segunda-feira, 30 de novembro de 2009

GENTE ILUSTRE DE ALCOBAÇA NO FINAL NA DÉCADA DE SESSENTA




#-Na 1ª.Página do jornal nº. 1038, de 23 de Maio de 1967 a notícia central
referia que «ALCOBAÇA RECEBEU COM CORAÇÃO O Prof. Engº Joaquim Vieira Natividade»
E o motivo não era menos pois no domingo anterior o ilustre alcobacense Professor Engenheiro Joaquim Vieira Natividade» tinha sido galardoado com o título de Doutor «Honoris Causa» pela Universidade de Toulouse.
«….Espontaneamente tinham os seus conterrâneos resolvido manifestar-lhe o seu regozijo pela distinção recebida, para o que prepararam e levaram a efeito uma manifestação. Muito antes da hora marcada para a sua chegada, já muitas janelas se encontravam lindamente ornamentadas, estralejavam foguetes e ouviam-se os acordes de marchas tocadas por uma charanga constituída por elementos que assim se quiseram associar a essa manifestação.[1]
Também se viam representações e os estandartes dos Bombeiros Voluntários de Alcobaça, dos Bombeiros da Companhia da Fiação e Tecidos de Alcobaça, da própria Companhia, da Filarmónica Vestiarense, da Liga dos Combatentes da Grande Guerra e do Círculo Alcobacense de Arte e Cultura.
Surpreendeu a ausência do estandarte da Câmara Municipal.


[1] Como aconteceu com «meia-Alcobaça» também estivemos presentes e poderemos completar a notícia com a informação que a charanga referida era a «Banda do Mestre Arnesto», que tinha chegada ao Rossio minutos antes do laureado Professor, vindo directamente da Festa da Nossa Senhora dos Enfermos. Como era da tradição a maioria dos seus «músicos» vinha já bastante «alegre» devido às libações de um dia inteiro de «marchas».

O Mestre Arnesto(o conhecido e estimado «Ernesto da Crista» esteve à beira de causar um incidente protocolar pois ao pretender abraçar o Engº. Joaquim Vieira Natividade tropeçou e quase derrubou o homenageado do dia.

JERO

domingo, 29 de novembro de 2009

O ALCOA COM VESTES DE INVERNO


M125-RIOS ALCOA E BAÇA EM TEMPO DE INVERNO




Confluência dos Rios Alcoa e Baça em Alcobaça



Rio Alcoa é um rio que nasce acima de Chiqueda, no Concelho de Alcobaça, Distrito de Leiria, alcançando a cidade de Alcobaça a escassos 7 km da nascente, onde se junta ao rio Baça, desaguando no mar a cerca de 12 Kms de Alcobaça, perto da Nazaré.



Embora se fale de um confluir dos rios Alcoa e Baça em Alcobaça, no seu restante caminho de 12 km até ao mar, desaguando a sul da Nazaré no Atlântico, indo, por vezes, por vários braços laterais e artificiais destinados ao abastecimento de água nesses locais o rio mantém o nome de Alcoa.



Esporadicamente encontra-se – como em antigas cartas militares -, a denominação deste rio, após a assimilação do rio Baça, como sendo Rio Alcobaça ou igualmente Rio de Fervença
. Este último nome corresponde à denominação de uma localidade situada em direcção ao mar, à qual, na época medieval, chegava a Lagoa da Pederneira, local onde desaguava o rio. No entanto, como indicam as placas indicadoras e os documentos públicos, a denominação comum é a de Alcoa.[2].

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre


A manhã de domingo, 29 de Novembro, foi essencialmente de inverno como aliás é proprio do tempo correspondente ao calendário.Nós é que já não estamos habituados à chuva e ao frio.

Os rios encheram rapidamentegraças às bátegas de água da noite e da manhã.

Mais uma vez, e como Silva Tavares imortalizou na sua poesia ,o Alcoa estava mais lindo de ver.

Depois apareceram uns raios de sol e os tons de outono sobrepuseram-se à invernia.

Manhã em Alcobaça.

Andando e... blogando.

JERO


























































M124-SONHANDO COM CAPITÉIS E FOLHAS DE ACANTO



FOI QUASE ASSIM…
Lourenço muniu-se do escopro soprou-lhe para lhe retirar a poeira que lhe ficara presa após o haver limpo às calças grossas iguais às dos outros mestres de canteiro que afagavam por todo o estaleiro as pedra trazidas da serra.
O sol estava quase a pino, num céu sem nuvens, os aguadeiros tinham acabado de passar dirigindo-se agora tocando ao de leve uma sineta , escura pelo uso, para o estaleiro dos carpinteiros que ultimavam a roda de um guindaste, manejando habilmente formões e puas.
Lourenço batia levemente com o martelo no cinzel desenhando sobre o molde folhas de acanto no capitel da última coluna soltando pequenas lascas de pedra rude mas macia que lhe chegara esta manhã pela estrada de Chiqueda no carro de bois de mestre Teodósio.
Canteiros e carpinteiros manobravam as duas oficinas mais importantes da obra, em espaços muito próximos do Baça, o rio que vinha de Valbom para ir mais além juntar-se ao Alcoa mais caudaloso e útil para o futuro do Mosteiro.
O carpinteiro Rodrigo abandonou o trabalho por algum tempo para ir ao encontro do mestre ferreiro que lhe preparava um novo trado essencial para melhor unir os andaimes, nem sempre bem firmes com os laços das cordas, quando as sucessivas idas e vindas do monta carga os fazia oscilar.
Ao fim do dia os monges que fiscalizavam a obra regressavam a Chiqueda onde estavam as instalações provisórias do Mosteiro, pernoitando no Castelo apenas o monge escultor que preferia ter autonomia para poder criar novas ideias que passaria à pedra respeitando naturalmente as indicações da carta de caridade apesar do Mosteiro se insinuar de grandes dimensões.
S.Bernardo morrera há mais de vinte anos mas as suas rigorosas decisões ainda influenciavam a arquitectura.
À hora da ceia Lourenço recolheu-se à sua barraca na Quinta da Gafa e dormiu a sono solto até ao nascer do sol, sonhando com capitéis e folhas de acanto.
Rui Rasquilho

Nota:Desenho de Jorge Delmar publicado em “ALCOBAÇA em Banda Desenhada”, edição da CMA, Pelouro Ambiente, com direcção de ADEPA
(Janeiro de 2002)

M123-NAQUELA ALDEIA HAVIA PAZ E HARMONIA


Uma história da Vanda
Fiz esta história, para a Fátima a minha afilhada que vive na comunidade de
Momola em Moçambique.


Há muito, muito, pouco tempo,numa aldeia em África vivia uma mãe e uma menina numa aldeia,
onde o chão era de terra, não havia televisão, casas de banho, computadores, nem lojas de brinquedos.
Por outro lado, havia muito, muito calor, animais selvagens, poças de água para brincar e muita terra para fazer bolinhos.
Nesta aldeia as mães e as filhas gostavam muito de estar juntas e conversar.
-Mãe, mãe porque é que nós somos castanhos?
-Ora, Fátima, tu já viste cor mais bonita que o castanho?
-O castanho é a cor dos quadradinhos de chocolate e da terra que nos dá alimento.
-Sim, Mãe, mas eu gostava de ser branca.O branco é a cor da neve e das pombas da paz. Tu já viste que coisa mais maravilhosa?
- Ó meu amor, a cor da nossa pele não é o mais importante, o que é mesmo mesmo, mesmo importante é o nosso interior.
- Ah ! sim , os pulmões, a barriga de dentro e o coração ?
- Não , minha querida , o nosso interior , é a nossa capacidade de fazer coisas boas e ajudar os outros, mesmo quando
por vezes estamos tristes ou zangados.
- Já estou a perceber, eu às vezes fico zangada contigo, porque me mandas ir buscar àgua ao poço… mas depois olho
para ti e estás tão cansada, que agarro nos meus pés descalços e lá vou eu.
- Isso mesmo , minha filha!!!
Mãe e filha continuaram a conversar e só foram para casa quando o sol já estava a esconder-se por entre as montanhas.
Naquela aldeia, nenhuma filha se ia deitar sem uma boa conversa e uma história de encantar.
Digo-vos, muito a sério, naquela aldeia havia paz e harmonia…


Publicada por Vanda Furtado Marques em Vanda Furtado Marques a 11/27/2009 06:32:00 PM
A vida tem mais encanto com histórias de encantar.
Obrigado Vanda
JERO

sábado, 28 de novembro de 2009

M122-NO CEERIA VAI ACONTECER


NO CEERIA ACONTECE
Finalmente “obra nova” à vista!

O sonho de muitos anos – arriscamos dizer de uma década – está a um ano e meio de se concretizar.
Na Assembleia Geral de 17 de Novembro último o Presidente da Direcção, José Belo, comunicou que estava finalmente aprovado o POPH.
Trocando esta sigla por miúdos –Programa Operacional Potencial Humana – o Presidente referia-se a apoio técnico-financeiro para a construção de um “novo CEERIA”.
As novas instalações a construir na Quinta das Freiras, em Chiqueda, nos arredores de Alcobaça, importarão em € 1.450.000 (um milhão quatrocentos cinquenta mil euros).
Com esta importância – cerca de 300.000 contos na moeda antiga – está prevista a construção de um novo CAO (Centro de Actividades Ocupacionais) e um complexo de três residências para 24 jovens (de muitas e variadas idades).
Do valor que temos vindo a referir o CEERIA vai receber € 975.000 euros (75%).
As obras terão que começar até ao final do 1º. Semestre de 2010.Se os prazos foram cumpridos as obras poderão estar concluídas um ano depois, ou seja, até finais de Junho de 2011.
O CEERIA não tem todo o dinheiro que precisa para cumprir a “sua” parte – cerca de € 500.000 euros.
Vai ser constituída uma comissão de angariação de fundos e…não só.
No ano de 2010 a Direcção pretende dinamizar as actividades da Instituição, nomeadamente as que respeitam a uma abertura à comunidade -(ainda) mais ampla(e próxima) do que a actual -.
« Vai melhorar-se o site do CEERIA na Internet.»
«E no que respeita a voluntariado vai tentar-se que aconteça em moldes inovadores.»
Voltando à “obra nova” o CAO terapêutico destinar-se-á a utentes “profundos”.
As novas instalações a construir na Quinta das Freiras não vão “obrigar” ao encerramento das “antigas” – as actuais que funcionam ao cimo da Rua do Castelo, em Alcobaça, junto ao Palacete cor de rosa.
Durante a Assembleia Geral a Direcção não escondeu o seu entusiasmo perante os desafios que se perfilam no “horizonte” ,mas esperam comparticipações significativas, nomeadamente, do novo executivo da C.M. de Alcobaça.
No CEERIA trabalham 65 pessoas nas diversas valências da Instituição, que acolhe 130 clientes(a nova designação oficial para os “utentes”).
Vai ter lugar em data a anunciar proximamente o lançamento da “1ª.pedra” da “obra nova”.
Será uma data de grande significado a cumprir com grande dignidade dado o simbolismo que terá para a Instituição e para a comunidade.
E 2010 vem já aí.
Vamos todos ajudar o CEERIA.

