teresa Vilhena Mesquita que tinha sido exactamente naquele local que tinha estado a urna do meu “irmão” Álvaro quando veio da Guiné. Em princípios de Janeiro de 1965.


Quarenta e cinco anos depois sentia-me “presente” no funeral do meu eterno amigo Álvaro Manuel , o primeiro do ramo desta família dos Vilhena Mesquita que a morte levou. Na flor da vida…com 22 anos de idade.
Quando em Maio de 1966 terminámos a comissão na Guiné o ex-Alferes Tavares e o ex-Furriel Oliveira tínhamos vindo a Famalicão para visitar a campa do Álvaro e conhecer os seus pais e irmãos.
Na tarde de 8 de Julho de 2010, durante o funeral do Francisco, olhei vezes sem conta a campa do Álvaro, situada a uns curtos 40 metros do jazigo da Família Mesquita
O Álvaro e o Francisco continuam na morte próximos ...
Sei que o Francisco me vai perdoar por nessa tarde de Julho ter estado tanto tempo com o Álvaro.

Até um dia Amigos.


JERO

sábado, 10 de julho de 2010

M 275 - UMA IGREJA RENOVADA

DATAS HISTÓRICAS NA VIDA RELIGIOSA DE ALCOBAÇA

(7.Fevereiro.1960/ 2.Julho.2010)
Cinquenta anos e alguns meses depois de uma data inscrita no tempo e na pedra anunciando que «A fé da Cristandade desta vila restaurou esta Capela que reabriu no 7 de Fevereiro de 1960» novamente foi celebrada a reabertura deste local de culto com tradições multisseculares.
Foi numa Igreja renovada que no passado dia 2 de Julho corrente foi reatado o fio condutor que une a comunidade religiosa alcobacense.
Esta data, que no calendário litúrgico é assinalada como sendo o Dia da Invocação da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia, por ser o Dia da Visitação de Nossa Senhora à sua prima Santa Isabel, foi portanto a escolhida para a apresentação da Igreja “com novos arranjos” aos seus fiéis.
Na palavra do Provedor João Rosa Carreira «…arranjos novos…poucos mas significativos».
Em recente postagem anterior já demos relevo ao melhoramento que foi talvez o mais emblemático desta “obra nova”: o Senhor do Armário.


Relendo a notícia que “O Alcoa” publicou em 13 de Fevereiro de 1960 (nº. 684) chega-se à conclusão que então a reabertura ao culto “da antiga e veneranda Capela de Nossa Senhora da Piedade” teve notória pompa e circunstância, já que estiveram presentes o Bispo de Fèbiana, Senhor D.António da Campos e o Presidente da Câmara Joaquim Augusto Carvalho, além do Pároco de Alcobaça, outras entidades e muito povo.

Em 2 de Julho de 2010 presidiu à cerimónia religiosa o Revmº. Padre Carlos Jorge Vicente, que vemos na fotografia no final do acto litúrgico a cumprimentar efusivamente os representantes da Misericórdia de Alcobaça, que estiveram presentes neste dia com história.
Pela sua actualidade terminamos este nosso apontamento reproduzindo a parte final da notícia do nosso jornal de 13 de Fevereiro de 1960:«Do que temos visto e ouvido, cremos mesmo poder deduzir que estas recordações saudosas, agora acordadas, não adormecem mais. Praza a Deus assim suceda. Não advirá, daí, senão bem.»
Porque não somos capaz de fazer melhor…subscrevemos… a peça jornalística de João Maria de Sousa e Brito.
Cinquenta anos e alguns meses depois …praza a Deus assim suceda.


JERO



terça-feira, 6 de julho de 2010

M 274 - ALCOBACENSES ILUSTRES DOS NOSSOS DIAS


José Afonso Furtado

Uma voz amiga deu-me conhecimento que José Afonso Furtado esteve recentemente a participar num debate que teve lugar nos primeiros dias de Julho corrente na Feira do Livro de Viana do Castelo. Nesse debate ,sobre o tema “O livro impresso na era digital”, estiveram ainda presentes outros “pesos pesados” da cultura portuguesa. A saber :José Pacheco Pereira e Carlos Pinto Coelho.
O meu amigo , que é da geração de José Afonso Furtado, questionou-me : Como é um alcobacense deste nível nunca foi convidado para nada em Alcobaça? Não soube responder.
Mas …para memória futura…fica aqui o alerta.
JERO


E quem é este senhor que participa em debates em Feiras do Livro?
José Afonso Furtado nasceu em Alcobaça em 1953. Licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Director da Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian desde 1992.
Tem assegurado a cadeira de «Sociologia do Livro e da Leitura» no Curso de Especialização de Técnicas Editoriais da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Universidade de Lisboa.
Membro do Painel de Avaliação da Medida 2.2 ( Conteúdos.Pt) do Programa Operacional Sociedade de Informação.Membro do Conselho Consultivo do Centro Português de Fotografia (Ministério da Cultura).Membro do Conselho Superior de Bibliotecas.