JERO

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

M121-BALLET EM ALCOBAÇA



BALLET EM ALCOBAÇA

A A.M.A.-Academia de Música de Alcobaça è responsável desde há 5 anos a esta parte pelo ballet do “Clube”, em Alcobaça.
Quem é o afirma é Rui Morais – que dispensa apresentações – numa tarde que nos dedicou para uma “viagem” pelo ballet alcobacense. «Há 20 anos que há aulas de ballet mas só nos últimos5 anos essa responsabilidade passou para a AMA. Foi estabelecido um protocolo entre as duas Instituições: Banda(A.M.A.) e “Clube” no sentido de se usar a”sala grande” do emblemático Clube Alcobacense.»
Rui Morais conseguiu assim concretizar um velho sonho: juntar a Dança à Música.
«Desde Julho de 2009 que o Ministério da Educação autorizou a abertura de um curso de dança, que funciona tutelado pelo M.E com programa do Conservatório Nacional de Dança. O M.E. (Ministério da Educação) impôs 2 regras que têm a ver com a conformidade do espaço(que obrigaram a obras de beneficiação) e com a obrigatoriedade de seguir um plano de estudos oficial. Não é um regime livre mas sim um regime oficial.»
Desde Julho último que os cursos funcionam à luz das novas regras e é aqui que “entra” na “nossa viagem” à Dança em Alcobaça a Professora Eliana Mota, Professora e Coordenadora Pedagógica.
E contou-nos a Eliana: «Temos 50 alunas.Tal como na música estudam dança a sério a partir do 5º.Ano de escolaridade obrigatória.É uma disciplina que faz parte do currículo da aluna. Temos 18 alunas em regime articulado (5º. e 6º. anos).A carga horária deste ciclo (idade de 10 anos) corresponde a 7 tempos lectivos por semana. Há 3 disciplinas: técnica de dança, expressão criativa e música. Sete vezes 90 minutos por semana, que são acrescentadas ao regime do normal escolar da aluna.
Rui Morais intervém para dizer que a Eliana tem 23 anos e é responsável pelo ensino vocacional articulado de 18 alunos com idade compreendidas entre os 11 e 13 anos e de mais 25 iniciados, com idade que vão dos 6 aos 10 anos.Há ainda cerca de 40 alunos em cursos livres e outras disciplinas. De 3 anos até à idade adulta.
Todo este “universo” obriga a uma preocupação constante e contacto regular com as famílias. Diz muito a propósito Eliana que “a dança é uma escola de virtudes e não uma escola de vaidades», como algumas pessoas podem pensar acrescentamos nós.
Muitos irão (eventualmente) ficar pelo caminho mas se até ao 12º.Ano “cumprirem” 8 anos de dança serão titulados como profissionais na área.
«Não somos nós que escolhemos a dança mas a dança que nos escolhe a nós» completa a Professora Eliana Mota antes de nos apresentar uma das suas alunas.
A nosso pedido foi a Eliana que seleccionou uma das suas alunos para um pequeno testemunho para terminar o nosso apontamento desta viagem ao mundo do ballet com o Presidente da A.M.A. Rui Morais.
Foi a aluna do 8º. ano, Beatriz Vieira que, do alto dos seus 13 anos, nos afirmou sem hesitações que anda no ballet por vontade própria embora não pretenda vir a ser bailarina profissional. É mais uma base para o futuro. E porque não há aqui rapazes, perguntámos. Porque há o preconceito que a dança é só para meninas, respondeu sem tibiezas a Beatriz Vieira, que vive no Lameirão em Alcobaça e estuda na Frei Estêvão Martins”. ~
Rui Morais tem razões para estar orgulhoso deste mundo de cultura alcobacense onde se movimenta com à vontade: conseguiu concretizar um velho sonho - juntar em Alcobaça a Dança à Música - .
JERO

RUI MORAIS PRESIDENTE DA A.M.A.



M120-EXPEDIÇÃO À AMAZÓNIA 2010

ALCOBACENSE MARCO CORREIA EM GRUPO DO RISCO NUMA EXPEDIÇÃO À AMAZÓNIA

Embora possa parecer gralha a viagem a que nos referimos no título é mesmo feita pelo “Grupo do Risco”.
E esta designação - “Grupo do Risco” - tem a ver como uma homenagem à Casa do Risco do Real Museo e Jardim Botanico da Ajuda, primeiro estabelecimento português vocacionado para a prática do desenho de história natural, no qual se formaram os “riscadores” (desenhadores) das viagens philosophicas ultramarinas realizadas no último quartel do séc. XVIII.
Saltando no tempo a “Expedição à Amazónia “irá realizar-se entre 26 de Dezembro de 2009 e 10 de Janeiro de 2010..
Falta portanto cerca de um mês para a equipa que Marco Correia integra voar para o Brasil.
A equipa da “Expedição Amazónia 2010” , composta por 22 elementos, será chefiada pelo conhecido biólogo Professor Pedro Salgado, que é também o mentor do Projecto.
Nos restantes elementos sobressaem ilustradores científicos ,escultores. pintores, arquitectos, artistas plásticos, fotógrafos, dois médicos e um médico veterinário.
Já no Brasil, juntar-se-ão ainda à equipa mais duas ilustradoras científicas americanas: Jenny Keller e a Cleo.
A expedição inicia-se em Manaus a bordo da embarcação Vitória Amazónica (capitão Moacir Fortes), seguindo um percurso no Rio Negro e no Rio Unini, que inclui um acampamento nas margens do Unini, e o acesso por canoas a locais de interesse.

Os objectivos da EXPEDIÇÃO AMAZÓNIA 2010 são ambiciosos e irão incluir um Diário de Bordo, a edição de um livro, uma exposição itinerante e um projecto multimédia.
A saber:
1. Diário de Bordo Online
Será criado um website em forma de blog para divulgação do projecto. Este site entrará em funcionamento antes da expedição e, no decorrer da mesma, funcionará como diário de bordo visual, sendo actualizado diariamente com uma selecção de desenhos e fotografias. Posteriormente, disponibilizará informações sobre a exposição e o lançamento do livro. Será ainda a plataforma online para o projecto multimédia.
2. Livro
O livro da expedição será uma compilação de imagens feita a partir dos desenhos dos diversos cadernos de campo e das abordagens fotográficas. O texto será da autoria do historiador Miguel Figueira de Faria, tendo por referência a expedição ao Pará de Alexandre Rodrigues Ferreira (1783-1792). Pretende-se que seja editado tanto em Portugal como no Brasil.
3. Exposição
A exposição será composta por:- cerca de 20 cadernos de campo realizados no terreno pelos ilustradores;- reproduções de uma selecção de desenhos;- selecção de fotografias realizadas pelos três fotógrafos;- projecto multimédia .
Esta exposição será itinerante no território luso-brasileiro e comportará a edição de um catálogo e de artigos de merchandising.
4. Projecto Multimédia
Tomando por base os elementos recolhidos (texto, imagem e som), o projecto Amazónia 2010 será apresentado em suporte digital (vídeo) com animação 2D e 3D e banda sonora de João Lucas.
Pretende-se que esta apresentação multimédia detenha uma forte vertente educacional e que constitua o meio privilegiado para chegar ao grande público em geral e ao universo escolar em particular.
Boa viagem Marco. E votos de “bons” riscos!
JERO

Nota pessoal:
Marco Correia é nado e criado na freguesia do Bárrio, concelho de Alcobaça.
É portanto um alcobacense "bairrista" do Bárrio.

TONS CASTANHOS EM RIO NEGRO DA AMAZÓNIA


quarta-feira, 25 de novembro de 2009

ROSSIO COM SOL E CHUVA.SEM CARROS E COM CARROS




M119-A REAQUALIFICAÇÃO SEGUE DENTRO DE MOMENTOS

Estacionamento autorizado volta à Praça do Mosteiro
A Câmara Municipal de Alcobaça decidiu abrir a parte sul da Praça 25 de Abril, junto ao Mosteiro de Santa Maria, ao estacionamento de veículos ligeiros.
Esta medida, que contraria o espírito da requalificação urbana da envolvente ao Mosteiro, dá resposta aos sucessivos pedidos dos comerciantes do Rossio.
O executivo camarário admite mesmo vir a colocar parquímetros no local.
O presidente da Câmara, Paulo Inácio, justifica a medida com a necessidade de apoiar o tecido empresarial do centro histórico.«No actual cenário económico que a sociedade e os comerciantes atravessam, é positivo permitir que os clientes do Rossio possam estacionar mais perto das lojas e serviços», afirmou.Por outro lado, adianta, com a chegada do Inverno, é também uma medida «útil às pessoas não terem de caminhar centenas de metros para chegar a um estabelecimento comercial» na zona nobre da cidade.Sobre o facto da zona envolvente ao Mosteiro de Alcobaça ter sido requalificada com o objectivo de retirar o trânsito e estacionamento da Praça 25 de Abril, da frente do Mosteiro, o autarca afirma que esta medida, «ainda em fase de teste, não desvirtua esse conceito, por se tratar apenas de estacionamento e não de retirar os actuais condicionamentos para o atravessamento do Rossio, por parte dos veículos motorizados que não tenham autorização para o efeito».
In Rádio Cister


- Mau Demais Para Ser Verdade
-Confesso que quando li a notícia nem queria acreditar. Então gastam-se milhões na requalificação de uma praça com o grande objectivo de devolver o espaço às pessoas e mais tarde volta-se a poluír com carros?! É o espírito da requalificação a ser completamente desfeito por uma infeliz medida que volta a prejudicar a bonita imagem da nossa principal praça.Mais uma da nossa política pequenina e retrógrada...Politicamente incorrecto! Esteticamente errado! Socialmente prejudicial! Naturalmente infeliz!!!
Publicada por Alcobacense em 11:09 PM
In blogue “Terra de Paixão” 24.Novembro.2009

-Que pena ser verdade!
Digo eu.
E que diz o IGESPAR?
JERO

terça-feira, 24 de novembro de 2009

M118-HISTÓRIAS CURTAS



CENSURAS
No final de Novembro último falei na Biblioteca Municipal sobre o livro de Fleming de Oliveira “No tempo de Salazar, Caetano e Outros” recentemente publicado.
No seu capítulo I o autor refere-se à censura nas suas mais variadas metamorfoses, o que pressupõe ser apenas uma fórmula embora com variados rostos.
Fleming classifica-a em preventiva, punitiva e indirecta, esta última reflecte a sua forma requintada por ser sublimar.
Tenho-me encontrado algumas vezes com esta modalidade censória relativamente intolerante e medíocre.
Sempre que a imobilidade tranquila das pessoas é presumivelmente afectada o desejo de reprimir a palavra vem à tona , às vezes apenas por falta de ponderação ou outras por via de princípios religiosos.
A violência muçulmana por exemplo advém, no meu ponto de vista, de uma opção errada na interpretação dos princípios enunciados no Corão.
O Tribunal do Santo Ofício teve o seu tempo, a seu tempo, e foi um flagrante desvio da doutrina cristã.
«Confundiu-se o essencial com o acessório, esqueceu-se que a liberdade tem consequências, que a crítica das instituições é legítima, mas que não obstante a concordância formal com este princípio, por parte de uns tantos, na prática só é hipotética ou tolerada porque necessária.»
Embora estas observações de Fleming de Oliveira estejam contextualizadas numa referência à publicação das caricaturas sobre Maomé por jornais ocidentais elas ajustam-se a muitas situações onde a liberdade de expressão sempre que fundamentada não deve ser amordaçada.
Mais adiante o autor afirma: « (…) na democracia (…) há condescendência crescente apenas para ver, ouvir e ler, o que for politicamente correcto.»
Infelizmente ou não, as instituições são o reflexo de quem as dirige por isso se deve exigir responsabilidade e não tiques autoritários. Por isso se deve pedir transparência a todos os níveis.
Eleitos e nomeados devem ser sempre escrutinados à qualidade com que exercem o seu munus seja na política, na administração, na sociedade ou na religião.
A nossa democracia só melhorará quando houver mais instrução, mais conhecimento, mais espírito crítico. Mas para isso é necessário terminar com «certos hábitos perversos».
«A vaidade e a incompetência» trazem o lápis azul da censura a alguns cidadãos, que ainda não se libertaram da influência dos desaparecidos regimes totalitários, em que às vezes nem viveram.
Há muitas razões para ler Fleming de Oliveira mas bastava este 1º. Capítulo para justificar a compra da obra.
O nosso mal é haver gente intolerante, inculta e apolítica em lugares de responsabilidade.

Rui Rasquilho

domingo, 22 de novembro de 2009

PERDER E GANHAR



Às vezes é bom começar a perder na bola...para se ganhar no jogo da vida!

M117-21.11 sec. 21

AVÓS E NETOS



21.11. sec. 21

O meu neto mais velho fez 8 anos ontem.
Do elaborado programa , feito antecipadamente pela família, constava uma festa à tarde com os companheiros de turma (na MicoLândia) e um jantar em casa.
Para sua grande satisfação foi marcado (por acaso) para o dia do seu aniversário um jogo de futebol da sua escola (Colégio da Quinta do Lago) com o “Mucifalense”.
O jogo era às 3 da tarde e teria que se almoçar ao meio dia porque o caminho de Carcavelos até ao Mucifal era um bocado complicado e, em caso de engano no percurso, poderia haver algum atraso o que não seria nada bom para os nervos do Pedro.
Os avós vieram de véspera de Alcobaça.
O rapaz estava “eléctrico”.

Para o tentar acalmar entregaram-se algumas prendas 6ª.feira,à noite, e vestiu o equipamento “oficial” para alguns treinos com bola no corredor e na sala, tendo como adversário o seu avô(como é habitual).Como é habitual também ganhou esses “jogos caseiros” por larga margem…
Na manhã do dia 21 às 10h00 já perguntava se podia almoçar! E falava no tempo. Vai chover!? Quais eram as previsões?
O que estes jovens de agora sabem? Quais eram as previsões meteorológicas? No meu tempo previsões “do tempo”só na hora jogo…
Lá almoçou por volta do meio dia e, já equipado a rigor, saímos de casa mais ou menos à hora prevista a caminho do Mucifal.
Carcavelos, Sintra, Colares (um pequeno engano) e finalmente Mucifal e seu complexo desportivo.
Cabe aqui dizer que a região por onde passámos é lindíssima. Apesar da chuva. Porque (é dos livros…) quando na região de Sintra ameaça chuva seguramente que chove.Em alguns pontos do percurso, enquanto ensaiávamos os gritos de apoio à equipa do Pedro, choveu mesmo torrencialmente.
O Pedro queria que gritássemos “Colégio da Quinta do Lago”. Eu (para o contrariar) sugeria que gritássemos ou só “Quinta” ou só “Lago”!
O rapaz estava eufórico e seguro da vitória.«Vamos ganhar».
Quando chegámos ao complexo desportivo do Mucifal faltavam 45 minutos para o início do seu jogo (que era o segundo do programa da tarde).
Decorria já um jogo entre colegas mais velhos e o “Mister”, quando viu chegar o Pedro e mais dois colegas, chamou-os para ainda jogarem uns minutos.
Ainda chovia mas com menos intensidade. Não se podia dizer que a chuva fosse copiosa…Copioso foi o resultado!
A equipa do Colégio do Pedro que já perdia por 4 ou 5 golos de diferença antes de ser “reforçada” encaixou até ao fim 9(nove).
Não a zero mas quase. Julgo que o “Lago” marcou 2 golos.
Fomos depois para o balneário - o Pedro está corado que nem um tomate e molhado – mas ansioso pelo “seu”jogo.
O “Mister” fez a sua prelecção e seguimos para um pavilhão coberto.
Já noutro piso e com as mães e avós menos preocupados com a chuva – que continuava a cair mas lá fora – o jogo foi animadíssimo.

No final, antes do Pedro sair do rectângulo de jogo, o “Mister” fez uma roda com todos os jogadores do “Colégio” e cantaram os “parabéns a você”.E o Pedro teve direito a palmas de colegas, adversários e público.
O Pedro não se pode queixar do seu primeiro jogo a sério.
E os miúdos do Mucifalense, que nem sabiam que havia um aniversariante na equipa contrária, “brindaram-no” com 8 golos.
Oito anos oito golos. Não a zero …mas a dois, porque a malta da “Quinta” ou do “Lago” não se fica pelo zero!
No regresso o Pedro deu à família algumas explicações para o resultado menos airoso que me dispenso de reproduzir.
O que interessa mesmo recordar é que foi uma tarde memorável.
E às vezes é bom começar a perder no campo para se ganhar na vida.E o Pedro é para já um excelente estudante para orgulho de seus pais e avós.
Força Pedro e mais uma vez parabéns.
21.11 do sec.21 é uma data importante da tua vida.
JERO

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

M116-ÁFRICA NOSSA


· Bósnia 0-1 Portugal
Meireles lança Portugal para o Mundial 2010 (SAPO)
Um golo de Raul Meireles, aos 55 minutos, confirmou o apuramento de Portugal para a África do Sul. A selecção nacional assinou uma exibição segura e personalizada, que lhe valeu uma vitória (1-0) justa sobre a Bósnia-Herzegovina .A BOLA online .
Vimos o jogo na TVI e apreciámos a postura da equipa de Portugal(ia dizer a"equipa de todos nós"...mas não sei se a "expressão" já está fora de prazo!).
À nossa maneira deixámos tudo para o fim - em Lisboa não jogámos bem e o resultado foi melhor que a exibição - e, mais uma vez, deu para passar à justa.
Curioso um pormenor: julgo que não demos pela falta do melhor jogador do Mundo!
Os espectadores da clube da casa portaram-se mal.Assobiar o Hino de Portugal! Portaram-se muito mal e esse "certificado de má educação" não o vão perder tão cedo.
Os nossos militares da GNR que por lá andam é que se devem sentir "os maiores".E bem o merecem.
Parabéns aos nossos jogadores e equipa técnica, embora sinceramente existam alguma opções do selecionador difíceis de entender.Quem é o Edinho?Seleccionado quando é suplente na sua equipa?
Mas o tempo é de festa.
ÁFRICA É NOSSA.VAMOS AO MUNDIAL DE 2010.
JERO

M115-O ULTIMO VÔO DO "SACADURA CABRAL"


Completam-se amanhã 32 anos sobre o grave acidente do aeroporto do Funchal, que custou a vida a 130 passageiros e tripulantes.


Fui despertado para esta trágica memória pela reportagem do "Expresso" ,que reproduzo seguidamente. Neste vôo "425" seguia como tripulante um amigo dos (velhos) tempos do Colégio do Dr.Cabrita: o José de Paiva Silveira.Filho do conhecido e saudoso Dr.Laborinho, o médico que mais "alcobacenses" ajudou a vir ao mundo no "seu" Hospital do Sítio da Nazaré.O Zé Silveira,nado e criado na Nazaré, foi um sobreviventes deste terrível acidente, por na altura da queda estar sentado na parte de trás do avião. Felizmente que o Zé escapou com vida e ainda está por cá.
A fotografia que reproduzimos foi tirada em recente convívio de antigos alunos do Dr.Cabrita, em Aljubarrota, na Estalagem do Cruzeiro. A bonita jovem que o abraça carinhosamente é a sua irmã mais nova.