Publicações:


• O que é o Livro, Difusão Cultural, Lisboa, 1995
• Os Livros e as Leituras. Novas Ecologias da Informação, Livros e Leituras, Lisboa 2000.


Participações em Conferências e Seminários (2000/2002):


• Conferência “A Edição no Mundo Digital. Questões de Código e de Controlo”, I Colóquio Internacional Ciência, Natureza e Tecnoética (Coordenação científica de Hermínio Martins e de José Luís Garcia), Cascais, 28 e 29 de Setembro de 2001.
• Conferência “Os Futuros do Livro e os Novos Suportes”, Pontes da literatura para o mundo, Porto 2001, 20 de Julho de 2001.
• Participou como perito convidado (“expert witness”) na “public hearing” promovida pelo Parlamento Europeu (Committe on Culture, Youth, Education, The Media and Sport) sobre Reading and Electronic Books onde fez uma apresentação: «Electronic Publishing: a state of affairs». (Bruxelas, 25 de Junho de 2001).
• Conferência “Os Futuros da Leitura”, 1º Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, Instituto Politécnico de Leiria, 17 e 18 de Abril de 2001.
• Conferência “O Livro e a Edição na Era Digital”, Jornadas sobre As Novas Tecnologias e a Biblioteca. A Edição Electrónica, Biblioteca Nacional, 15 e 16 de março de 2001.
• Conferência “Edição no novo milénio: A experiência do «Print on Demand»”, Microlib 2000, 27 a 30 de Junho de 2000, Lisboa.
• Conferência “O Circuito do Livro e as Bibliotecas na Era Digital”, Grupo Trabalho de de Tecnologias de Informação da BAD, Departamento de Gestão da Universidade Nova, 5 de Abril de 2000.







sábado, 3 de julho de 2010

M 273 - ROSSIO DE ALCOBAÇA CAPITAL DO MUNDO DAS VESPAS

Vespa World Days 2010



Alcobaça recebeu na tarde deste Sábado, 3 de Julho,na zona envolvente ao Mosteiro de Alcobaça, mais de 2000 Vespas!


A esta dimensão foi um acontecimento nunca visto em Alcobaça.


Durante algumas horas Alcobaça foi a capital do mundo vespino.


Gente animada e bem disposta que rapidamente invadiu esplanadas e cafés. Ouviam-se idiomas de variados países com predominância para a vizinha Espanha. Uma charanga dos bombeiros deu música aos vespistas e jovens bailarinas da Academia de Música de Alcobaça aproveitaram a enchente para mostrarem os seus dotes artísticos.

Animação a rodos com bons resultados para o comércio do Rossio de Alcobaça

Esta passagem por Alcobaça fez parte do programa do Vespa World Days 2010.

Este projecto, que tem como principal objectivo proporcionar aos participantes e entusiastas do movimento vespino, condições para conhecerem a Região de Leiria e do Oeste, terminará em Fátima dia 4 de Julho.


JERO





UM POUCO DE HISTÓRIA

A Vespas foi o resultado da determinação de Enrico Piaggio em criar um veículo de baixo custo para as massas. O primeiro protótipo, conhecido como MP5, foi alcunhado de “Paperino” (italiano para Pato Donald) devido à sua forma estranha, mas Enrico Piaggio não gostou do resultado e pediu a Corradino D’Ascanio para o redesenhar.
Mas o engenheiro aeronáutico não gostava de motos. Achava que eram desconfortáveis, com rodas que eram difíceis de trocar quando se furavam. Ainda pior, a corrente sujava de óleo o condutor e passageiro. No entanto, a sua experiência aeronáutica encontrou a resposta a todos os problemas. Para eliminar a corrente ele imaginou um veículo com transmissão directa, já que as correntes eram raras em Itália naquela época; para ser mais fácil de conduzir, colocou as mudanças no volante; para facilitar a mudança dos pneus desenhou não uma forquilha mas um braço de suporte similar aos dos aviões. Finalmente, desenhou uma carroçaria que protegia o condutor para que este não se sujasse.
Corradino D’Ascanio apenas precisou de uns dias para refinar as suas ideias e preparar os primeiros desenhos da Vespa. Ficou assim baptizada quando Enrico Piaggio, olhando para o protótipo da MP6, exclamou “Sembra una Vespa!” (Lembra uma Vespa!)
E assim nascia um mito que se mantém até aos dias de hoje.