JERO

19 de Novembro de 1977
O VÔO 425

Era uma noite de sexta-feira, invernosa e negra, com a chuva a bater forte devido ao vento. O Boeing 727 da TAP com o número 425 e nome de baptismo "Sacadura Cabral" havia partido de Bruxelas e feito escala em Lisboa com destino ao Funchal. A chuva copiosa, puxada a vento, e as constantes trepidações levaram o comandante do avião, João Costa, a comunicar que o jantar não seria servido.
Foi uma viagem interminável, que acabou tragicamente às 21h45 em cima duma ponte, no limite oeste do Aeroporto de Santa Catarina, despenhando-se o aparelho depois no mar, de uma altura de 50 metros, e incendiando-se num ápice. 130 dos seus 164 passageiros morreram, a maioria deles carbonizada.
Aquela que para alguns era uma viagem de fim-de-semana e para outros o regresso a casa após uma semana de trabalho no continente terminava de forma brutal. As condições climatéricas foram apontadas como a causa primeira do desastre, e o relatório com as conclusões técnicas do acidente revelou que o vasto lençol de água depositado na pista havia provocado o fenómeno de aquaplaning.
A catástrofe relançava novamente um problema constantemente abordado pelas autoridades madeirenses: o da exiguidade da pista, com apenas 1700 metros de comprimento. A pista 'difícil' - como era conhecida - assim se manteve até Setembro de 2000, data em que passou para os actuais 2781 metros.
Rui Ochôa
Texto publicado na edição do Expresso de 14 de Novembro de 2009

terça-feira, 17 de novembro de 2009

M114-SÓ HOJE VÃO MORRER DE FOME CERCA DE 17.000 CRIANÇAS


Morrer de fome no mundo de hoje

Acabei de receber da minha amiga Vanda Marques:
O secretário geral da ONU, Ban Ki- Moon fez um alerta chocante, hoje na cimeira em Roma, cujo
o objectivo é dar um novo impulso contra a fome e subnutrição- “ Só hoje vão morrer de fome cerca de 17 mil crianças."

Comenta a Vanda:
Esta notícia deixa-me extremamente chocada .
Vivemos num mundo tão injusto, onde milhares de crianças morrem por não ter um único alimento e outras vivem na abundância e não dão valor a nada.
Estas situações fazem-me doer o coração …

SUBSCREVO E NÃO SEI QUE DIZER MAIS.
AINDA ONTEM VI NUM PROGRAMA DE TELEVISÃO CRIANÇAS QUE SÃO VENDIDAS COMO ESCRAVAS NO GANDA .VENDIDAS PELOS PAIS A 30 E 40 EUROS. TRABALHAM 14 HORAS POR DIA NUM LAGO EM CANOAS DE PESCADORES. CRIANÇAS DE 4 E 5 ANOS QUE, AO MENOR DESCUIDO, CAIEM À AGUA E MORREM AFOGADAS. COMEM UMA REFEIÇÃO POR DIA E TRABALHAM 7 DIAS POR SEMANA.
QUE MUNDO É ESTE?
JERO

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

M113--UM HISTORIADOR MADURO, DE ALCOBAÇA


Quem é António Valério Maduro?


António Eduardo Veyrier Valério Maduro, nasceu a 28/02/1959, na freguesia de Alcobaça, concelho de Alcobaça, distrito de Leiria.

· Professor do Quadro de Nomeação Definitiva da Escola Secundária nº1 de Alcobaça (actual D. Inês de Castro) a 01/09/1989.
· Professor do Quadro de Nomeação Definitiva da Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo a 07/07/2009.
· Goza, no ano lectivo de 1999/2000, de Licença Sabática para realização de um estudo sobre “A Produção do Azeite nas Terras de Alcobaça: Economia, Tecnologia e Relações Sociais (séculos XVII-XX)”. A investigação teve a orientação do Professor Doutor Manuel Laranjeira Rodrigues de Areia.
· Conclui, a 5 de Junho de 2007, o Doutoramento em Letras, na área de História, especialidade de História Contemporânea, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em que foi Aprovado com Distinção e Louvor por unanimidade.


Algumas actividades de formação, orientação de visitas culturais, comunicações e projectos de investigação

· Participa, na década de 70, no grupo de investigação etnográfica do Dr. Eduíno Borges Garcia.
· Lecciona os módulos de Introdução ao Património Etnográfico e Introdução à Cultura Portuguesa, em parceria com o Dr. César Cunha do Coito e o Antropólogo Pedro Castro Henriques, no Curso de Formação de Técnicos Animadores em Património Cultural (1988), curso promovido pelo GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente).
· Participa nos anos de 1989/1990 na equipa de investigação liderada pelo Dr. César Coito no “Estudo Etnográfico da Comunidade de Vilas Ruivas – Beira Baixa”, projecto financiado pelo INAMB (Instituto Nacional do Ambiente).
· Formador no Instituto S. Bernardo (1983/1984; 1986/1988).
· Formador da Escola Profissional de Agricultura de Cister (1991/1999).
· Orienta o circuito cultural na antiga área dos Coutos de Alcobaça (Escola Secundária de D. Inês de Castro, 14/10/1994).
· Apresenta uma comunicação no Colóquio “O Livro na Perspectiva dos Escritores Alcobacenses” (Câmara Municipal de Alcobaça, 23/04/1997).
· Orienta, em 22/03/1998, o “Roteiro da Água na Serra dos Candeeiros”, integrado no ciclo de “Visitação dos Campos”, viagens culturais organizadas no âmbito da exposição “O Voo do Arado” (Museu Nacional de Etnologia/ADEPA).
· Orienta uma visita cultural sob o tema “Roteiro da Água na Serra dos Candeeiros” no Seminário “Alcobaça que Museus” (organização “Rebate”, 23-24/07/1999).
· Orienta em 22/11/1999 uma visita às antigas Granjas dos Coutos de Alcobaça no âmbito das Comemorações do Iº Centenário do Nascimento do Professor Doutor Joaquim Vieira Natividade. · Conferência sob o título “Povoamento e Olivicultura na Área Serrana dos Coutos de Alcobaça”, no âmbito das Jornadas Europeias de Património/2000 (Mosteiro de Alcobaça/ IPPAR, 25/09/2000).
· Orienta uma visita aos Fornos de cal de Pataias, no âmbito das IVª Jornadas Culturais do CEPAE (Centro de Património da Estremadura, 29/04/2001).
· Apresenta uma comunicação no Congresso Sete Séculos Sete Marcos, sob o título “A Produção de Azeite nos Coutos de Alcobaça (século XVIII)”, (Câmara Municipal de Porto de Mós/Faculdade de Letras de Coimbra, 17/06/2005).
· Apresenta uma comunicação no IV Congresso Histórico de Guimarães – Do Absolutismo ao Liberalismo, sob o título “A paisagem agrária na região de Alcobaça: continuidade e ruptura do quadro produtivo ao longo do século XIX” (Guimarães, 28/10/2006).
· Apresenta uma comunicação no Colóquio “7 razões para votar”, sob o título “O agrosistema cisterciense nos séculos XVIII-XIX” (Câmara Municipal de Alcobaça, 30/06/2007).
· Orienta, em 8 de Julho de 2007, uma visita guiada “Monges, Oliveiras e Azeite”, integrada na Comemoração do 30º aniversário da ADEPA.
· Inserido no programa “Um dia no Mosteiro de Alcobaça”, profere uma Conferência: “A Vida Económica e Social no Domínio Alcobacense no Século XVIII” (Curso Médico de Coimbra 1954/60 e Município de Alcobaça, 07/06/08)).
.· Conferência sob o título “A Alimentação no Mosteiro de Alcobaça, no século XVIII”, no âmbito do projecto dos Departamentos de Ciências Sociais e Humanas e Ciências da Terra e da Vida “O pão nosso de cada dia”. (Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo, 12/02/2009).
· Conferência sob o título: “A Região de Leiria nos Séculos XVIII-XIX”, (Instituto Educativo do Juncal, 25/03/2009).
· Apresenta uma comunicação no IV Congresso Internacional sobre Cister em Portugal e na Galiza, sob o título “As transformações na cultura da vinha e no fabrico do vinho nas terras de Alcobaça nos séculos XVIII-XIX” (Braga e Oseira, 1-3/10/2009).
· Colabora no projecto de investigação: “Vida Privada dos Presidentes da I República”, conduzindo a investigação sobre António José de Almeida.



Participação nos periódicos

· Pórtico da Benedita
· Correio do Litoral
· O Alcoa
· Voz de Alcobaça
· Tinta Fresca
· Região de Leiria

(tratamento jornalístico do seu curriculum por JERO)






























ANTÓNIO VALÉRIO MADURO DIXIT


A Alimentação dos Monges Cistercienses de Alcobaça no século XVIII

O século XVIII pode ser encarado na vida do Mosteiro de Alcobaça tanto como um período de auge como de decadência, consoante o prisma da análise em que nos colocamos. Em matéria de economia agrícola coincide com a plantação dos vastos olivais da beira Serra dos Candeeiros e com a difusão do milho grosso nas terras de campo da Maiorga, Valado e Cela, assim como na edificação de infra-estruturas de produção e fundação de novas Granjas. Naturalmente, as rendas do Mosteiro ampliam-se, o que se repercute numa abastança e desafogo da vida económica. Em contrapartida, assistia-se a um relaxamento dos costumes, a uma sobreposição do material sobre o espiritual, a um desvio do caminho da humildade imposto na Regra que definia a vida das comunidades cistercienses. O monge farto e ocioso de barriga proeminente não será portanto apenas uma invenção malidecente do liberalismo mais radical.
Os cistercienses de Alcobaça mantiveram praticamente intactos os seus direitos dominiais, senhoriais e os monopólios sobre os meios de produção. Cobravam os quintos da azeitona (no pé do olival), alhos, cebolas, linho, fruta e uvas brancas (as tintas de cobertura dos vinhos estavam normalmente isentas ou eram pagas na eira); o quarto dos legumes e pão (designação para o trigo, o milho, o centeio, cereais que eram colectados na eira); os dízimos verdes, de sangue e pescarias; a jugada e fogaça de um alqueire de trigo sobre os lavradores; as portagens; os terrados das feiras; a galinha de casaria sobre qualquer fogo (habitação); as maquias de lagares de azeite (dízimo do melhor azeite lavrado); os foros de moinhos e azenhas e das terras de cultura (em pão meado, terçado e quartado e em animais como galinhas, frangos e galos capões, porcos – porco gordo de quatro arrobas –, carneiros, cera, azeite, vinho, numerário); o montado (bianual) dos porcos – um animal por vintena; a lagarádiga por fabrico do vinho; os direitos sobre as águas e ventos que animavam os moinhos de pão e outros engenhos.
As rendas da exploração directa associadas aos múltiplos foros garantiam a autarcia do Mosteiro e permitiam ainda negociar os excedentes, assegurando uma interessante rede comercial.
O que comem os monges reflecte, em grande medida, as posses da comunidade, o seu estatuto social e os princípios ideológicos que a norteiam. Vamos então observar os produtos que chegavam à mesa monástica.
Começamos pelo pão e para não haver confusões falamos de pão de trigo alvo, dado que o povo dos coutos consumia um pão negro em virtude da fraca taxa de peneiração, que irá ser substituído pela broa de milho. Aliás, o pequeno pão ou merendeira, designado por micha, que os monges distribuíam diariamente aos pobres na portaria do Mosteiro e junto às Granjas, era constituído, essencialmente, de farinha de milho, algum centeio e rolão de trigo (desperdício do pão consumido pelos monges).
A carne que chegava à cozinha do Mosteiro não provinha toda de animais criados nas terras dos coutos de Alcobaça. A falta de pastos condicionava a criação de gado bovino. Durante o século XVIII, a maior parte dos animais de trabalho e açougue eram importados do Minho. A inexistência de vacas leiteiras obrigava o Mosteiro a adquirir barris de manteiga para abastecer a sua requintada cozinha. Já os rebanhos de ovinos do Mosteiro provinham em grande parte da região transmontana. A cozinha recebia grande quantidade de galinhas e frangos. De Maio de 1747 a 1748 regista-se a entrada de 7.788 galinhas e 519 frangos. Para igual período de tempo temos um consumo de 51.589 ovos. Por seu turno, a coelheira do Mosteiro, uma das maiores da Europa, abrigava cerca de 6.000 animais. Para além dos animais de criação, a gastronomia monástica era prendada por variadas peças de caça, entre as quais se contam coelhos e patos bravos, perdizes, codornizes, galinholas e ades (designação genérica atribuída às aves palmípedes). No lote de aquisições da cozinha do Mosteiro encontram-se lombos de porco, pedaços de toucinho, presuntos, enchidos, como as morcelas de Arouca, paios, leitões para assar, entre outros acepipes.
O peixe fresco consumido pelos monges provinha dos portos da Pederneira e de Peniche. Temos referências a cambadas de chernes, pargos, congros, corvinas, robalos, besugos, pescadas, sardinhas. Para além do peixe fresco, o Mosteiro adquiria pescada seca de Vila do Conde e de destinos mais longínquos, como a Holanda e a Irlanda, cação de Buarcos, grandes quantidades de bacalhau… Sáveis, enguias e lampreias, muitas lagostas e amêijoas, polvos e lulas, entravam regularmente na dieta alimentar dos monges brancos.
No capítulo dos queijos, ao requeijão e queijo fresco produzido nas queijarias locais, juntavam-se os queijos importados do Alentejo, de Parma, Flandres.
O vinho que acompanhava as refeições era produzido nas adegas do Mosteiro. Trata-se de um vinho produzido pelo método de bica aberta, temperado com maçãs camoesas, cascas de laranja e arrobe, cujo grau e sabor frutado cativou tantos e ilustres visitantes. Estima-se num quartilho (0,5 l) a quantidade de vinho ingerida a cada refeição pelos monges, mas este quantitativo podia ser mais elevado, dado que os copos em que se servia o vinho levavam bem, na opinião do Marquês de Fronteira e Alorna, meia canada (1 l).
As árvores de fruto tão acarinhadas pelos monges nos seus jardins e pomares repartem-se em frutos de caroço, pevide e espinho. Temos as maçãs camoesas e baionesas eleitas nos foros, as doces laranjas da China, ginjas, cerejas, damascos, figos, pêssegos e ameixas e nos frutos agros, as limas e limões. Para além da fruta fresca, o consumo também privilegiava as frutas secas, nomeadamente as passas de camoesas e peras de almíscar aparadas, de ameixas caragoçanas, etc. A doçaria está bem representada pelas extraordinárias compras de açúcar, arroz e leite indispensáveis ao arroz doce e manjar branco, pelos barris de manteiga, pelos inúmeros ovos, por arrobas de amêndoa (de Torres Novas), por chocolate… As artes da doçaria e conserva requisitavam grandes quantidades de peras, laranjas, pêssegos, cidras, abóboras e figos. A pêra e a abóbora cobertas eram consumidas em épocas festivas. Importavam-se bolos de Almoster, queijadas... A indústria apícola facultava o mel de tão grande utilidade no receituário de doces e também noutros pratos requintados e bebidas fermentadas.

domingo, 15 de novembro de 2009

M112-XI MOSTRA INTERNACIONAL DE DOCES E LICORES CONVENTUAIS


O MOSTEIRO ADOCICOU-SE…

Esta foi a XI vez que Alcobaça recebeu a Mostra Internacional de Doces e
Licores Conventuais.
Pioneira do conceito em Portugal, a Câmara Municipal de Alcobaça trabalha nesta Mostra desde 1999, promovendo e divulgando o riquíssimo património cultural que são os doces, apostando na tradição deixada pela presença dos Monges e Monjas Cistercienses nos Conventos de Alcobaça e Cós.
A decisão de alterar o local da Mostra para o interior do Mosteiro de Alcobaça em 2006, mostrou mais uma à saciedade ter sido uma aposta certa, que traz notoriedade ao evento, que ao longo dos últimos anos tem preservado e dignificado as tradições gastronómicas. A Mostra trouxe a Alcobaça mais uma vez milhares de visitantes.
O Refeitório, a Sala dos Monges e a Sala do Capítulo foram as salas que receberam mais uma vez os milhares de visitantes, que vieram até Alcobaça
Durante quatro dias, este ano de 12 a 15 de Novembro, o Monumento Património da Humanidade acolheu mais de 40 participantes nacionais e internacionais, com destaque para Conventos portugueses, Mosteiros de Espanha, Abadias de França e Bélgica e também representantes das doçarias da Madeira e Açores.

M111-TRÊS HORAS NA TV ALCOBAÇA E OS DOCES










A MOSTRA NA TELEVISÃO
Muitos visitantes e 100.000 watts de aparelhagem para a transmissão da RTP transformaram(talvez) a tarde de sábado dos “Doces Conventuais”deste ano a mais quente de sempre..
Tivemos oportunidade de ver o”Programa das Festas” em dois tempos: ao vivo e em casa.
Estávamos no Mosteiro no início do programa e é impressionante constatar a parafernália de equipamento e gente envolvida na transmissão.
Os apresentadores principais Hélder Reis e Ana Viriato pareciam marionetas a saltar de sala em sala, sempre conduzidos por assistentes de produção que só os deixavam “ser gente” quando a emissão ia para o ar.
Depois em casa, já em sossego, o orgulho e a constatação do que foi preciso fazer a longo dos anos para os “nossos” Doces Conventuais serem motivo para preencher 3 horas de televisão em directo!
Na feliz expressão de Hélder Reis “o Mosteiro adocicou-se” e quem teve oportunidade de ser entrevistado confirmou que o certame de Alcobaça é já o mais importante de todos que os se realizam na Península Ibérica.
Foi um grande dia para Alcobaça que teve talvez o seu momento mais alto com a emotiva interpretação da Orquestra Típica de Alcobaça, dirigida por Aníbal Freire.
«Quem passa por Alcobaça tem que por força voltar».
JERO

M110- O "3 "AO CONTRÁRIO DE SINTRA



O 3 ao contrário no palacete de Sintra

Acerca de um vídeo de Maité Proença

Não para alimentar polémicas, até porque o vídeo em causa não o merece, mas à laia de ilustração de quem o merece, aqui fica uma pequena nota:

Aqui vai a explicação do nº3. ao contrário em Sintra,
Em Portugal costuma dizer-se que a ignorância é a mãe do atrevimento...

Sintra, foi terra de Templários, Maçonaria, Priorados e Orgias.
"Ao que parece o facto de o nº. se encontrar ao contrário era um sinal para pessoas de fora identificarem o local do culto secreto."

Já que está a ter (ou teve) tanta visibilidade (o vídeo da Maitê Proença), seria bom lembrar que aquela porta pertence ao antigo Hotel Victor - frequentado por Eças, Camilos, Ramalhos e outros grandes intelectuais do Séc.XIX e que como é sabido, surge inclusivamente, retratado nos Maias.
É também de recordar que quem o mandou construir foi o Victor Sasseti, dono do Hotel Bragança, em Lisboa, maçon e grande amigo de António Carvalho Monteiro e do Luigi Manini, que lhe fez o projecto do Cottage Sasseti, na encosta dos Mouros, agora propriedade da Câmara.
Claro que o Sasseti pôs o número ao contrário de propósito!

Nesta «vilazinha» tudo tem certo espírito secreto.
Pena a senhorita brasileira não ter arranjado ninguém que lhe explicasse a simbologia do três...

O três invertido, tal como o triângulo invertido (1), representa o princípio masculino.
O número três, como o cinco ou o sete, tem importantes conotações maçónicas (por exemplo, os três símbolos da Maçonaria são o Esquadro, Nível e o Fio de Prumo).
Três são também as Graças, como se pode ver no painel da Regaleira.
Já para não falar da triplicidade do tempo (passado, presente e o futuro) e de outras coisas que davam pano para mangas."

Ou ainda:
"O número 3 invertido passa a ser um "E", e é chamado de "poder do 3".
Esta letra representa o olho (de Hórus).
Simboliza Marte. Representa talento. Representa guerra. Representa também a Estrela de David.
O 3 invertido é ligado ao aliviar de stress e ansiedade.
Uma técnica de oratória para controlo dos ouvintes muito usada pela Maçonaria é usar este poder do 3 invertido ou olho, dividindo a oratória em 3 tópicos, pois o cérebro de quem ouve assimila melhor do que se for em 2 ou 4.
Aquela placa de 3 invertido poderá unicamente representar uma moradia Judaica, uma forma de dizê-lo ao mundo sem que a maioria das pessoas entendam."
Conforme um excerto do site "Síndrome de Estocolmo - Agora na Coreia do Sul":

Há ainda outro ditado português de que gosto muito:«A ignorância e o vento são de grande atrevimento.»