AS PRIMEIRAS VESPAS
A primeira Vespa equipou com um motor de 2 cilindros com 98cc e 3,5 cavalos de potência a 4500 rotações. Alcançava 60km/h e tinha 3 velocidades. Este era um veículo de serviço público, virado para as massas que, ao contrário de outras motos, não tinha um motor ruidoso. Além disso, era um veículo elegante e com classe que estava acessível a qualquer um.
O “milagre” Vespa tornou-se uma realidade e a sua saída cresceu enormemente. Em 1946, a Piaggio colocou 2484 scooters no mercado. No ano seguinte eram já 10.535 e em 1948 a produção atingiu as 19.822 unidades. Quando em 1950 a produção foi expandida para a Alemanha, 60.000 veículos foram produzidos, e apenas três anos depois 171.200 Vespas saiam das fábricas.
A Vespa tornou-se o produto de topo da Piaggio. Enrico procura expandir o negócio além fronteiras e em 1953, graças à sua determinação, existiam mais de 10.000 Pontos de Serviço Piaggio por todo o mundo, incluíndo na América e Ásia. Por esta altura, os Clubes de Vespas contavam já com 50.000 membros. Já em 1951 se tinham reunido 20.000 entusiastas no “Vespa Day” em Itália.


Conduzir um Vespa era agora sinónimo de liberdade, agilidade nas estradas e relações sociais mais fáceis. A nova scooter tornara-se um símbolo de um estilo de vida que deixou a sua marca no cinema, na literatura e publicidade.

texto traduzido e adptado de http://www.vespausa.com/about.php?section=Story
Vespas da Maravilha © 2010


Nota última: Desde 1946 até à actualidade estimam-se  em 17.000.000 o total de vespas fabricadas.
17 MILHÕES!!!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

M 272 - SENHOR DO ARMÁRIO

PATRIMÓNIO RELIGIOSO
O dia 2 de Julho foi um dia importante para Alcobaça.
 Celebrou-se a reabertura da Igreja da Misericórdia após obras de beneficiação que foram da responsabilidade da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Alcobaça.Um dos restauros mais significativos teve a ver com o chamado "Armário", onde foi recolocado o Cristo milagroso, que nele se venerou durante centenas de anos...Foi tudo feito com base numa descrição desta Igreja por um Monge do Mosteiro, que visitou a Misericórdia em 1 de Julho de 1781 e nos deixou os seguintes apontamentos ainda inéditos:
«É pequeno e  bem repartido o Corpo da sua Igreja, o tecto todo de abóbada; no Altar da Capela-Mor se venera a Imagem do Senhor dos Passos; da parte do Evangelho, Nossa Senhora da Soledade e São Francisco, e da parte da Epístola, Nossa Senhora do Carmo; e desta parte, em um nicho, a Imagem de Cristo Senhor Nosso Crucificado a que chamam vulgarmente o Senhor do Armário.»
E mais para a frente, Frei Manuel de Figueiredo explica-nos a origem deste "Senhor do Armário":

«No ano de 1632, os moços dos Sinos do Real Mosteiro que tocavam a Matinas na antevéspera do Domingo de Pássos, com repetidas vozes avisaram o povo que a Misericórdia estava ateada em fogo, que a consumiu toda, ficando só ileso o Senhor do Armário em que já falámos, ficando reduzido a cinza o nicho e madeira a que estava encostado, e todas estaladas as pedras do arco do mesmo nicho.»

Foi portanto com base neste testemunho insuspeito, que os Irmãos e Amigos da Misericórdia de Alcobaça resolveram restaurar este nicho com o seu Cristo que, em tempos passados foi tão caro à piedade dos Alcobacenses...«Assim, a Santa Casa reassume também parte da sua missão própria, consubstanciada na prática das Sete Obras de Misericórdia Espiritual, duas das quais, e não as menores, são precisamente,"Rogar a Deus pelos vivos e pelos  mortos" e "Consolar os desconsolados".»
Fonte:
Discurso do Provedor da Misericórdia de Alcobaça sr.João Carreira.
Recolhido por JERO