Nota pessoal: parece que em Sintra há dias do ano muito ventosos...e para quem já não sabe muito...não é o local mais indicado para se abrir a boca. Digo eu.JERO

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

M109-RECORDANDO RAFAEL GAGLIARDINI GRAÇA


«RETALHOS» DA VIDA DE UM MÉDICO
São Martinho do Porto prestou homenagem ao Dr. Rafael Gagliardini Graça
As comemorações do centenário do nascimento do médico Rafael Gagliardini Graça, que nasceu na Madeira, na vila de Ponta do Sol, em 3 de Outubro de 1906, tiveram o seu ponto alto com o descerramento de um Memorial no Largo Vitorino Fróis no dia 25 de Agosto último.
Com o apoio da Câmara Municipal de Alcobaça a Comissão Centenário do Nascimento do Dr. Rafael Gagliardini Graça editou um opúsculo, cuja capa reproduzimos, que teve a coordenação editorial do Dr. Luís Peres Pereira.
É dos textos desse opúsculo que seleccionámos os Retalhos da vida de um médico, que se seguem.
Dados Pessoais
«Natural da Madeira, Rafael Barata Gagiardini Graça veio para o Continente ainda menino, com apenas cinco anos.Foi o 2º. Filho dos 11 que o Juiz de Direito Dr.Luís Gagliardini Graça e Maria da Conceição Pereira Barata Gagliardini Graça tiveram. Estudou e formou-se na Universidade do Porto, com a classificação de 16 valores. Foi depois para Lisboa donde seguiu para Paris para fazer uma especialização.Com 24 anos casou em 9 de Dezembro de 1930 com Maria Ana Rebelo Palhares Caldeira de Castel-Branco. Fixaram residência em Lisboa onde tinha consultório médico.
No Verão de 1931 vieram passar férias em São Martinho do Porto.E ficaram.
O médico residente Dr. Acácio Pereira da Costa estava muito doente e pediu ajuda ao jovem Dr. Rafael Graça para o substituir. No princípio de Setembro o Dr Acácio faleceu e o Dr. Rafael Gagliardini Graça ficou…durante 52 anos. A sua morte deu-se a 25 de Março de 1982 num acidente de automóvel entre São Martinho do Porto e Caldas da Rainha para onde ia dar consulta. Teve 6 filhos , 2 dos quais morreram ainda bebés. Também nas Caldas da Rainha nasceram 8 netos, tendo o Dr. Graça feito o parto do 1º.neto. Já não teve a sorte de conhecer o seu mais novo que tem o seu nome. Ainda como descendentes tem 16 bisnetos e 3 trinetos.»
Maria da Conceição Castel-Branco Gagliardini Graça Torres e Maria Luísa Castel-Branco Gagliardini Graça Sines Fernandes


Maria da Conceição Almeida da Silva , que foi a Coordenadora das Comemorações, trabalhou com o Dr. Graça, que assistiu ao seu nascimento. Exercia a sua profissão como um sacerdócio… Muitas vezes ia a cavalo ver doentes nos casais da freguesia: S.Martinho; Serra da Pescaria; Casal Pardo; Casal Velho; Vale Maceira e Salir do Porto, onde não havia estradas. Saía de casa com 1 sanduíche no bolso e só voltava à noite. E se lhe perguntavam quanto lhe deviam pelo seu trabalho, muitas vezes respondia: «Quem lhe está a pedir dinheiro?».

Mário Manuel Félix Martins Pedro, em representação da Junta de Freguesia de São Martinho do Porto evocou com muita saudade a figura do Grande Homem e Médico que foi o Dr. Graça, citando casos pessoais e o seu orgulho de, como Presidente da Junta, ter proposto o seu nome para uma Rua, o que veio a concretizar-se com o apoio da C.M.Alcobaça.

Um dos testemunhos mais sentidos (e em nossa opinião mais conseguidos como «voz do povo) foi o de Abílio Jacinto Luís, Presidente da Junta de Freguesia de Salir do Porto, não só como autor do depoimento inscrito no livro das Comemorações como também pelo discurso que proferiu no dia do descerramento do Memorial do Largo Vitorino Fróis no dia 25 de Agosto último.
…Contam-nos os mais velhos da nossa freguesia, que o Dr. Graça, quando chamado a tratar doentes cujas doenças eram fatais , muitas vezes se via este homem deixar cair do rosto algumas lágrimas por não poder fazer mais nada na defesa da vida dos seus doentes, que também eram seus amigos.
...O Dr.Graça foi de uma importância muito grande em toda esta zona, mas no que se refere à minha freguesia foi invulgar…numa época…. em que quase não existiam serviços de saúde .O Dr. Graça era(foi) um verdadeiro médico de família, pese embora este título (só) tivesse aparecido umas décadas depois.

O Engº. João Vicente, Marquês de Rio Maior refere as relações de amizade com o Dr. Rafael Gagliardini Graça que foi ,desde a sua chegada a São Martinho do Porto em 1931, o seu Médico e o de sua família, granjeando ao longo dos anos a maior estima de toda a Família que sempre o considerou uma pessoa notável, empenhada e amável. Refere também o envolvimento do Dr. Rafael Graça nas actividades da vila, como político e como associativista, nomeadamente como Presidente de Junta da Freguesia e Presidente da Direcção dos Bombeiros Voluntários, Junta de Turismo e Grupo de Amigos de São Martinho do Porto.

Também o Dr.Luciano Ravara o recorda como um homem afável, de olhar penetrante e de uma paciência infinita, nunca dando a perceber que tinha pressa, que acorria às chamadas com a maior prontidão.
…Dedicou-se inteiramente ao serviço da comunidade local deslocando-se por montes e vales numa égua, não pensando em benesses ou louvarias como era próprio dos homens de bem do século passado.

O testemunho de seu neto, Rafael Galiardini Graça , fez juz ao nome que usa.
…Dele herdei o nome e suas histórias que toda a vida ouvi.
… Não o tendo conhecido, sempre fui habituado a ter pelo meu Avô uma profunda admiração e um profundo respeito.
O mundo está muito diferente….e até a medicina , actividade a qual o meu Avô se dedicava, é hoje praticada de forma radicalmente diferente do que aquela que o Dr.Rafael Gagliardini Graça praticava.
No entanto neste mundo de mudanças há coisas que permanecem: a coragem, a solidariedade, a nobreza, a integridade, o respeito pelas pessoas diferentes.
Estes valores, segundo os quais, me tenho esforçado por viver, nunca mudam.
…Estes valores foram-me ensinados pela minha família mais próxima ,naturalmente, mas o meu Avô é um dos pilares que a sustém.
É um pilar invisível daquilo que sou hoje.

Na qualidade de filha ,Maria Luísa Gaglardini Graça Sines Fernande, recordou com orgulho a vida familiar… tanto nos bons como nos maus momentos o seu Pai não dominava(os seus 4filhos) nem os descurava, mas educava-os dentro de profundos valores cristãos em união com a Mãe, mas respeitando-lhes as opções, a liberdade responsável.
Do meu Pai aprendi como se esquecia de si próprio e a estar sempre disponível para os outros, a qualquer hora do dia ou da noite.
…Viveu a vida sem guardar ódio a rancor a alguém movido apenas pela bondade.
…Do meu Pai aprendi…tantas coisas.
Que Deus me perdoe se não conseguir transmitir todos estes valores e exemplos como eles o mereciam. Obrigado pelos Pais que tive.

Como amigo da Família,Pedro Alvim, que usou da palavra na cerimónia de 25 de Agosto foi o dono do verbo ,que usou com elegância e brilho. O(s) seu(s) discurso(s) mereciam ambos publicação na íntegra. Na impossibilidade de o fazermos seguem-se alguns lampejos…
«São Martinho do Porto é terra de ventos. Têm-no confirmado nestes últimos dias.Com o tempo assim reforçam-se as amarrações e as âncoras…não vão os barcos rolar. Na baía , quem dela vive ou nela se diverte sabe do que falo. Dando-me conta, em acréscimo, da voz popular quando diz “que palavras leva-os vento”, decidi-me tomar as devidas precauções. O nosso querido homenageado não merece que as verdades que sobre ele se digam venham como os barcos desgovernados, a rolar e desfazer-se num qualquer areal de esquecimento. Dei-lhes uma âncora. Puz em escrito o que gostaria de vos dizer de viva voz. Sabemos assim onde elas estão. Ficam ancoradas e amarradas ao papel. Quem quiser, sempre poderá encontrar uma referência que se tenha feito, ou um valor que se tenha enaltecido e, quem sabe, talhar, talvez, novos rumos na sua vida. Gostava que assim pudesse acontecer. O Dr. Graça continuaria a fazer o bem sem olhar a quem, como sempre sucede quando há mérito incontestável e os presentes respeitam o passado e as suas memórias pensando no futuro.»

«A vida que o Dr.Graça nos ofereceu, situa-o, seguramente, no restrito número dos eleitos que atingem a mais digna dimensão a que um Homem pode ascender na valorização dos talento que lhe foram concedidos.
O Dr. Rafael Barata Gagliardini Graça legou-nos uma Obra e um Exemplo que o mundo de bem – Com São Martinho do Porto, num lugar de proa – sente a honra de enaltecer, por Justiça e de memorizar, por Gratidão»


Pessoa distinta, serena, impecável no porte, exemplar na educação; percebia-se que os desassossegos, a existirem, não se reflectiam no seu comportamento.
…Sei que como médico, se movia por valores, em que a pessoa estava no centro das suas preocupações, sendo nesse sentido, um homem SOCIAL, na leitura mais ampla do termo confiança, valor essencial para os pacientes.
…Associo-me , a Câmara Municipal associa-se à justa homenagem pública que é prestada ao Dr. Gagliardini Graça que será sempre olhado, no futuro, como uma REFERÊNCIA CÍVICA E HUMANA.
Dr.José Gonçalves Sapinho, Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça.

Vamos terminar.
Ao longo da vida deste cidadão exemplar , que foi filho adoptivo de São Martinho do Porto, várias homenagens lhe foram feitas, nomeadamente com nomes de ruas e agora com um memorial numa das praças da vila.
Mais do que tudo isso, que é importante, o que perdura (e continuará a perdurar) é a memória de um ser humano de excepção.
Rafael Gagliardini Graça é dos homens que não morrem.
JERO

(Publicado em »O ALCOA» a quando centenário do seu nascimento 1906-2006)

COM ESTE FUMO DE NOVEMBRO

M108-TEMPO DE CASTANHAS

"Castanhas"
Com este fumo de Novembro
O sabor das castanhas
Nasce nos assadores …
Para prazer de gente
Com tempo .

Com este vigoroso fumo
Que sobe para as nuvens
Gente de há muito tempo
Saboreia as castanhas
No Novembro da vida.

Para seu prazer
Aproveitando o tempo.


JERO

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

M107-NOITE, LUA CHEIA,SOMBRAS

Que fará o pássaro na noite?
Espera companhia?
Descansa para recomeçar o seu vôo?
E o fotógrafo?
Porque não estava a dormir?
E o blogger?
A noite é cheia de interrogações.
De sombras...
Mesmo em noite de lua cheia
nem sempre o tempo corre de feição...
É tempo de pausa.
Amanhã é outro dia.
JERO

M106-MORREU ROBERT ENKE, ANTIGO GUARDA REDES DO BENFICA


Robert Enke um campeão que foi nosso
24/8/1977 - 10/11/2009

A notícia seca e dura é que Robert Enke, antigo guarda redes do Benfica, morreu ontem, atingido por um comboio nos arredores de Hanôver, Alemanha.
Era um jovem, de 32 anos de idade, que terá procurado o seu fim com um acto de desespero.
Brutal.
Com tanta gente à sua volta, um ídolo dentro e fora dos estádios, caminha só para à morte no princípio da noite de 10 de Novembro.
As imagens da televisão mostraram adeptos do “Hannover 96” chorando a sua perda e recordando o homem e o atleta.
O homem que era um activista na defesa dos direitos dos animais, culto, que ia com frequência ao teatro e lia muito.
O atleta que era um guarda redes extraordinário e com hipóteses de ser o titular da sua selecção no próximo Campeonato do Mundo, a disputar na África do Sul.
Um acto de desespero não é explicável. E tem uma grande componente de solidão e dor, que não se partilha com ninguém.
Recordo alguém que na casa mortuária do cemitério de Alcobaça bateu violentamente com os punhos no caixão de um amigo, gritando porque é que ele não lhe tinha dito que estava em desespero.
Mas os actos de desesperos são isso mesmo. Angústia, silêncio, desesperança.
Robert Enke passou por Portugal e pelo Benfica no período compreendido entre 1999 e 2002.
Um puto a defender uma baliza enorme. Uma baliza que, em cada jogo, tem (tinha) a “vê-la” e a “ouvi-la” milhões de olhos e ouvidos. Toda a nação benfiquista
«Bitola mais alta não havia, e Robert superou-a apesar de ter apenas 22 anos de idade na altura».
Conseguiu que a baliza do Benfica mantivesse o nível de qualidade a que Preud'Homme tinha anteriormente habituado os adeptos do glorioso.
À distância no tempo mais que as defesas a “doer” recordo os seus aquecimentos antes dos jogos.
Enke tinha uma estampa de atleta extraordinária.
Quando se dirigia para a baliza era aplaudido com paixão. Delirantemente.
A nação benfiquista adorava-o.
E, obviamente, quem gostava de futebol. Independentemente de cores clubistas.
Eu ,que tenho costela benfiquista, recordo saudade e admiração o “velho” Damas, do Sporting.
Também como atleta e como homem. Porque é difícil dissociar as duas coisas.

Robert Enke
24/8/1977 - 10/11/2009

Os campeões não morrem.
Até sempre Grande Robert Enke
.
JERO

terça-feira, 10 de novembro de 2009

M105-RECORTES DE «O ALCOA»

Fotografia de 10 de Novembro de 1963


DÉCADA DE 60

À DISTÂNCIA NO TEMPO


-Acontecimentos Desportivos locais


#- Grande sucesso na corrida de S.Silvestre era o( principal) título de capa do jornal nº. 968, de 8 de Janeiro de 1966 .
Rui Coelho vence de novo perante alguns milhares de pessoas que assistiram à emotiva prova.

«…Quase 22.15 horas do último dia de 1965.Quarenta e um atletas, em representação de sete equipas, tendo por fundo o Mosteiro e o vozear do numeroso publico…correm velozmente …durante cerca de 2.000 metros. Forma-se um quarteto fugitivo …mas o alcobacense Rui Coelho(a jogar em casa) resiste a todos os ataques e…inscreve, pela segunda vez, o seu nome na lista dos vencedores da São Silvestre alcobacense. O entusiasmo popular vai ao rubro.»

#-No jornal nº. 993, de 2 de Julho de 1966 e mais uma vez na «Semana Desportiva» o atletismo ocupa lugar de destaque.
Alcobaça-Boa presença nas finais do Torneio Popular Nacional (Atletismo)era o título do artigo que dava especial referência ao comportamento de quatro atletas alcobacenses.
Carlos Marques saltou em comprimento quase 6 metros (5,96 m.)e obteve o 6ºlugar.
Elpídio Cordeiro competiu em salto em altura e fez 1,50 m.O vencedor saltou 1,70 m.
Vítor Varela concorreu aos 3.000 metros e desistiu por indisposição quando estava nos lugares da frente.
Carlos Mendes foi melhor alcobacense em pista correndo os 800 metros em 2,12,8, que passou a ser o seu máximo pessoal. Foi o 6º da classificação geral.

Lamentava-se ainda a ausência do lançador Miguel Tavares e era anunciada com expectativa a estreia ,como sénior, de Manuel da Bernarda no «Nacional de 2ªs. categorias».
# - No jornal nº. 1008, de 29 de Outubro de 1966 a »Semana Desportiva»ocupava uma das páginas interiores .



Em grandes parangonas era titulado Atletismo – Boa presença dos alcobacenses no «Primeiro Passo».
Do longo artigo destacamos a «conclusão» dos articulistas que classificavam como meritório o comportamento da «delegação»alcobacense composta por 9 atletas, que concorreram a provas integrados nos escalões «A» (12 aos 14 anos)e «B» (15 aos 19 anos). Quanto a resultados «…não conquistámos vitórias, é certo; mas, se tivermos em conta a juventude dos nosso atletas e o seu menor grau de treino em relação a alguns outros competidores, especialmente aos do Sporting e do Benfica nesta prova, isso em nada afecta, o seu verdadeiro valor que, na próxima época, com o ingresso em programas oficiais, poderá revelar-se mais claramente.»
Estiveram há 40 anos(!) nas pistas do (antigo) Estádio José Alvalade os seguintes atletas alcobacenses:



No Escalão «A»- Vítor Semeão(5º.nos 60 metros); João Carlos(7º. no salto em comprimento) e Carlos Santos(4º.lugar nos 600 metros). No Escalão «B»-Afonso Silva(5º. nos 80 metros e 9º. nos 700 metros) ; Vítor Mesquita(4º. nos 250 metros); Fernando Guedes(15º. nos 2.000 metros) Carlos Mendes(6º no salto em altura com 1,45 m.) Carlos Marques(3º. no salto em comprimento com 5,58 m.).
O nono atleta era Elpídio Cordeiro que não chegou a concorrer por ter mais alguns meses em relação à idade limite do escalão para que tinha sido inscrito(Escalão «B»).

A«família do atletismo» não é uma expressão sem sentido…e os atletas que se deslocaram a Lisboa tiveram junto deles (a aplaudi-los e a incentiva-los) os conterrâneos que ali estudam e trabalham.
Recordamos gostosamente os seus nomes:Manuel da Bernarda, Jorge Barros, Vítor Pina e Moura e o sempre presente Manuel Araújo.

A foto que reproduzimos(10 Nov.1963) vem publicada no livro «Ginásio Clube de Alcobaça-Uma vida de meio século 1946-196) e engloba alguns dos grandes nomes do atletismo alcobacense da época. Da esqª. para a direita reconhecem-se: José Manuel, Basílio Martins, Vieira Lopes, Jorge Barros, Miguel Tavares, Manuel da Bernarda, Diamantino Faustino, Carlos Hélder e Américo Gouveia.
# - No jornal nº. 1016, de 24 de Dezembro de 1966 a «Semana Desportiva» anunciava com regozijo e simpatia «Adventino entre nós».
«… o antigo futebolista do Ginásio, Adventino da Conceição Bento, que actualmente ,desenvolve a sua actividade profissional na Alemanha…» veio passar uns dias à sua terra e foi recebido por todos os alcobaceneses com alegria e estima .
Recolha de JERO

M104-CEERIA EM 3131 CARACTERES


Um pouco de história…

Os primeiros passos para a fundação do CEERIA começaram no ano de 1976.
Como é habitual nos primeiros passos de qualquer Instituição a primeira ideia terá surgido “isolada” e depois “passa” a quem está por perto ,compreende o que está em jogo e aproxima-se para “dar as mãos” e reunir esforços .
Depois …é só concretizar o “sonho inicial”!
Este só envolve pessoas de boa vontade, congregação de esforços e…muitos, muitos passos.
A ideia inicial foi de Maria João Pereira, então a residir perto de Alcobaça, no lugar do Vimeiro. Uma pessoa que lhe era próxima tinha uma filho diferente e…muitos problemas.
A Maria João Pereira tentou ajudar e começou a viver intensamente as dificuldades da criança e dos seus familiares.
Haveria que criar na região “um centro de ensino especial para crianças deficientes”.
A Maria João chegou à fala com Manuel da Silva Quitério e José Ferreira Belo, ambos residentes na Benedita, e ambos particularmente sensíveis ao problema já que tinham nos seus agregados familiares crianças com problemas.
Formaram uma “Comissão Instaladora” para pôr de pé um “centro de ensino especial para crianças deficientes”.
A “Comissão” foi reforçada com Joaquim Rui Coelho, ao tempo Vice-Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Alcobaça.
A pesquisa que fizemos no arquivo do jornal “O Alcoa” ajudou-nos a compreender - e a reconstituir em parte – a situação política do tempo e alguns dos passos mais visíveis da Comissão Instaladora…
Em “O Alcoa” nº. 1.375, de 6 de Fevereiro de 1976, era noticiado em 1ª. Página que «A Câmara já está operacional».

Cerca uma mais tarde, em “O Alcoa” nº. 1.402, de 8 de Março de 1977, era noticia de 1ª. Página que «Em Alcobaça as crianças deficientes já têm um centro de recuperação».

No mesmo nº 1.402, também honras de 1ª. Página, era noticiada a tomada de posse da Assembleia Municipal, sendo eleito o Dr.Vasco da Gama Fernandes depois de votação muito discutida com Dr. José Gonçalves Sapinho.
Recordamos que o Dr. Vasco da Gama Fernandes, conhecido advogado de Leiria e conhecido oposicionista ao regime anterior, era então Presidente da Assembleia da República que funcionava com maioia socialista. O social democrata Dr. José Gonçalves Sapinho era deputado na A.R. eleito por Leiria.

Em 31 de Março de 1977 o nº. 1404 de “O Alcoa” noticiava a “campanha de angariação de fundos”. Titulava-se em maiúsculas: «CRIANÇAS DEFICIENTES NÃO TÊM TRANSPORTE».

Em “O Alcoa” nº. 1.409, de 9 de Junho de 1977, o CEERIA era mais uma vez notícia de capa.
«O Concelho de Alcobaça oferece a carrinha para o transporte das crianças deficientes»

Também na 1ª. Página do mesmo jornal, em carta aberta so Prior de Alcobaça, um alcobacense manifestava o seu veemente protesto por estar hasteada na Ala Norte do Mosteiro de Alcobaça uma bandeira de MRPP.

E é tempo de “pegar” no Livro de Atas do CEERIA, onde a história da Instituição começa a ser… manuscrita …
Na acta nº. 1 de 18 de Junho de 1977 é referida a “Comissão Instaladora”.

Depois na Acta nº2, de 25 de Junho de 1977, fica registada Eleição dos Primeiros Órgãos Sociais .
Foram a votos duas listas(“A” e “B”) e ganhou a lista “B” pela diferença de …votos.

Até aos nossos dias muitas pessoas de boa vontade fizeram parte dos Órgãos Sociais da Instituição.
Curiosamente nos Órgãos Sociais eleitos para o triénio de 2008-2010 fazem parte dois nomes da 1ª. Hora: José Ferreira Belo, como Presidente da Direcção e Joaquim Rui Coelho, como Presidente da Assembleia Geral.
Estão cumpridos mais de 30 anos de vida. Com altos e baixos o CEERIA tem vindo a cumprir a sua missão.
Os tempos actuais não estão fáceis.
Mas continuam a existir pessoas de boa vontade para lutar por um mundo para descobrir , um mundo para aprender a construir.
José Eduardo Reis de Oliveira
(Relator do Conselho Fiscal)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

M103-ERA UMA VEZ UMA FADA


Era uma vez…
Uma fada linda e delicada como porcelana da China
As roupas que vestia eram cosidas com fios de oiro e prata, vindos do interior de África.
Os seus cabelos eram penteados com pentes de marfim, vindos da Índia.
E os sapatinhos vermelhos, eram feitos de manteiga da Holanda.
Esta fada era tão delicada que quando o vento soprava forte..VUUU…VUUU…VUUU
dava cambalhotas e pinos sem parar.
Quando a fadinha decidia bricar na rua, todos ficavam inquietos.
-Ai! se o vento forte a leva…
-Ui! se os seus pés delicados pisam o chão…
Ih! se o seu vestido se amarrota…
Era divertido a valer, ver como todo o reino das fadas mimava a fadinha delicada.
As papoilas esticavam-se para que os sapatinhos de manteiga não tocassem o chão.
O sol aproveitava para pôr a conversa em dia com ovento, não fosse ele lembrar-se de soprar.
As borboletas com as suas maozinhas de pó de perlimpimpim iam ajeitando o vestido, não
fosse ele ficar amarrotado.
Esta azafama só parava quando a fadinha , já de noite, bem escurinho, regressava a casa.
Nessa altura todos suspiravam..ufa, ufa , agora já podemos descansar.
Mas esperem … que o lufa-lufa ainda não acabou.
A fadinha estava no quarto, a vestir a camisa de dormir, quando pelo canto do olho
viu a lua tão grande e gorda , que não resistiu…
Abriu a janela e assobiou para a lua… uiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
Que confusão se criou naquela noite.
Afinal, como é que um ser tão delicado como a porcelana, pode ter um assobio tão forte e alto que até arrepiou a lua?
escrito por Vanda Furtado Marques
ilustração de Rebeca Dautremer

M102-POESIA DE VEZ EM QUANDO





JANELAS DE LISBOA
Tenho quarenta janelas nas paredes do meu quarto.
Sem vidros nem bambinelas
posso ver através delas

o mundo em que me reparto.

Por uma entra a luz do Sol,
por outra a luz do luar,

por outra a luz das estrelas

que andam no céu a rolar.

Por esta entra a Via Láctea
como um vapor de algodão,

por aquela a luz dos homens,

pela outra a escuridão.

Pela maior entra o espanto,

pela menor a certeza,
pela da frente a beleza

que inunda de canto a canto.
Pela quadrada entra a esperança
de quatro lados iguais,

quatro arestas,
quatro vértices,
quatro pontos cardeais.
Pela redonda entra o sonho,

que as vigias são redondas,

e o sonho afaga e embala

à semelhança das ondas.
Por além entra a tristeza,

por aquela entra a saudade,

e o desejo, e a humildade,

e o silêncio, e a surpresa,

e o amor dos homens,
e o tédio,e o medo, e a melancolia,
e essa fome sem remédio

a que se chama poesia,
e a inocência, e a bondade,
e a dor própria, e a dor alheia,

e a paixão que se incendeia,
e a viuvez, e a piedade,

e o grande pássaro branco,

e o grande pássaro negro

que se olham obliquamente,
arrepiados de medo,

todos os risos e choros,
todas as fomes e sedes,

tudo alonga a sua sombra

nas minhas quatro paredes.
Oh janelas do meu quarto,

quem vos pudesse rasgar !

Com tanta janela aberta

Falta-me a luz e o ar.

Poema:António Gedeão

M101-MURO DE BERLIM 20 ANOS DEPOIS


Merkel, Gorbachov e Walesa atravessam o "checkpoint" simbólico do Muro de Berlim
A chanceler alemã Angela Merkel, o ex-presidente soviético Mikhail Gorbachov e o ex-líder sindical polaco Lech Walesa atravessaram juntos o "checkpoint" simbólico do Muro de Berlim, aberto pela primeira vez há 20 anos.
Sob uma chuva persistente, Angela Merkel atravessou sorridente, ao lado dos seus convidados e centenas de pessoas, a ponte de Bornholmer Strasse, uma das primeiras passagens fronteiriças abertas em 1989.

Merkel deu início esta manhã às cerimónias de comemoração do 20º aniversário da queda do Muro de Berlim comparecendo na igreja de Gethsemani, em Berlim Oriental, um dos redutos da dissidência e das manifestações que a 9 de Novembro de 1989 obrigaram a Alemanha comunista, a desaparecida República Democrática da Alemanha (RDA), a abrir as suas fronteiras.

Os dirigentes dos países europeus participam nas cerimónias, ao lado dos representantes das quatro potências - Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha e França - que ocuparam a Alemanha após a rendição nazi em 1945 e até a reunificação em 1990.

Os chefes de Estado e Governo devem comparecer esta noite na principal cerimónia, nas Portas de Brandeburgo, símbolo de Berlim, por onde passava o "muro da vergonha", construído em 1961 pela RDA para impedir a passagem dos seus cidadãos para o Ocidente. Uma noite que promete recuperar as emoções vividas, muma altura em que a expectativa é de que 100.000 pessoas assistam o evento.

SAPO/AFP
09 de Novembro de 2009

sábado, 7 de novembro de 2009

M100-ESTES LUSITANOS SÃO LOUCOS


ESTES LUSITANOS SÃO (ESTÃO) LOUCOS

Sábado, dia 7 de Novembro.
São 23.25 .
Tenho estado a ler o “Expresso”, depois de ver na SIC o programa de Mário Crespo que, entre vários comentadores, teve a presença do antigo Ministro das Finanças, Medina Carreira.
O que se diz e o que escreve da situação do nosso País é verdadeiramente assustador.
O endividamento externo é de 60 milhões euros/dia. Cada hora que passa o encargo aumenta em 2,5 milhões de euros .Em moeda antiga 500.000 contos!!!
Por hora.
O Estado tem actualmente o encargo de 3.400.000 de pensionistas.
Isto quer dizer que, quando passeamos na rua, e cruzamos com três pessoas (incluindo crianças) uma pessoa – em cada três - está a cargo do Estado.
No “Expresso”, no seu habitual artigo de opinião, Miguel Sousa Tavares, refere que em 2008 a dívida do Estado português representava 66% do PIB e que passou este ano para 77,4%.Em 2010 passará para 84,6% e em 2011 aumentará para uns inacreditáveis 91%!!!
Em relação ao argumento do risco sistémico que o Governo utilizou para justificar a nacionalização dos prejuízos do BPN, que já vai em três mil milhões e meio de euros, conclui MST que, se o risco era como diziam, então toda a banca funcionava com um esquema de vigarice institucionalizada.
Entretanto o que é vimos e ouvimos nos últimos dias na Assembleia da República durante a discussão do Programa de Governo para 2010 !?
Espectáculo. Conversa .Ficção.”Paroles”.
A imagem de que o Ministro das Finanças se serviu para justificar o investimento –é preciso gastar dinheiro na compra de uma cana de pesca par se apanhar peixe – fica prejudicada quando se percebe que a “minhoca” ficará mais cara de que o peixe que se consiga pescar, conforme afirmou um dos comentadores presente no programa de Mário Crespo.
”Paroles.Paroles”,repetimos nós.
O próximo ano – 2010 – vai ser de nuvens negras.
E quando a 2011 é melhor nem falar.
Que Deus nos acuda.

PS-Uma firma das Honduras ,“Ali Babá e os 40 ladrões”, que estava para abrir um “call center” em Lisboa em Janeiro do próximo ano desistiu do investimento perante as ultimas notícias sobre o “sucatagate”.
Ao que nós chegámos!

JERO